A Alma e a Imortalidade
Na complexidade do cosmo e no diminuto grão de areia que representa o planeta Terra, a ciência, no seu gatinhar, qualificou a matéria em três graus de densidade: sólido, líquido e gasoso.
Porém, na evolução dos tempos, esses três graus de densidade da matéria física deixaram de comportar a matéria física nessas três classificações.
Em século passado, surgiu a energia elétrica, que não é nem sólida, nem líquida e nem gasosa. No entanto, a energia elétrica se situa na classe da física embora não se encaixe em nenhuma das classificações materiais alegadas pela ciência.
Depois, no século passado, surgiu o raio laser, ainda mais sutil que a energia elétrica que é mais sutil que o gasoso.
A ciência também falhou na descoberta do átomo, que significa partícula indivisível. Pois mais tarde anunciou que o átomo se divide em prótons, elétrons e nêutron.
Essa trindade, exposta pela ciência, miniatura da santíssima trindade que na visão cristã é o Pai, Filho e Espírito Santo e no hinduísmo Brahma (criador) Vishnu (mantenedor) e Shiva (destruidor – para reconstruir, como acontece com nossas células diariamente) já se mostra limitada para compreensão da percepção dos nossos sentidos físicos. Percebemos a energia elétrica e o raio laser diferente dos estados sólido, líquido e gasoso.
Isso é um sinal de que a matéria física não tem só três subdivisões, apenas três graus de densidade.
O Criador dispôs o mundo de forma setenária: sete dias da semana, sete notas musicais, sete cores do arco-íris que correspondem às sete cores dos sete chakras que temos em nosso corpo, em nosso ser.
Da mesma forma, a matéria física se divide em sete graus de densidade e não apenas três como sugeriam nossos sentidos séculos atrás.
Além do nosso corpo físico denso, com as três subdivisões, temos quatro subdivisões formando um outro corpo energético, chamado corpo etérico ou duplo etérico que interpenetra o corpo físico denso ordinariamente conhecido.
Assim como o corpo físico denso é denominado em suas três subdivisões, o corpo etérico é dividido em: atômico, subatômico, super etérico e etérico, sendo um mais sutil que o outro como no corpo denso, enumerados do mais sutil para o menos sutil.
O conhecimento das sete subdivisões da matéria física é que nos dá capacidade de conhecer o átomo verdadeiro, a partícula última e indivisível da matéria, como ilusoriamente tentou definir a ciência.
O esquema setenário divino não se limita ao âmbito físico conforme exposto. O ser humano, além de seu corpo físico setenário, tem outros corpos, totalizando sete: corpo físico denso, corpo etérico, corpo astral, corpo mental concreto, corpo mental abstrato (corpo causal), corpo búdico e corpo átmico (o espírito).
A personalidade mortal é formada pelos quatro corpos físico denso, corpo etérico, corpo astral e corpo mental concreto ou inferior, restando a tríade imortal superior.
A alma imortal se veste dos quatro corpos inferiores para desenvolver a sua evolução na matéria, sendo a alma o corpo mental abstrato (mental superior, corpo causal) que é o repositório das experiências adquiridas nos corpos inferiores em sua jornada física, astral e mental, cuja evolução acrescenta ao corpo causal cores mais definidas e vivas como aumento do seu tamanho.
Após a morte física, a alma percorrerá os sete subplanos do plano astral e os sete do plano mental (quatro com forma e três sem forma) para concluir sua jornada encarnatória.
A alma, em sua evolução, transitará nestes subplanos, dos quatro planos (físico, etérico, astral, mental e causal) com o fim máximo do desenvolvimento do seu corpo causal imortal.
Analisando os dois corpos superiores da alma: mental concreto e causal, temos o primeiro que analisa, julga, raciocina, reflete: (o lado esquerdo do cérebro); enquanto o causal é mais intuitivo e sutil, tendo os pensamentos filosóficos, abstratos que se afina com a poesia, música clássica etc.(o lado direito do cérebro).
Quando conseguimos agir com o corpo causal imorredouro, em nossos pensamentos sutis, já estamos adentrando a imortalidade da alma. Já começamos perceber ou intuir levemente que não somos uma personalidade chamada fulano de tal. O fulano de tal representa os quatro aspectos inferiores do ser humano cujos envoltórios são despidos no desencarne para revistar novamente o ser humano na reencarnação.
Depois de plenamente desenvolvido o corpo causal, elevaremos nossa consciência para o plano búdico, como realizou o Buda, o corpo de luz que nos dá viveka (discernimento para a nossa mente).
Mais adiante, elevaremos nossa consciência para o plano átmico, o plano do espírito puro sem vestimenta nenhuma.
Mas por ora, vamos nos dedicar à auspiciosa tarefa de elevar nossa consciência ao plano causal, desenvolvendo nossa mente abstrata, que paira acima dos ciclos de reencarnações.
Enquanto nosso mental inferior é analítico e voltado para fora, vamos nos interiorizando com nosso corpo causal em nossa meditação e senda espiritual que varia de pessoa para pessoa, pois o olhar para dentro que nos lança para fora das três dimensões e graus de densidade da matéria física.
Continuemos analisando, julgando com o nosso mental inferior para seu desenvolvimento, assim como vamos purificando nosso corpo astral com nobres sentimentos, mas não vamos nos restringir à mente concreta que vê a cara e a coroa e ver o todo que é a moeda, não só ver a luz do sol e a escuridão da noite, mas ver o dia em sua totalidade. Seguindo o ditame do nosso mental concreto, dizemos bom-dia antes do almoço. E depois do meio-dia dizemos boa tarde. Depois das 18h dizemos boa noite. Se dizemos bom-dia depois do meio dia, é comum sermos corrigidos: não, agora é boa tarde já; não, agora já é boa-noite.
Então respondo que o meu dia tem 24 horas e não termina ao meio-dia. Se hoje é dia 23, este dia tem 24 horas. Portanto, eu posso lhe desejar um bom-dia a qualquer hora do dia, independentemente de ser manhã, tarde ou noite. A mente concreta analisa, subdivide. A mente abstrata vê o todo.
No livro Yoga Para Nervosos, o Hermógenes tem um capítulo intitulado “Se você Sofre, Meus Parabéns”. Ele não está vendo só a dor, mas principalmente o crescimento espiritual que dela advém. Uma injeção na veia dói, mas o benefício é maior ainda. Quem ve a dor só como dor está vendo apenas um lado da moeda.
E assim, veremos mais que a moeda dor-prazer efêmeros para contemplar a experiência que esses opostos têm a função de nos oferecer. Enquanto os corpos inferiores sofrem com dor e gozam com prazer, o corpo causal, mental superior, vai colhendo seu alimento em forma de experiência que o fortalecerá, ampliará seu tamanho e ampliará seu poder.
Vencer a influência de dor e prazer é árduo e longo, mas exequível para todos nós, conforme os planos divinos. Estar no primeiro ano primário não é motivo para desanimar com a distância que o separa do curso superior.
A corrente da evolução está a nosso favor como está do estudante que aceita começar no primeiro ano primário para depois concluir a faculdade.
Há vários elementos grosseiros que atrapalham nossa sutilização para desenvolver o corpo causal e demais corpos: cigarro, álcool, drogas, alimentos tóxicos.
Há pessoas que amam poesia e não conseguem escrevê-la. Há pessoas que têm uma idéia em mente e não conseguem expressá-las. Por quê? Isso depende do desenvolvimento conjunto do corpo mental concreto e abstrato. Como expressar algo abstrato se nosso corpo abstrato não tem desenvolvimento suficiente? Usei a poesia como exemplo só para ilustrar o valor do corpo mental abstrato. O corpo abstrato tem muitas maneiras de se expressar. A pintura que nos legaram grandes gênios é uma delas.
No desenvolvimento da mente concreta e abstrata, pensar é mais importante que ler. Ler um livro e esquecê-lo em seguida é de pouca valia. É preciso pensar o que foi lido. È melhor levar mais tempo pensando que lendo.
O pensar fixa o que foi lido e desenvolve o corpo mental. Até aqui escrevi o que li sem consultar nenhum livro para escrever, excetuando os nomes das quatro subdivisões do corpo etérico que a memória se deixou esquecer no momento.
Madame Blavatski, que fundou a Sociedade Teosófica, disse que a mente é assassina do real. Vale dizer que a mente mente.
A mente concreta vive de reflexões e muitas vezes o que tem à sua frente provoca reflexões distorcidas como a água agitada do lago ao refletir a imagem do sol.
Por isso precisamos ir além do concreto que nos prende a dores e prazeres, que na sua natureza impermanente, ora nos afaga e ora nos aguilhoa.
Que seu pensamento evolua cada vez mais para níveis mais sutis.