Dar tempo à cura

[Isabel Angélica]

Os últimos dias da minha actual existência têm-se revelado... reveladores. E tenho percebido que a cada inspiração e expiração apercebo-me de como é possível integrar e compreender fazendo apenas isso - respirar. E a cada acto de aparente sobrevivência e que damos como certo no nosso dia-a-dia - respirar - entendo o milagre da vida e de como devo apreciá-la com consciência e vivê-la com alegria. E estou grata sim, por respirar e carregar alegria e beleza em mim. Grata pelas manifestações internas e externas disso mesmo.

E depois apercebo-me de que não é fugindo da realidade mundana e da humanidade que experimentamos, ignorando ou adiando a resolução dos problemas e dos desafios, que transcendemos as ilusões. Transcendemo-las, elevando-nos. Mas a partir do Coração e da compaixão. Não há outro caminho. Todos os sábios ancestrais que passaram pela Terra, seja qual for a civilização em que tenham nascido, o disseram e tentaram fazer ouvindo o seu íntimo, conectados com a Natureza e com o Grande Espírito.

Cair na arrogância de que é possível curar o máximo de coisas em pouco tempo é isso mesmo - arrogância. É não conseguir entender de que as nossas diversas partes precisam de tempo, principalmente a nossa cabeça que armazena milénios de experiências e considerações que carrega como um tesouro precioso, seguro e que é inquestionável para si mesma. 

O corpo físico também precisa desse tempo. Não é possível lidar com a força da limpeza das dores físicas e emocionais, sem dar tempo para passar a dor ou pelo menos permitir que não doa tanto. Não podemos assumir que o corpo se regenera rapidamente, quando uma nódoa negra demora, no mínimo, duas semanas a passar completamente... e o mesmo acontece com a limpeza das nossas dores. Há que dar tempo.

O que acontecerá, inevitavelmente, é que a algum ponto haverá o sinal - ou começamos a manifestar perda de lucidez e discernimento... ou começamos a manifestar sintomas físicos agudos que nos chamam a atenção para a necessidade de parar. Se não fizermos caso de um ou de outro sintoma, corremos o risco de perder a consciência da mente e do corpo. Partimos. Quebramos. E não nos apercebemos, pois prosseguimos em esforço, alimentados pelo último golpe de adrenalina que nos cega e nos deixa surdos ao nosso interior. E também ao exterior.

Nasce então a arrogância profunda, revelada numa impaciência para os que nos rodeiam, uma vaidade de nos acharmos mais preciosos e acima dos demais, clamando uma magnitude que é impossível ancorarmos na Terra, pois a estrutura física e mental partiram. Quebraram. 

Sim, é necessário a cura e a transcendência, mas também é necessária a lucidez e a calma. Ir com calma. Respirar. Dar tempo. Mesmo que não demore tempo nenhum para recuperarmos, dizemos a nós mesmos que temos que ter esse tempo. E também há que respeitar o tempo dos outros. A rapidez de cada um a cada um pertence. Simples. Lei de respeito pelo campo energético dos outros. E do nosso. 

Isabel

25.Maio.2011

[Paulo Moreira Morales]

Pegaste no ponto Isabel! Devemos dar tempo a cura, e o tempo é simplesmente um tempo individual de cada um! A dificuldade e o desafio é reverter a velocidade que as energias de opressão imprimem ao mundo! Devemos nos assenhorear do tempo, de modo a respeitar o equílibrio próprio e de tds os seres! É um desafio, pq não é fácil viver no mundo, mas c/ a velocidade q nossos corações precisam p/ se libertar! A meditação, o relaxamento, a oração, são nossas armas! Devemos perseverar, sem nos cobrar demais e ao mesmo tempo sempre buscando olhar para o presente(o q podemos fazer hoje?). Se conseguirmos esse equílibrio, nosso pai celestial nos guia aonde precisamos chegar!

Lhe desejo muita luz em sua vida e em seu mundo! 

[ANDRA]

Maravilhosa mensagem , Querida Isabel.