OBSESSORES
Por: Nelson Oliveira e Souza
Há muitas espécies de Espíritos obsessores desencarnados que, de alguma forma, consciente ou inconscientemente, nos prejudicam. Há obsessores que nos odeiam, movidos pelos sentimentos de vingança, mas há também, no extremo oposto, por incrível que possa parecer, aqueles que nos amam, que têm por nós grande afeição e desejam o nosso bem, só que acabam nos prejudicando, sem que tenham tal intenção.
Há Espíritos obsessores viciados, dependentes do fumo, do álcool, das drogas, da gula, do sexo, do jogo, do poder, da luxúria e do dinheiro. Outra categoria de obsessores é constituída por Espíritos indecisos e indiferentes, que em nada acreditam, que ainda perambulam sobre a superfície da Terra, às vezes até sem se aperceberem que já morreram e vivem sem um rumo determinado e quando de nós se aproximam, só transmitem coisas ruins, dúvidas e incertezas, podendo nos induzir à depressão.
Existem também Espíritos obsessores brincalhões que só querem se divertir às nossas custas e há os sofredores, que mesmo sem quererem, transmitem para nós mal-estar e, até mesmo doenças que, na realidade, não existem.
Convém esclarecer quem são estes Espíritos obsessores. Algumas correntes religiosas enquadram-nos como demônios, isto é, Espíritos compromissados com o mal, que só praticam maldades. A Doutrina Espírita, no entanto, vem nos esclarecer que Deus não criou Espíritos maus, Espíritos predestinados ao erro, às imperfeições, ao ódio, à violência ou para o mal. Deus criou todos os Espíritos iguais, simples e ignorantes, mas com a capacidade de progredirem sempre, infinitamente, e deu a todos, igualmente, o livre-arbítrio, isto é, a liberdade para escolher os seus próprios caminhos de progresso, de crescimento espiritual. Desta forma, todos devem progredir e ter o mérito do seu próprio progresso. Mas a nossa liberdade tem um preço às vezes bem alto, pois temos que respeitar a liberdade dos nossos semelhantes, bem como a Lei de Justiça Divina, ou seja, temos que arcar com as conseqüências dos nossos atos. Sempre que fizermos alguém sofrer, teremos que passar pelo mesmo sofrimento pelo qual fizemos os outros passar.
Os Espíritos obsessores são nossos Irmãos, viajantes do Universo, integrantes da grande romaria do progresso, da evolução. Aqueles que hoje estão desencarnados, certamente já estiveram na Terra reencarnados inúmeras vezes, acumulando experiências múltiplas. Todos nós já passamos muitas vezes pelo fenômeno da morte física. E acontece que pelo fato de morrermos materialmente falando, nada se modifica para o Espírito desencarnado, pois carregamos conosco os mesmos desejos, os mesmos sentimentos, os mesmos conhecimentos acumulados e continuamos a ter os mesmos vícios e virtudes adquiridos.
OBSESSORES QUE NOS ODEIAM
Geralmente são aqueles Irmãos nossos a quem prejudicamos em vidas pretéritas e que ainda não nos perdoaram e, por isso, estão cheios de ódio, desejando vingança. Precisam ser orientados para que nos deixem em paz, pois os crimes que cometemos teremos que repará-los; para isso estamos reencarnados e eles, as vítimas do passado, não têm o direito de fazer a cobrança com as próprias mãos porque, dessa forma, se assim o fizerem, eles é que se tornarão agora os novos criminosos, acumulando novas dívidas para serem ajustadas. A Justiça Divina é automática e não precisa de cobradores.
Tais Espíritos obsessores precisam ser conscientizados de que eles próprios certamente também estão em débito com a Justiça Divina, pelos deslizes de outras vidas passadas e precisam se preparar para novas reencarnações, onde terão a oportunidade de reparar também os males que cometeram.
São Espíritos que conviveram conosco aqui na Terra, geralmente parentes e amigos queridos, que tinham por nós grande afeição e apego e não se conformam com a separação motivada pela morte física. Desejam continuar ao nosso lado, fazendo as mesmas coisas que faziam, demonstrando o mesmo amor e carinho que animavam por nós. Só que, com sentimentos de inconformismo e até mesmo, às vezes, de revolta pela mudança de planos vibratórios, do material para o espiritual, acabam transmitindo para nós toda a ansiedade causada pela situação. Quando a morte foi motivada por uma doença grave ou por um acidente brusco, inesperado, tais Espíritos costumam repassar para nós, sem se aperceberem, toda a carga fluídica doentia que ainda os envolve, relativa aos acontecimentos que os vitimaram. Há necessidade de orientá-los para que possam ser afastados, por algum tempo, para se prepararem convenientemente, desapegando-se dos laços materiais que existiam, para que no futuro possam até ajudar os seus Irmãos queridos, em visitas periódicas e programadas, mas desta feita com uma visão mais clara das finalidades da vida material.
São aqueles que, quando reencarnados, adquiriram algum vício, a ponto de ficarem dependentes. Ao desencarnarem, levam consigo a mesma dependência, pois que, quem tem os desejos não é a matéria, e sim o Espírito. Por isso, deparamo-nos no ambiente espiritual com muitos Espíritos viciados e dependentes do fumo, álcool, drogas, gula, sexo, jogo, poder, luxúria e dinheiro. Tais Espíritos ficam desesperados por não mais poderem satisfazer os seus vícios diretamente, pois estão desligados dos seus antigos corpos materiais.
Este tipo de obsessão é um dos mais difíceis, pois a cura só ocorre quando o obsediado decide, definitivamente, deixar por completo o vício. Se a pessoa não toma esta decisão, o que acontece é que, pelo trabalho de desobsessão, os obsessores são esclarecidos, orientados e afastados para tratamento. Mas como a pessoa continua a alimentar os mesmos vícios, outros obsessores que entram em sintonia, aparecem para dar continuidade à obsessão.
São aqueles que ficam perambulando na Terra sem objetivo determinado. Quando aqui viviam, dedicavam-se exclusivamente à matéria e, em geral, em nada acreditavam. Muitas vezes não sabem que já morreram, pois se sentem vivos e realmente estão vivos, só que sem o corpo material. Ao se aproximarem de nós, só transmitem coisas ruins, dúvidas e incertezas e, não raras vezes, podem nos induzir às depressões. Estes Espíritos devem ser esclarecidos devidamente para que possam compreender as diferenças básicas entre os Planos Material e Espiritual, e encaminhados para estagiar nas Escolas Espirituais, no sentido de aprenderem a finalidade das reencarnações e se prepararem convenientemente para a continuidade da evolução espiritual.
Obsessores Brincalhões
São Espíritos que querem se divertir as nossas custas, às vezes até com brincadeiras de mau gosto. São Espíritos atrasados, que não estão ainda capacitados a distinguir o bem do mal e não têm noção das Leis de Justiça Divina, de causa e efeito. Precisam ser orientados sobre as responsabilidades do livre-arbítrio, para começarem a pensar na própria vida, na necessidade de progresso, procurando se preparar para novas reencarnações, deixando, assim, de perder um tempo precioso que não volta nunca mais.
Há muitos Espíritos desencarnados sofredores, principalmente aqueles que desencarnaram em situações traumatizantes, através de acidentes, assassinatos e suicídios, ou vítimas de doenças graves. Em geral, não desejam propriamente o nosso mal. Querem apenas ajuda, socorro. Como estão sofrendo, quando de nós se aproximam, transmitem as suas angústias. Estes Espíritos não deveriam estar sofrendo mais nada, visto que o corpo carnal já está desligado do Espírito. Só continuam a sofrer porque os seus pensamentos estão fixos na cena dolorosa do desencarne. Precisam ser medicados com passes anestesiantes para alívio das dores e serem encaminhados aos HOSPITAIS ESPIRITUAIS para tratamento específico, com o objetivo de desviarem as suas atenções para outros fatos importantes, esquecendo o episódio da morte física traumatizante.
É importante esclarecer que as obsessões só existem porque ainda animamos maus pensamentos e agimos sem amor nos corações, deixando portas abertas, às vezes escancaradas, para a penetração dos nossos Irmãos obsessores, com os quais entramos em perfeita sintonia vibratória.
Jesus, nosso Mestre Supremo, fornece-nos nos Evangelhos uma receita simples e eficiente para não cairmos nas teias da obsessão: ORAR E VIGIAR SEMPRE.
Outra atitude profilática é ocupar todo o nosso tempo disponível em trabalhos meritórios e edificantes, pois desta forma o trabalho funciona como verdadeira terapia.
Por: Nelson Oliveira e Souza (Presidente do CETJ )
O Mensageiro – Revista Espírita Cristã do Terceiro Milênio