Em época remota a humanidade de modo geral podia perceber a existência de civilização em outros níveis e dimensões, a presença e a ação de seres espirituais nos planos sutis da Terra. Tal clarividência constituía um fio de comunicação entre o mundo concreto e o universo das energias. Além de conceder conhecimento de como as entidades espirituais se inter-relacionavam, permitia entrever a estrutura hierárquica de valores pela qual pautavam seus movimentos.
No passado era comum que o destino de cada ser humano se criasse em conformidade com sua resposta aos estímulos provindos dos níveis internos do universo. Por isso, o carma, com a rede de laços que tece entre os seres e entre eles e situações materiais, não exercia influencia tão forte como a de hoje. Transformava-se com mais facilidade, devido à maior interação dos homens com as energias construtoras do mundo manifestado. Havia impessoalidade nos relacionamentos humanos e em geral os grandes feitos não eram vistos como realização de algum indivíduo, mas sim como obra divina.
Naquele tempo, o ego não estava tão consolidado e dominante como se tornou depois. A tendência ao autocentramento não era suficientemente forte para bloquear a percepção da unidade da vida. Entretanto, pouco a pouco os seres humanos foram perdendo a capacidade de ver o universo dessa maneira, foram deixando-se sugestionar pelo mundo dos efeitos, distanciaram-se do conhecimento das causas dos fatos visíveis. Longo tempo passaram nesta escuridão.
Na época atual, por fim, a humanidade está em via de restabelecer o contato com planos sutis e, em alguns de seus membros, o ego começa a ser conduzido e absorvido por um núcleo suprafísico - a alma.
No entanto, a clarividência já não é forma segura de estabelecer esse contato. A evolução deu aos seres humanos condições para obter um conhecimento vivo, direto, que prescinde de formas e de imagens.
Sempre que as perspectivas superficiais e a busca de estímulos materiais deixam de prevalecer, esse novo modo de penetrar os mundos invisíveis pode efetivar-se - o que constitui considerável avanço para a raça humana. O tipo de saber facultado por ele é fruto da vivencia da lei espiritual e de experiências fora do tempo-calendário. (...)
(...) Depois de milênios em que a mente humana foi paulatinamente mergulhando na densidade material, o relacionamento consciente com os mundos sutis tornou-se, para muitos, necessidade premente. Aspectos internos do universo começam a ser desvelados, porém de modo gradual, pois esse processo requer transformações e expansões de consciência. A trajetória pelos mundos internos traz ampliações cada vez maiores: a cada avanço revelando-se novos matizes da energia, estabelecem-se novas sintonias, abrem-se espaços para novos conhecimentos.
Os modos de fazer essa busca são incontáveis, pois infinitamente diversificado é o potencial disponível no interior dos seres. No decorrer da existência esse potencial se renova sem cessar, embora raras vezes alcance a consciência externa. Tão-somente por dádiva divina, pela Graça, surgem oportunidades de o individuo destacara-se do bulício mundano e ingressar num estado de consciência profundo, mais puro e autêntico. Embora se entre com maior facilidade nesse estado durante o sono, pode-se também chegar a ele enquanto desperto, cultivando a interiorização.
Em condições de recolhimento especial, informações inéditas imprimem-se na consciência e transformações se realizam. Dessa maneira, em silêncio, repercutem no crescimento não só do que recebe, mas da humanidade como um todo, já que ela constitui uma única vida.
Penetrar nos mundos invisíveis, internos, é também escolha dos que estão à procura de solução para os problemas deste planeta, já que ali há respostas para as questões que hoje se apresentam.
Ao buscarem esses mundos, passarão por provas e serão estimulados a abandonar os meios que inicialmente utilizaram para obter essas soluções.
O conhecimento direto, adquirido sem visões ou análises, é próprio daqueles cuja alma despertou para realidades que a transcendem. Embora o contato com a alma seja um dos passos que a humanidade está sendo conduzida a dar, sabe-se que o caminho ascensional não termina aí; em níveis mais elevados que o anímico há uma consciência espiritual. De tal consciência, por muitos chamada de espírito ou de *mônada, emanam impulsos muito diferentes dos originados da alma. As* mônadas interagem umas com as outras de maneira distinta da que interagem as almas, não só no grau de voltagem e de pureza energéticas, mas, sobretudo na abrangência das tarefas que realizam segundo um grande plano evolutivo. A principio misterioso, esse plano gradualmente se desvela ao observador sincero e atento.
Quando o contato com a alma é firmado, o ser humano torna-se mais silencioso, penetra escalas vibratórias mais sutis e alcança harmonia até então desconhecida. Pode-se dizer que todo o universo é expressão de um som formado de infinitos acordes, por sua vez compostos de incontáveis notas emitidas pelos seres viventes nos vários níveis da existência cósmica. A própria vida é essa musica, reverberação da palavra. Os que seguem a lei do silêncio vão descobrindo os segredos desse som. Essa lei é uma das que governam a manifestação da existência cósmica e a revela.
Pode ser conhecida à medida que se amplia a consciência. Até o presente, poucos aceitaram os seus impulsos e efetivaram as transformações requeridas; mas o que o fizeram plenamente ultrapassaram a órbita terrestre e hoje prestam serviço em distantes pontos do cosmos. (...)
(...) A consciência humana expande progressivamente o seu enfoque: passa do âmbito individual para o grupal, em seguida para o planetário e depois para o cósmico. Fronteiras individuais vão sendo desfeitas à medida que o serviço evolutivo é realizado.
Ao ingressar em níveis mais elevados, a consciência contata energias unificadoras, vai além das dicotomias e cada vez mais se reconhece integrada no Todo. Essas expansões são parte de um caminho infinito, composto de descobertas imprevisíveis. (...)
(...) “O estado de oração brota do nada querer, da entrega”, disse a jovem. “Dei-me conta de que precisava descobri-lo sem ambições, ciente de que só vamos adiante com persistência, sem esperar encontrar, nos primeiros passos, a comunhão com os mundos invisíveis. Na realidade, com o passar do tempo aprendi que em etapa alguma deveríamos esperar por isso. É quando nos esquecemos da busca que a comunhão se realiza.”
Nas etapas iniciais do caminho, o eu consciente é como uma criança que aprende a escrever e, por ainda não saber colocar as letras no papel prontamente, desenha-as uma a uma, com acurado empenho. O objetivo principal dessas etapas é afrouxar laços, amenizar paixões, controlar impulsos psíquicos. Mas, apesar de elas serem propostas à consciência externa do ser, só consegue cumpri-las com ajuda interior. (...)
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Glossário:
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MÔNADA:
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Trechos extraídos do livro:
CONTATOS COM UM MONASTÉRIO INTRATERRENO
Trigueirinho - páginas 9 a 14 e 19.
Editora Pensamento – 1995
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