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A CEGUEIRA FÍSICA E A ESPIRITUAL

 

O deficiente visual enxerga pelo sentimento, pela essência da alma, enquanto o cego espiritual não tem essa percepção; se limita às formas, ou seja, ao exterior das pessoas.

 

            Quem não se lembra da passagem na bíblia do cego de Jericó? Ela diz que quando Jesus aproximava-se de Jericó, à beira do caminho estava sentado o cego Bartimeu, pedindo esmolas. Quando ouviu o ruído eufórico da multidão que se aproximava, o homem perguntou o que se passava. Então responderam que era Jesus de Nazaré que estava vindo. Bartimeu, então, começa a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”. Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calassem, mas, Bartimeu gritava ainda mais forte. Jesus parou e mandou que lhe o trouxessem. Chegando perto, o Mestre perguntou: “Que queres que te faça?”. Ele respondeu: “Senhor, que eu veja”. Jesus lhe disse: “Vê! Tua fé te salvou”.

            Este é apenas um dos casos de cegueira que Jesus curou. Mas ainda temos uma passagem ainda mais fascinante e espetacular que é a conversão de Paulo de Tarso, que perde a visão na entrada de Damasco, se desequilibrando e caindo do animal. Emanuel descreve no livro As Marcas do Cristo, de Hermínio C. Miranda, este momento: “Parece dilatar-se ao infinito. Outra luz lhe banha os olhos deslumbrados e no caminho, que a atmosfera rasgada lhe desvenda, vê surgir a figura de um homem de majestática beleza, dando-lhe a impressão de que descia do céu ao seu encontro. Sua túnica era feita de pontos luminosos, os cabelos tocavam nos ombros, à nazarena, os olhos magnéticos imanados de simpatia e de amor, iluminando a fisionomia grave e eterna, onde pairava uma divina tristeza”. Ali iniciava o dialogo histórico:

“Saulo... Saulo... por que me persegues?”

“Quem sois vós, Senhor?”

“Eu sou Jesus”

 

            Então, o mestre o toca no ombro com ternura e diz paternalmente:

“Não recalcitres contra os aguilhões”.

 

            Então, Saulo entende o recado. O Cristo o havia chamado por todos os meios e todos os modos. Naquele momento ele se rende e chora copiosamente. Seguindo as instruções do Cristo, ele entra em Damasco. Hospeda-se em uma estalagem. Fica por três dias e três noites sem a visão, sem se alimentar e sem beber. Permanecendo em rigorosa disciplina orando e refletindo. Ananias, que seria a próxima vítima de Saulo, é o instrumento do Cristo para fazer Saulo enxergar novamente. Como diz Emanuel: “A ovelha perseguida vinha buscar o lobo voraz”. Mas o que se segue é uma cena comovente e emocionante quando Ananias, ao proferir uma prece, restitui a visão de Paulo de Tarso que passaria a ser defensor do cristianismo.

 

BUSCANDO A CAUSA

            A cegueira faz com que a pessoa enxergue pela alma. Às vezes, é difícil entender estas palavras, mas se Deus é justo a causa tem que ser justa. Não existe o acaso. Sendo assim, não havendo explicação na vida presente, tem a ver com a vida pretérita.

            A cegueira é uma experiência compartilhada com aqueles que vieram com a responsabilidade e compromisso de amparar o deficiente visual. Algumas vezes, podemos presenciar o inverso, ou seja, o deficiente visual reerguendo aqueles que, estando ao seu lado, se perderam na vida e precisam de uma direção. Esta direção acaba vindo de quem não enxerga com os olhos, mas com a alma.

            Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo “Bem-aventurados os que têm os olhos fechados”, podemos ler sobre uma senhora, cega, que ora para Vianney, cura d`Ars - que apesar de ter atuado no seio da igreja católica, é considerado um dos maiores médiuns de todos os tempos, inclusive integrando a Falange do Espírito da Verdade, participando da codificação do Espiritismo – para que pudesse voltar a enxergar.

 

            Vianney considera o assunto da seguinte forma:

“Não sei fazer milagres sem que o bom Deus o queira. Todas as curas que pude realizar e que vos foram assinaladas não as atribuais senão àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, olhai sempre para o céu e dizei do fundo do coração: ‘Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que a minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve até vós com a brancura que possuía quando a criaste’.

 

            Vejam que Vianney enfatiza que antes da cura física que seja curada a alma. E ele deixa uma mensagem para a senhora que lhe dirigia a prece: “Espera e tem ânimo! Se eu te dissesse: Minha filha, teus olhos vão abrir-se, como ficarias contente! Mas, quem sabe se esse contentamento não ocasionaria a tua perda! Confia no bom Deus, que fez a felicidade e permite a tristeza! Farei tudo o que me for permitido em teu favor; mas, por sua vez, ora e, sobretudo, pensa em tudo quanto acabo de te dizer”.

            Não podemos deixar de falar da cegueira espiritual que atinge boa parte da humanidade, quando, por exemplo, os acontecimentos a nossa volta são ignorados mesmo sabendo de sua gravidade, mas como não nos atingem diretamente, achamos que nunca irão nos afetar.

 

UM PROBLEMA SOCIAL

            A cegueira espiritual está espalhada na vida social, familiar, profissional e até mesmo na religiosa. É como se houvesse uma venda cobrindo os olhos das pessoas que querem enxergar somente o que lhes convém.

            Quantas cegueiras espirituais no seio da família, negligenciando acontecimentos tão sutis como o envolvimento de um filho no mundo das drogas ou em qualquer outra situação deplorável que necessite socorro. Citamos especialmente a família por que nela estão aqueles que convivem conosco diariamente.

            O deficiente visual enxerga pelo sentimento, pela essência da alma, enquanto que o cego espiritual não tem esta percepção; se limita às formas, ou seja, ao exterior das pessoas, não interpretando a essência. Um exemplo disso é quando o deficiente visual conversa com outra pessoa... Ele consegue sentir nas palavras de seu interlocutor o sentimento, enquanto que a cegueira espiritual vê somente as formas, não compreendendo a realidade dos fatos.

            Precisamos registrar aqui o trabalho fenomenal do Instituto de Cegos do Brasil – ICBC, localizado em Uberaba-MG. Fundado em 1942 pelos professores Antonio Simões Borges e Cléver Novais, o Instituto de Cegos do Brasil Central é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, beneficente, de assistência social, educacional e de saúde. Com uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, desenvolve suas ações com certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social desde 1963. Reconhecido como Utilidade Pública Municipal e Federal, oferece serviços gratuitos de habilitação e reabilitação para pessoas cegas e com baixa visão, em regime de internato, semi-internato e externato.

 

 

 

REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO  -  POR:  MARCO TULIO MICHALICK

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“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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