A CENTELHA DIVINA

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas.

Seria o ser humano o resultado ou o propósito da sua imaginação? Seria o ser humano um contexto limitado, dentro do ilimitado? Seria o ser humano um produto ou uma consciência tolhida, num universo inexpressível que ele próprio projetou e se fez refém?

O antagonismo ainda impera dentro nos nossos incontáveis EUS. Por isso mesmo buscamos apenas as respostas, que supostamente poderão ser encontradas, nas incertezas e encruzilhadas em que nos metemos, num mundo de desejos inerentes aos prazeres da matéria.

A expressão separar o joio do trigo tem muitas interpretações. Sob os auspícios do antagonismo, podemos nos deparar com milhares de questionamentos, discernimentos e conclusões. Sabem por que digo isso? Simplesmente porque queremos e elegemos como prioridade, algo que possa satisfazer o EGO. Quando o ego se pronuncia, o MEDO emerge das sombras, para nos atormentar, nos impacientar, nos tornar reféns de uma realidade contraditória.

A mesma expressão, desta feita sendo um parâmetro intrínseco, muda completamente o foco da razão e da absorção consciente, com relação a nossa divindade. A separação deva se processar dentro de nós. Os argumentos surgem como sendo uma lavagem do corpo, como forma de purificar a alma. Conhecer e aperfeiçoar as nossas tendências, identificar e combater desejos inatos, encontrar e fazer desaparecer o individualismo são atitudes de separação.

Ninguém muda ou separa sem que haja algo superior. O estimulo existe em todos os momentos e ocasiões. E o desejo consciente que alavanca a redenção; e, consequentemente a emancipação do todo. A centelha divina é bastante sutil. Ela existe e somente se pronuncia, em toda a sua plenitude quando aceitamos conscientemente a sua verdade.

A verdadeira separação deva acontecer no íntimo, no interior de cada um. É um tipo de separação que deva se operar com o sopro da humildade, da disciplina, da dedicação e da determinação. Os tempos se pronunciam em acordes divinos bastantes diferentes. Cada um deva assumir a sua verdadeira personalidade.

Honrar os compromissos é uma questão de honra; mas, convenhamos que não assumir determinados e muitos compromissos inócuos, pelo simples desejo de materializar a nossa ambição, se pronunciaria e estaria cadenciada com a nossa capacidade de ser honesto, com nós próprios.

Imaginamos muitos plantios. Selecionamos muitas sementes. Encontramos o momento propicio para o semeio. Nesta odisseia vimos muitas sementes apodrecerem antes mesmo de podermos planta-las. Muitas plantas não nos fizeram satisfeitos, pela qualidade dos frutos produzidos. Nesse palco externo sofremos pesadas baixas dos valores e estimas pessoais. Em contrapartida, nestes novos tempos, o campo está dentro de cada um de nós.

A ascensão tão propalada, nada mais o é, senão o reencontro com nós mesmos. Não mais podemos nos colocar na condição de vitimas, porque nos foi dado o direito de sermos os atores, com vontade e sabedoria própria. É claro que seremos e estamos sendo assistidos, é claro que seremos “ajudados” e não manipulados.

Eis, portanto, o mistério da grande separação. Sejam felizes no plantio e na hora da colheita cheia de abundância espiritual.