A chispa nascida no seio do Criador.

[ismael de almeida]

Desde a eternidade , antes que o Tempo existisse, a Suprema energia, resplandeceu como um imensidão de fogo,irradiou partículas de luz , de si mesma, e estas divinas chispas, se expandiram por todos  os universos. Nasceram os primeiros germens do Eu Divino, o espírito imortal, o Eu Superior!

O eterno Absoluto não tem pressa, e a jornada na eternidade daquelas chispas divinas nascidas no seio do Criador,começou do infinito para o infinito, do “não tempo “para a eternidade.

Eons e eternidades se perderam no tempo-espaço,  e os segredos foram guardados por céus emudecidos.A chispa buscou a si mesma, buscou uma identidade, uma lembrança interior, vibrava como  redemoinho de força descomunal.A impressão de desterro, a  saudade de algo existente mas desconhecido, alfinetou,  o Eu Sou, em busca de si mesmo. Eternidades de eternidades rolaram na esteira do tempo, até que a lembrança interior revelou a divina hereditariedade. A partícula era filho de Deus, nascida do amor! 

Da saudade e da solidão nasceu a primeira oração do eterno filho do Supremo amor!

A luz e o amor se abraçaram e voaram pelo infinito, buscando o Eterno Invisivel !As mansões celestiais abriram os seus portais, e a evolução humana teve inicio, sob a proteção celestial.E o Pai, disse: vêm em meus braços amados do meu coração. Eu os espero desde eternidades. E as almas, ébrias de luzes e amor, iniciaram a grande jornada de retorno ao Lar, de onde um dia saíram.

Mas ao começarem a jornada de regresso, conheceram a medeia , o pirilampo de ouro e o rei Midas de coroa de latão que refulgia como ouro..A alma foi tentada, embrenhou-se no matagal  do “não eu” e perdeu-se no brilho da coroa da  fascinação! A alma esquecida de sua origem, ébria de volúpias, conheceu uma princesa , ornamentada com raios de luar.  Lilith, a deusa da lua. Enfeitiçada de volúpia e iludida pelo brilho da falsa corroa do rei Midas, perdeu-se na inconsciência do “não ser”. A volupia continuada saciou o desejo que cansado de si mesmo, enojou-se de sua própria imagem.

A desilusão, a saciedade , o vazio da fatuidade, desconcertaram a divina chispa, que saudosa de seu Lar divino, abandonou Lilith, a medeia da ilusão, a fascinação do rei Midas e de joelho orou ao Supremo amor.

O Pai, o Eterno Invisivel,  abriu os braços para esperar o filho pródigo, e a jornada de regresso , teve inicio, com a ajuda das potencias do Eterno Amor!

Quando a alma cansada e desiludida sente a fatuidade , o vazio, da fascinação da matéria, sente saudades do Lar, Fonte divina de onde surgiu, e como o filho pródigo da fábula busca o caminho de regresso. A jornada é longa , espinhosa, solitária e triste. No regresso , precisa carregar a cruz que criou com seus pecados, pois não pode pelas leis divinas, deixar o mundo contaminado, com o caustico dos maus pensamentos, lodo escuro de aspecto asqueroso. A cruz, é o símbolo de sua falácia, o peso de suas negligencias, o desrespeito a si mesmo, e ao espírito imaculado.

O sofrimento, é a água pura e energizada que irá lavar o seu corpo repleto de sujidades.

Tempo, luz e amor, é a força divina, que levará de volta à sua origem o filho pródigo.