Num mundo poluído
energeticamente, como o que vivemos, é de fundamental importância
que tenhamos em nossa casa um local para sentarmos, nos acalmarmos e
conversarmos com Deus. Nesse exercício de meditação, procuramos
acalmar os nossos pensamentos através da busca de um silêncio
interior, ou de mantras, que podem ser as orações tradicionais (Pai
Nosso, Ave Maria etc.) bem como afirmações, decretos, sons, etc..
O que importa é, pelo
exercício freqüente dessa prática, procurarmos nos libertar
gradativamente do comando do nosso pensamento, que nada mais é do
que um instrumento do nosso Ego para atender os seus próprios
desejos e anseios, em sua maioria 'ego-ístas'. Qualquer pensamento
que comece pela palavra "Eu" ou que tenha uma forte
conotação de "Meu" e "Minha" é, em si, falso e
enganoso, embora pareça real e verdadeiro. O nosso Ego é uma
criação da nossa persona, para orientar o rumo na vida, um rumo
geralmente cego e sem sentido. E o pensamento faz de tudo para que
permaneçamos nesse rumo, acreditando e nos fazendo acreditar que
somos nós que estamos pensando e querendo coisas, ansiando por
aquelas coisas, que somos nós que somos ansiosos, impacientes,
angustiados, tristes, magoados, abandonados, quando, na verdade, é a
nossa persona que se sente assim e através de seu representante, o
Ego, nos transmite essas sensações; parece que somos nós, mas não
é assim.
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Qual a importância de
ter em casa um local onde sentar comodamente ou deitar, relaxar,
acalmar os pensamentos da minha persona, e procurar encontrar-Me?
Saber onde Eu estou... Certamente estou em minha persona, mas ela é
apenas uma parte infinitesimal de mim, e tem 1 metro e 70 centímetros
de altura; mas, como acesso o restante de Mim? Como consigo me
libertar do domínio que o Mauro exerce sobre Mim? Como consigo fazer
com que o Ego atual Me obedeça? Os meus pensamentos, sendo oriundos
do Mauro, não irão colaborar em nada para isso, preciso me libertar
desses pensamentos, preciso parar de pensar, não querendo parar,
mas, sim, não querendo nada. Como isso é possível?
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Um local em casa,
bonito, calmo, silencioso, confortável, onde o Mauro possa ficar de
vez em quando, aprendendo a parar de pensar, pode fazer com que, aos
poucos, ele comece a libertar-se de si e consiga ir Me encontrando.
Eu estou aqui em cima, ele precisa subir até aqui, mas essa subida
não é difícil, trabalhosa, uma tarefa árdua; pelo contrário, é
como um balão, quanto mais leve, mais sobe. Onde está o peso que
impede a subida? Nos pensamentos e nos seus representantes
emocionais, os sentimentos. Onde está a leveza que permite a subida?
No não-pensamento.
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Num local assim, onde
possamos permanecer algum tempo não-pensando, não-querendo,
não-desejando, podemos nos libertar, dia-a-dia, de nós mesmos, dos
nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, e irmos nos endereçando
para um local muito mais arejado, mais leve, onde tudo é diferente,
onde se começa a sentir uma paz e um conforto, e onde podemos
encontrar Deus com mais facilidade. Deus está em tudo, mas em locais
assim podemos percebê-Lo mais facilmente. E ali está a alegria, a
felicidade, a bem-aventurança, a serenidade, ali acabam nossos
problemas, terminam os nossos sofrimentos, se encerram nossas dores.
Ali nós suspiramos profundamente e nos entregamos.
Onde está o
sofrimento? Parece que está nas coisas, no que aconteceu ou está
acontecendo conosco, o que queríamos e não temos, o que tínhamos e
perdemos, mas se examinarmos bem direitinho, de cima, o sofrimento
está no nosso pensamento, em como vemos, percebemos e assimilamos o
que nos causa sofrimento. Geralmente confundimos as coisas com o
nosso pensamento a respeito das coisas e não é a mesma coisa. Como
diz um dito popular: "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa!". Eu perco algo muito importante e isso me causa um
enorme sofrimento, onde está o sofrimento? Na perda ou como eu penso
isso? A perda é a perda, o sofrimento está no meu pensamento a
respeito dessa perda. Se eu não posso fazer nada em relação à
perda, existe uma saída! Eu posso mudar meu pensamento a respeito
dela! Mas isso vai depender de quem está comandando o pensamento
sofredor: a minha persona ou Eu?
A minha persona sofre
porque perdeu algo ou alguém, Eu nunca perco nada. Por que nunca
perco nada? Porque Eu nunca tive nada, quem tem coisas é minha
persona. Quando morreu o pai do Mauro, o que aconteceu? O Mauro
perdeu o pai, Eu não tenho pai. O Mauro ficou sem pai, Eu estou
junto com aquele Espírito que tinha o rótulo de pai do Mauro, o
Mauro ficou só, triste, Eu me sinto bem, estou junto com quem foi
seu pai. O Mauro sofre, Eu observo seu sofrimento. Ele não entende
por que isso aconteceu, por que tinha de perder seu pai, Eu sei.
Se o pensamento (e os
sentimentos) estiverem sob o comando do Mauro, ele padecerá de um
sofrimento muito maior do que necessitaria, por um tempo muito maior
do que deveria. Se o Mauro tiver um local em casa para meditar (parar
de pensar), Eu poderei assumir o comando e transmitir a ele o que
sei, o que ele precisa lembrar, o que deve entender a respeito da
Vida, da Morte, da Impermanência, do Desapego, da Libertação, da
Felicidade. O Mauro pode não me escutar e continuar sob o comando do
seu próprio pensamento e os sentimentos que advém desse comando, e
afundar na tristeza, na depressão, na saudade; pode até estragar
sua encarnação por isso e até suicidar-se, literalmente ou através
de uma doença grave, enquanto isso, Eu aqui de cima fico observando,
aguardando quando ele irá abrir mão do comando e me passar essa
tarefa, para que Eu possa falar com ele, explicar tudo, lhe ensinar
como as coisas são e, sob o meu comando, ele conseguirá amenizar a
sua dor, libertar-se da autopiedade egoísta e do seu sofrimento
egocêntrico e infantil.
Daí a importância de
ter um local em casa, para diariamente acalmar-se e conversar com
Deus e encontrarmos o nosso Eu.
Autor: Dr. Mauro Kwitko
Pesquisa do texto: ISSARRAR
Postado por Sandra Meirelles
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