AGRESSOR DE JESUS
Uma história de muita dor que é transformada em flor pelo amor do perdão. Este é o relato do Momento de Luz desta terça.
A cura não se resume a um processo mágico. É um milagre, mas um milagre interno, individual, muito mais do que fenomenológico. Acompanhem a história desta reforma íntima de um ser que se desiludiu com Jesus, mas soube acolher as suas responsabilidades e seguir em frente.
A ignorância e o conhecimento ministrados na dose certa, no momento certo, são importantes para superarmos as dificuldades e os erros do passado. Mas mais do que o apego ao passado, a história de hoje nos abre uma bela possibilidade de trabalho pelo futuro.
Trabalhemos então.
AGRESSOR DE JESUS
Numa reunião mediúnica, o coordenador intuiu que deveríamos começar os trabalhos mentalizando a casa espírita, pois é eventualmente alvo de agressões das criaturas inconformadas com o sucesso da ajuda ao próximo.
Não raras vezes, esta ajuda contraria interesses de gangues formadas na espiritualidade para atacar encarnados e desencarnados, que por um motivo qualquer despertou ou desperta a ira destes espíritos ensandecidos, cujo objetivo é a vingança ou o poder nos dois lados da vida.
Principiada a reunião, uma médium intermediava a comunicação de um espírito violento e raivoso, que, descoberto, aclara suas intenções de destruir o grupo, para acabar com esta “palhaçada” que, segundo ele, se processa em nome de um individuo (Jesus) que nada mais é do que um marginal enganador.
É palpável o ódio no coração endurecido, seu linguajar magoado destila toda a violência incontida, suas falas trasandam entre a loucura gerada pelo ódio e a vil esperteza de achar que tem a solução para nos destruir, numa estratégia de desgaste por confronto entre os participantes, subjugando os trabalhadores através do hipnotismo induzido, potencializando defeitos, usando nossa pequenez.
O doutrinador usa todo sua paciência, dialogando e confrontando idéias, quanto mais fala mais provoca sua ira. O objetivo é justamente fazer uma catarse, de maneira que coloque para fora todo seu drama que, justo ou não, esta impregnado em sua alma dolorida.
No alto de sua ira, para nos convencer da justeza de suas ponderações coloca sua causa, pois, percebe que sua ira não nos amedrontava, embora o respeitássemos. Era sua tentativa final, pois não conseguira dominar-nos como era sua intenção.
Estava ele em local onde ficavam as criaturas acometidas da hanseníase, da qual era portador, suas carnes pútridas caíam aos pedaços, suas dores físicas e morais eram insuportáveis. Estava naquele Valle, curando algumas criaturas, um homem que chamavam de santo, curou vários doentes, e trazia em suas palavras otimismo e esperança.
Acercou-se, saindo do buraco onde se escondia, que o protegia do sol e da vergonha que a doença provocava. Em determinado momento aquele olhar se cruzou com o seu, era um olhar meigo e profundo, um raro momento de esperança, uma suplica silenciosa pairou no ar para que esse Jesus viesse amenizar suas dores.
Apesar de poder, não quis se aproximar dele, ignorando-o, a esperança que vislumbrara naquele olhar se desvanecia e se transformava em ódio, jogando-o no poço escuro da violência, que foi cultivada em toda essa larga caminhada de 2.000 anos.
Como não o encontrava para sua vingança, tentava atingir aqueles que seguiam seus mentirosos ensinamentos de amor ao próximo, já que para ele, era uma falácia de um hábil enganador.
Depois de muito dialogo, pois havia de fazê-lo entender que alguma limitação vira Jesus para não poder curá-lo, assim como não pôde curar muitos outros indivíduos que não estavam preparados para receber o que o mestre podia lhes dar. Pois Jesus dizia: não fui eu, mas tua fé que te curou.
À medida que se acalmava, foi sendo levado à regressão hipnótica, onde se vê, na sua juventude a serviço de Herodes, matando crianças, para que pudesse eliminar o perigo de deixar crescer o REI DOS JUDEUS. Conforme propalado pela população, (que este havia nascido).
Surpreso e arrasado por ver o quanto criminoso era e, no entanto, não tivera essa lembrança, só lhe restava e lembrança que marcara o sofrimento. Começou a compreender que Jesus não o curara porque a lepra era uma benção para a sua regeneração e sua cura era a própria lepra.
No estado emocional refeito, aceitava as ponderações e o sofrimento como algo que ele buscara para si, alongando-se no tempo por seu ódio. De repente começou a ver as crianças que ele matara, vestidas e brilhando como anjos, sorriam, perdoando-o, bailando no ar como se asas tivessem. Era o sublime ato de amor de Deus para consigo. Chorava sem desespero, mas de felicidade e arrependimento.
Mais um filho que retorna ao rebanho. Sem dúvida, Jesus sorria meigamente e nós acompanhávamos a metamorfose, respeitosamente, doando os parcos recursos de que dispúnhamos, sabendo que muitas vezes nossa lepra moral ainda viaja no éter para nos reequilibrarmos diante das leis divinas.
ACA
09/11/05
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