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AS SABEDORIAS DE SALOMÃO - 9a Sabedoria... ''Relacionamentos''


Descobri que na vida existe mais uma coisa que não vale a pena: é o homem viver sozinho, sem amigos, sem filhos, sem irmãos, sempre trabalhando e nunca satisfeito com a riqueza que tem. Para que é que ele trabalha tanto, deixando de aproveitar as coisas boas da vida? Isso também é ilusão, é uma triste maneira de viver.

É melhor haver dois do que um porque duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais.

 

Agora que já conhecemos o que é a vida e como se processa, podemos compreender alguns de seus fatores. Seguindo o estudo de Salomão, vamos falar dos relacionamentos entre os seres.

O Sábio afirma que é melhor estar acompanhado que só, pois cada um pode auxiliar o próximo gerando maior lucratividade para ambos. Daí surge a primeira verdade: o ser humanizado precisa viver em comunidade.

Aqueles que se afastam do convívio com as demais pessoas para não pecar (ir contra a vontade do universo) estão ganhando pouco. Não aproveitam toda encarnação. Como ensinado, se não fazem o mal, também não fazem o bem. É preciso conviver harmonicamente com as coisas do Universo para se alcançar a integração com o todo. A fuga não leva a isso.

É para harmonizar-se com o todo que a ação universal utiliza-se das coisas para interagir com o ser. Promove ações para combater a verdade do ser humanizado, mas isso não pode ser feito sobrenaturalmente, fora da realidade humana. Se Deus não fizesse o ser humanizado alterar suas verdades por ações materiais, mas por comprovações materiais, não haveria a prova da fé, a evolução não teria valor.

Se for preciso que Deus compareça pessoalmente para ensinar o que está perfeito, o ser universal não teria se reformado integrando-se ao Universo, mas se sentiria submisso a Deus. Seria uma rendição à verdade universal e não um abandono de verdades individuais.

Por isso todo processo precisa ser natural, ou seja, estar dentro da lógica humana. A ação universal existe, é fato, mas se processa através de instrumentos materiais e pela lógica humana, para que, pela evolução por amor, o ser possa universalizar-se. É por isso que a ação universal acontece através dos seres humanos e na prática de seus atos.

Comandando as ações dos seres sem que esses percebam, a ação universal preside a ação. Ao ser humanizado, restrito às percepções que os seus órgãos do sentido conseguem captar, cabe imaginar que está agindo livremente, sem interferências do Universo, na ação que está praticando. Exercendo a fé dentro dessa visão o ser universalizar-se-á, exercendo a adoração a si mesmo, individualizar-se-á ainda mais.

Se há duas realidades, a ação universal comanda um relacionamento e o ser humanizado imaginando que preside a ação, o exercício da fé é escolher a quem servir: Deus ou a si mesmo. Para auxiliar nesse trabalho de fé é que estamos conhecendo as verdades da sabedoria de Salomão. Vamos, portanto, compreender as duas realidades quando de um relacionamento.

Para o ser humanizado tudo o que existe tem que passar pelos seus órgãos do sentido. O que ele vê através dos olhos, o que cheira pelas narinas, o que prova pelo paladar, o que ouve pelo ouvido e o que é percebido pelas sensações físicas (tato) do corpo é a realidade. Para alguns existem outras sensações: o que é percebido pelo sexto sentido. São sensações não materiais e inexplicáveis. Coisas que ele não consegue definir nem captar como as percepções dos outros órgãos do sentido.

Ver para o ser humano se traduz em materialidade. O que ele vê é material, existe. Já as coisas que são captadas por esse sexto sentido não são consideradas materiais, pois a percepção é imaterial. Pela dificuldade de palavras diremos que o que é captado pelos cinco sentidos é percebido, o que é captado pelo sexto é sentido.

Esse sexto sentido, ou sensações das coisas espirituais, não é generalizado. A capacidade de sentir essas coisas todos os seres humanos possuem, mas alguns, por falta de fé (crença) acabam inibindo a sensação. Assim, essas sensações são, na maioria das vezes, desprezadas pelo todo do planeta colocadas no campo das crendices ou superstições.

Isso ocorre devido á falta da fé necessária gerada pela incapacidade de se alcançar a percepção. No entanto, elas existem, são verídicas. Quando essas coisas são sentidas, fazem parte do mundo do ser humanizado e estão aí para auxiliá-los na sua tarefa. Através da crença em sua existência pode este ser dispor do que sente e, ainda, aprofundar-se mais no invisível, conhecendo outros elementos do universo não podem ser percebidos.

Utilizar o sexto sentido auxilia no trabalho de evolução, mas, como disse, é preciso acreditar no que escapa aos outros órgãos do sentido. Quando o ser humanizado descrê do que sente sem comprovação física, o manancial de elementos do invisível é permanece oculto a ele. O ser universal vivendo a vida carnal perderá a capacidade de contar com esses elementos para a compreensão da realidade.

Se esses elementos existem, se estão no planeta, são instrumentos da ação universal, concorrendo nas ações, compondo a realidade universal. Ao eliminá-los da compreensão do que está ocorrendo, o ser humano já não possui mais todos os elementos para compreender a realidade. A capacidade de alcançar as sensações do sexto sentido é para todos, mas apenas a crença na existência de coisas imateriais determinará o grau de utilização desse sentido na vida do ser humanizado.

Já os outros sentidos não: eles estão sempre presentes. Com maior ou menor capacidade de perceber as coisas, todo homem utiliza os seus cinco sentidos. Mesmo que não possua o órgão do sentido, o ser humano alcança a percepção.

Ver não é olhar, mas dar forma a coisas. Perceber pela visão um determinado objeto é reconhecer a forma que ele tem. Mesmo que o ser humano seja cego de nascença, pelo tato e demais sentidos forma uma imagem do objeto, como se tivesse visto. Portanto, mesmo sem visão, a percepção é alcançada.

No entanto, a capacidade das cinco percepções não garante ao ser humanizado a penetração completa na realidade. Toda a sua percepção é restrita em um campo de ação. Imagina-se super potente e por isso capaz de perceber tudo o que está acontecendo no ambiente. Isso lhe afirma que pode compreender toda a realidade. Apesar desse super poder ser facilmente contestado, o homem continua achando-se capaz de reconhecer a realidade das coisas.

Há animais que enxergam muito mais longe que o ser humano, mas esse continua imaginando que apenas o que enxerga é que existe. Apesar das suas percepções visuais serem restringidas por causa do campo de visão que possui o ser humanizado só acredita no que vê.

Cuidado, pode haver seres vivendo junto com você o tem inteiro lhe acompanhando sem que saiba, sem que se dê conta de sua existência. Não estou falando de seres imateriais, mas daqueles que podiam ser percebidos por sua visão. Apesar de poder vê-los, não acredita neles, porque não os vê.

Um ser humanizado jamais consegue ver o que está atrás de si. Por mais, que se vire, sempre estará de costas para algo e esse não poderá ser percebido, pois está fora do campo de visão. Imagine uma pessoa muito ágil e capaz de perceber o mais leve movimento seu. Ela poderia esconder-se atrás de você e viver toda a sua existência nas suas costas.

Cada vez que você se virasse ele acompanhava o seu movimento fugindo ao campo de visão. Assim passaria toda a sua existência lhe acompanhando e você não saberia. Mas não precisaria ficar só atrás das suas costas. Poderia ficar acima ou de qualquer dos lados: desde que se movesse junto com você estaria sempre fora do alcance da sua percepção.

Esse ser estaria presente o tempo todo, mas para o ser humanizado não existiria, pois ele não o viu. Não é só aquele que habita matérias diferentes que não são percebidos pelo ser humano, mas todos que não forem percebidos (penetrarem no campo de visão) não estarão presentes no momento da ação. Não participarão da realidade para o ser humano.

As restrições ás percepções da visão não param por aí. O ser humano só vê o mundo grande. Para que as coisas existam para ele é preciso que possuam dimensões perceptíveis pelos seus órgãos do sentido. O que não possui essa dimensão não existe, não compõe a realidade.

Olhe para a parede: o que vê? Parede? Onde está o tijolo, o cimento, terra, areia e a tinta que você sabe que existe ali? Você não vê, por isso não existe. É porque você não vê que a tinta está ali que ela não participa da realidade parede? Não, ela compõe a realidade parede pintada, mas o ser humanizado foge a essa realidade porque não viu a tinta.

Não vive a realidade porque, apesar de já ter visto como se faz uma parede, talvez até essa mesma, conheça os elementos necessários para erguê-la, agora, depois de pronta, tudo isso desaparece porque não os percebe individualmente.

Se não há a percepção o elemento não participa da ação, ou seja, o ser humanizado cria uma verdade individual onde existe uma realidade universal. O ser acredita em parede, mas isso não existe. A realidade é que aquilo é um amontoado de tijolos, areia, cimento e tinto.

Imaginemos que agora a sua compreensão sobre a realidade parede tenha mudado. Mesmo que os elementos não tenham sido percebidos, o que você está vendo não é mais a mesma coisa. Ao invés de uma única superfície, agora sabe o que realmente existe ali: tijolos, pedras, cimento. Será que agora chegou à realidade? Não, ainda está muito grande e a realidade é minúscula.

Olhe para a nova parede (cada um dos elementos). De que são formados esses elementos? Átomos e espaços vazios entre eles. O que era parede transformou-se em tijolos, areia, cimento e pedra: elementos que praticam a ação da parede. A partir do momento que aprofundo a visão, descubro que o agente da ação é outro, a realidade muda.

A ação da parede (proteger o ambiente e segurar o telhado) é exercida pelos átomos do tijolo, areia, cimento e pedra. São bilhões de átomos separados por imensos espaços vazios que produzem uma ação que mantém a rigidez e densidade da parede para lacrar e proteger o ambiente.

Seu mundo mudou, sua realidade mudou. Ao invés de ter uma parede à sua frente, está defronte de uma multidão de átomos produzindo energias para fazer o que você achava que a parede fazia. Continue decompondo a parede. Passe para os elementos do átomo (nêutrons, prótons e elétrons), depois penetre no que forma esses elementos (fótons) e veja como o seu planeta é diferente do que você imagina. Que existe uma realidade que difere do que você acha que é real.

Toda a decomposição que usamos aqui é científica. Tanto o átomo, seus componentes como os fótons (descoberta da física quântica) são elementos conhecidos do ser humano. Agora, se quiser continue penetrando no que ainda não é conhecido. A cada decomposição chegará a um novo elemento que será o causador da ação que antes imaginava que era feita pelo outro.

Por último chegará ao indivisível: Deus. Aí está a menor partícula do Universo, ou seja, a realidade real, universal. A proteção e segurança que acredita advir da parede são, na verdade, ações de Deus.

Agora você chegou à realidade, no que realmente está acontecendo: “Deus deusando”. Você vê isso? Consegue vivenciar essa realidade? Não, então está fora do Universo. Prender-se apenas no que vê lhe tira da realidade do Universo. Acreditar que apenas o que é percebido pelos órgãos do sentido é servir a si mesmo.

Lendo agora no papel você consegue olhar para a parede e entender que é “Deus deusando”, mas não consegue perceber ação do Pai. Por mais que se esforce para ver a ação como está vendo a parede (materialmente), jamais conseguirá. Falta ao sentido visão a capacidade de distinguir a ação de elementos ínfimos.

 Quando ainda da primeira divisão (de parede para os elementos que a compõe), você não viu com os olhos, mas formou a compreensão de que eles estavam ali. Com isso, apesar de não percebê-los, eles passaram a fazer parte da realidade, foram os provocadores da ação.

É desse modo que o ser humano poderá abandonar o mundo ilusório (a realidade formada apenas pelas percepções) que vive e chegar à realidade (a ação universal). Declarando sua incompetência de perceber todos os fatores que influenciaram a realidade e compreendendo que Deus é a Causa Primária de todas as coisas, conseguirá concluir que não existe outra compreensão real para os acontecimentos. Acaba o mundo do “eu acho” e surge o mundo do “Deus sabe”.

Para participar da realidade do acontecimento (ação universal) o ser precisa declarar-se incompetente para compreender as coisas. Essa declaração surge por duas constatações. Primeiro porque faltam elementos (percepções) que estão agindo e segundo, porque lhe faltam parâmetros para atingir o objetivo da ação. Só assim servirá a Deus, participará de Seus objetivos.

A compreensão é atingida através do raciocínio. Já falamos desse sistema da inteligência. Trata-se de um processo de análise das percepções com a finalidade de se chegar a uma conclusão (compreensão) sobre as coisas (pessoas, objetos e acontecimentos).

Para analisar uma percepção o ser utiliza parâmetros individuais (verdades individuais) formadas anteriormente nas análises de percepções semelhantes. O resultado da análise é uma verdade para o ser, compõe uma realidade. Essa verdade é a compreensão das coisas a que chega o ser e que determina o que é real.

Mas, que realidade é essa, que verdade é essa? O ser não consegue perceber o real agente nem o objetivo, como pode, então, criar realidades se lhe falta todos os elementos da ação? Cria uma realidade falseada pela sua incapacidade. É uma verdade individual porque é alcançada apenas no que o ser acredita. A compreensão das coisas não pode ser real sem a totalidade dos elementos envolvidos no ato.

A realidade, o real, aquilo que realmente está acontecendo, possui muito mais elementos do que é percebido e baseia-se em verdades diferentes da utilizada pelo ser no raciocínio. Ela utiliza a Causa Primária das Coisas e a Inteligência Suprema, que conhece a verdade universal.

Resta ao ser humanizado, para sair da ilusão e penetrar na realidade, declarar a sua incapacidade de compreender. Não por falta de inteligência para tanto ou por ignorância, mas pela ausência de percepção de elementos para avaliar. A partir dessa declaração de incompetência para viver, pode então, penetrar na realidade do Universo. Não mais um mundo individual formado pelo que percebe e crê, servindo a si mesmo, mas o universo eterno, sem fronteiras ou barreiras, servindo a Deus, Senhor Supremo.

Declarada a incompetência, podemos então compreender essa Sabedoria: relacionamentos. Era preciso comprovar que a compreensão que o ser humano possui sobre essa ação é fictícia para podermos penetrar nos relacionamentos como ação universal. Partamos, então, da completa ignorância sobre o tema para atingirmos a realidade universal do relacionamento entre os seres humanizados.

Hoje os seres humanizados acreditam que os relacionamentos são as ações que ele pratica quando interage com outros seres. Já havíamos falado que viver não é praticar atos, mas compreender a ação universal, a animação que está acontecendo. Assim, o relacionamento não é o que se faz, mas como cada um compreende a interação.

Para se entender a realidade (relacionamento como ação universal), temos que compreender que o ser humanizado não interage com ninguém. Cada vez que acontece um relacionamento existem funções que ele exerce.

O ser humanizado se transforma a cada relacionamento. Em uns é pai, em outros é o patrão, na vida a dois é o marido. Na verdade “ele não é ele”, mas a função que ocupa no relacionamento. O outro também não é um ser, mas a função que se relaciona com a dele. Ao determinar o seu papel no relacionamento, o ser humanizado dá um valor ao próximo. O pai interage com o filho, o patrão com o empregado e o marido com a esposa.

Cada função que o ser desempenha no relacionamento possui um grupo de verdades (identidade) que norteia sua postura. O pai manda, o filho obedece: essa é a verdade do relacionamento de dois seres nessas funções. Isso porque o pai sabe mais das coisas, têm mais experiências: outra verdade. No entanto, o papel não é realidade. É uma falsidade porque o conjunto de verdades que utiliza não é universal.

“Respeite-me, eu sou o seu pai”. O ser não está pedindo respeito a si mesmo, as suas verdades, mas informando ao filho que ele tem que acatar o que diz por que nesse momento ele é o pai e as verdades dessa função dizem que ele está sempre certo.  Age dessa forma porque distribuiu papéis para ele e para o ser que está se relacionando. A partir de agora suas próprias verdades serão dirigidas pelas verdades societárias da função de cada um no relacionamento.

Engano, irrealidade, verdade individual. Quantas vezes a vida já provou que um filho estava mais dentro da realidade que o ser na função de pai? Apesar disso os seres continuam insistindo que tem competência maior para conhecer a verdade do que os filhos. Porque isso?

Porque é uma verdade societária da função pai. Todos os pais sabem mais do que os filhos e já que está vivendo esse papel este ser tem que saber mais do que seu filho. Falsidade baseada em verdade individual. Você acha que sabe mais apenas porque está vivendo o papel de pai.

A cada relacionamento o ser vive um papel e determina outro àqueles que estão interagindo com ele. A partir dessa qualificação relaciona-se atado às verdades societárias inerentes a cada papel. Um pai jamais deixará de achar que sabe mais quando se qualifica como pai e ao outro como filho. Esse mesmo ser, no entanto, se vivenciar o papel de aluno e o outro de professor irá se declarar incompetente para saber. Os seres não mudaram, mas o papel mudou e as verdades junto com ele.

Afinal, quem é você, que verdades possui? Na vida marital é marido, com os filhos o pai, quando joga um jogador, quando dirige um condutor. No trabalho é empregado, mas quando cura é um médico ou quando fere um agressor. Quem em todos esses papéis da sua vida é você? Onde está a sua individualidade que a cada minuto se transforma em alguma coisa? Como ficam as suas verdades: ora potentes ora impotentes?

“Você é você”: uma identidade que possui verdades individuais. No entanto, suas verdades são alteradas pelas verdades do cargo que ocupa; sua identidade, pelo papel que vivencia. Age dentro de um padrão concebido pela sociedade. Não vive a realidade, mas a fictícia realidade do cargo que ocupa.

Nesses momentos sua individualidade não pode nem ser reconhecida, pois suas verdades não são suas, mas pertencem à função que ocupa. Quando mudar de função, alterará as verdades e também a identidade. A cada relacionamento isso ocorre e o ser humanizado se perde entre as centenas de identidades que assume durante a existência sem conseguir conviver com a realidade nunca. Como é cansativo viver.

Imaginemos que você é um empregado médio de uma empresa. É chefe de uma seção onde existem subordinados, mas acima há alguém que comanda as diversas seções da empresa. Quando se relaciona com seus empregados você sabe porque é chefe e eles não, porque são empregados. Isso dentro da verdade societária que dá a função chefe e empregados que os seres estão vivenciando.

Quando você tem que prestar contas ao seu superior as coisas se invertem. Ele passa a saber e você agora apenas acha. De um minuto para o outro, toda a sua convicção (verdade) de saber alguma coisa tem que ser abolida e uma nova compreensão da realidade têm que ser alcançada. Se você agir com o seu chefe como age com os subordinados ou vice-versa, todos estranharão a sua conduta, pois não faz parte da realidade da posição que estava ocupando no momento.

A realidade do ser humanizado (sua identidade) não está presente nos relacionamentos, mas sim uma identidade (verdade) diferente. Ele não é ele, não vive com suas verdades: representa um papel que possui verdades que precisam ser seguidas.

Essa compreensão dos relacionamentos é fundamental para o entendimento da falsidade em que se vive. São realidades fictícias e por isso causam sofrimento. Enquanto chefe você sabia, tinha o poder. Quando funcionário teve que se submeter ao saber do seu superior. É do choque da alternância de papéis (verdades) que se vivencia que nasce a crítica aos outros. Da indecisão de quem sou nasce o desejo de ser mais do que é.

Você não é mãe ou filha, patrão ou empregado, marido ou mulher. Você é um ser universal que está vivenciando um personagem ser humano, aquele que individualiza as verdades do Universo. Esse ser humano vive (se relaciona) imaginando que representa um papel nos relacionamentos, ou seja, precisa padronizar suas ações com novas verdades.

Tudo isso está muito distante da sua realidade (ser universal). Todas essas verdades estão muito longe da verdade universal. Se você ainda não consegue desvincular-se do seu personagem (ser humano), pelo menos se livre dos papéis que assume quando dos relacionamentos. Seja você sempre.

Por isso Jesus Cristo nos disse que ´s preciso abandonar pai e mãe para segui-lo. No Evangelho Apócrifo de Tomé foi mais além: há de se repudiar os genitores. Esse ensinamento até hoje gerou muitas controvérsias porque o ser universal foi confundido com o papel que o ser humano vivencia nos relacionamentos.

Alguém que ditou o mandamento de se amar ao próximo como a si mesmo não poderia jamais pedir que alguém abandonasse ou repudiasse outro ser universal. Isso seria ilógico. Quando pede para abandonar pai e mãe o Mestre não incita ao abandono do ser universal, mas às verdades do relacionamento onde o ser humanizado se imagine um filho e outro um pai. Um relacionamento com a existência desses papéis é guiado por verdades individuais que ferem a realidade universal. Jesus Cristo, o ser universal sabia disso e por isso ensinou a se acabar com os papéis nos relacionamentos.

 Pense no seu pai ou no seu filho agora. Veja a base do relacionamento entre vocês. Quantas verdades surgiram! São todas mentiras, ilusões geradas pelos papéis que cada um ocupa, afetam a realidade entre vocês.

Seu filho não é parte de você, porque nem você nem ele é o corpo que vestem. Você é um ser universal independente do seu filho ou do seu pai. Não devem nada um ao outro, pois o fato de um ter sido gerado pelo outro é ação universal: vontade de Deus.

O ser universal não se origina do ser humano, mas de Deus. Desta forma, nem filho nem pai, mas dois irmãos. Filhos de um único Deus: o Ser Supremo.

Vocês não são bons amigos ou inimigos. O relacionamento de vocês é ditado pela posição de cada um agora (suas verdades), mas anteriormente, em outras vidas, já foi diferente. Um dia você foi pai e fez a mesma coisa que reclama hoje do seu. Um dia você foi filho e também quis dizer ao pai o que era verdade.

Como se criar verdades nos relacionamentos baseando-se apenas nessa encarnação? Seu filho pode já ter sido o seu assassino. Pode não ter chegado a esse extremo, mas pelo menos seu inimigo eu garanto que já foi. De onde agora surgiu o sentimento de agora? Das verdades societárias que regem o relacionamento entre pais e filhos.

Você não tem que preparar seu filho para o futuro: isso não é a coisa mais importante de sua vida. O destino de cada um já está escrito por ele mesmo e, por mais que você tente, não poderá alterá-lo nem um ponto nem uma vírgula. É ilusão, é como correr atrás do vento.

Na verdade nem amor há entre pai e filho. O verdadeiro amor é muito mais do que as verdades que os seres vivem. Onde encontrar amor em um ser que cerceia a liberdade do próximo? Há posse, há o desejo de dirigir a vida do outro. Não guia o outro para auxiliá-lo, mas para satisfazer-se, para que faça o que você quer.

Todas as verdades do relacionamento com o seu filho são mentiras, falsidades, verdades individuais de uma sociedade que foi desenvolvida à sombra da Sagrada Família. Onde nos ensinamentos do Mestre podemos encontrar esse culto à família?

Jesus Cristo afirma por duas vezes que se tem que abandonar a família e, além de ensinar, exemplificou. Não só com o abandono do lar para realizar a pregação, mas ao perguntar quem era a sua mãe e os seus irmãos. A resposta do Mestre identifica a verdade universal: todos os que cumprem o que Deus quer. Se todos somos instrumentos da ação universal, pertencemos a uma família universal.

Não estou dizendo que deve odiar seu pai ou seu filho, mas que não deve idolatrá-los. A verdade societária sobre a vida familiar é a idolatria dos membros da família. Seu pai é o melhor homem, sua mãe a melhor mulher: isso é viver fora da realidade. Não existem melhores ou piores, existem companheiros de jornada.

Para se relacionar perfeitamente com todos os seres é preciso que haja a igualdade. Quando sua mãe for igual a todas as outras mulheres, quando seu pai for tão bom quanto um assassino, nesse momento você penetrou na realidade do universo. Enquanto isso vivencia a ação universal individualmente.

Ninguém é pai, nem assassino, mas seres universais. O que cada um faz é a ação universal que comanda a ação de acordo com o script que todos escreveram juntos, pois o script de cada um é fundido por Deus no script universal, a história universal.

Destituindo o ser universal do cargo que consagra a ele pode eliminar as verdades societárias. Apenas vivendo com as suas próprias verdades ficará mais fácil compreender os relacionamentos: dois seres interagindo comandados pela ação universal com o objetivo de elevarem-se.

A vida não é a vivência (atos), mas o que se compreende dos acontecimentos (verdade). O relacionamento não é a interação física, mas o que cada um está compreendendo dos acontecimentos da ação. Isso é uma verdade universal.  Sem o cargo, os relacionamentos (interpretação dos acontecimentos) passam a ser exercidos pelos seres humanizados apenas com suas verdades individuais.

Relembrando algumas verdades que já vimos. O homem é o ser universal que interpreta um papel, ou seja, possui verdades individuais. A motivação da existência do ser universal, mesmo quando vivendo como ser humano é alcançar a existência dentro da verdade universal. Quando interpretando o papel ser humano, essa motivação se torna inconsciente.

Dessa forma, o ser humanizado tem o desejo inconsciente de viver na verdade universal. Como para ele os seus conceitos são certos, acredita ter conseguido alcançar a verdade universal. Por isso, quando se relaciona com outros seres vivencia duas verdades: defender as suas verdades e buscar alterar as do próximo. Esses dois objetivos nascem da convicção de que vive na verdade universal (no certo).

Essas são as preocupações dos seres humanizados quando se interagem no planeta. Transformam-se em cavaleiros medievais disputando uma rixa, de lança em punho: vence quem primeiro derrubar o outro do cavalo.

No relacionamento o ser humanizado recebe as percepções (atos e fala) que estão sendo executados pelos outros seres como prováveis agressões às suas verdades. Mesmo quando está se relacionando com amigos, pessoa em quem confia, parte da realidade que aquele é um ser vivendo fora da verdade universal, ou seja, das suas verdades individuais que ele acha que são universais.

Quando raciocina executa esse processo com a certeza de que o outro pensa diferente dele e não está na verdade universal. Parte do pressuposto que a verdade do próximo é errada e a trata como inimiga da sua, como um atacante. Analisa a percepção sempre buscando se contrapor a ela. Procura nas suas verdades argumentos para provar que ele está certo. Os seres não conseguem relacionar-se imparcialmente, ou seja, sem acreditar que sabe a verdade e que o outro está vivendo na mentira.

Mesmo quando não consegue encontrar argumentos para combater a verdade do próximo, não entrega os pontos, mas busca aprofundar-se no assunto: “será que é isso mesmo?”. Realmente ele não quer continuar no assunto, mas precisa aprofundar-se na verdade do próximo para encontrar argumentos para derrotá-las: “mas você não acha...”.

Essa é a realidade nos relacionamentos: uma queda de braços. Estando ou não ocupando funções quando se relaciona, o objetivo do ser humanizado é preservar suas verdades dos ataques das do próximo e contra atacar para transformá-las. Para penetrar realmente nas verdades universais (voltar a viver como ser universal) é preciso não só desprender-se da função, mas também alterar essa forma de compreender os relacionamentos.

Falamos no início desta Sabedoria que a ação universal não se processa por elementos sobrenaturais, pelo que foge à percepção dos órgãos do sentido. Ela utiliza elementos naturais, o que pode ser percebido. Podemos, então, compreender que nos relacionamentos a ação universal utiliza os seres humanos e provoca neles ações (atos ou falas).

Dessa forma, a realidade de um relacionamento não é os seres que estão envolvidos ou suas verdades, mas uma ação universal. Já estudamos essa ação e descobrimos que ela se processa pela vontade de Deus e acontece pelo faça-se.

Com essa visão, podemos mudar a compreensão dos relacionamentos dos seres. Os envolvidos não estão ali: foram colocados por Deus. O que eles fazem (atos e falas) não é de livre vontade, mas comanda do pelo faça-se. Nada está acontecendo por acaso ou como fruto de um livre arbítrio individual, mas pela ação de Deus, Senhor do universo.

A partir do momento que se muda a compreensão da realidade pode se mudar a motivação do mesmo. Todos os acontecimentos estão sendo gerados por Deus pela Sua vontade. Essa é sempre a da integração do ser ao universo. Para isso é necessário que ele abandone o seu individualismo.

Essa é a motivação de Quem realmente está comandando o relacionamento. Daí surge a verdade universal: um relacionamento é uma interação de formas, comandadas por Deus de acordo com Sua vontade, com o objetivo de que todos os envolvidos abandonem suas verdades individuais.

Como Deus age? Provando que a sua verdade é só sua. Como faz para provar? Mostra que existem diversas verdades para a mesma coisa e que a sua só é válida para você. Quando o Pai coloca dois seres em contato e faz com que um exponha a sua verdade ao outro está ensinando: veja a sua verdade é só sua, não é universal, pois o outro acredita diferente.  

A verdade universal é algo que nunca foi alterado e que é válido para todos. É a não existência dessas características na sua verdade que Deus está mostrando quando lhe faz contatar-se com outros seres, com outras verdades. A sua verdade é individual e já foi alterada ao longo do tempo e por isso não pode ser considerada universal.

Com isso Deus espera que o ser humanizado, que acredita que sua verdade seja universal, compreenda o Seu recado e, ao invés de buscar defender e impor a sua verdade, elimine-a. Esse é o objetivo de Deus ao provocar a ação universal dos relacionamentos.

Tudo objetivado pela intenção de que o ser elimine com os sofrimentos em sua vida. Um ser humanizado que trata a sua verdade como universal está exposto ao sofrimento. Quando ela é o fundamento da ação universal alcança a satisfação, mas quando não, sofre. É para acabar com essa dependência que Deus quer que você participe da verdade universal, pois ela estará sempre presente, garantindo felicidade constante.

Exemplifiquemos. Vamos supor que você ache a cor vermelha bonita. Isso é uma verdade só sua e não do universo. O vermelho não é bonito nem feio: é uma cor. No entanto, como você acha isso, quer que todos pensem igual a você. Enquanto não aparecer alguém que prefira o azul você é feliz. Quando esse ser humano aparecer começará o sofrimento.

Vivendo a vida como ser humano, compreendendo que a sua verdade é universal, você se relacionará com esse outro ser buscando provar para ele que o vermelho é mais bonito que o azul. Participando da ação universal poderá entender o recado de Deus: “Meu filho, você gosta mais do vermelho, mas o azul também foi feito por Mim. Tive um motivo para criá-lo e ele é tão útil ao Universo quanto o azul. Para que você compreenda a Minha realidade, precisa deixar de preferir apenas o vermelho, pois tudo o que crio é Perfeito”.

Em um relacionamento não existe vencido ou vencedor, verdade certa ou errada, mas apenas Deus agindo em socorro dos Seus filhos. Essa é a única realidade e aplica-se a qualquer interação entre os seres, mesmo quando esta não ocorre pessoalmente.

Quando você uma notícia no jornal, vê um programa de televisão, escuta a conversa de duas pessoas, está interagindo com eles. Todos os fatos e acontecimentos do planeta que são percebidos por você contêm o mesmo objetivo: Deus lhe mostrando no que deve deixar de acreditar.

 

Se uma delas cai, a outra a ajuda a se levantar. Mas se alguém está sozinho e cai, fica em má situação porque não tem ninguém que o ajude a se levantar. Se faz frio, dois podem dormir juntos e se esquentar; mas um sozinho, como é que vai se esquentar? Dois homens podem resistir a um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho. Uma corda de três cordas é difícil de arrebentar.

 

A visão ser humano do relacionamento nasce da independência dos seres de agir. Enquanto acreditar que faz o que quer e que o próximo também age livremente, precisará defender-se e impor sua verdade ao universo. Para se mudar a compreensão do que é um relacionamento é preciso trazer Deus para ele, dando ao Pai o comando das ações.

Esse é o fim da queda de braços, da disputa da rixa. Só assim realmente um poderá ajudar o outro. Enquanto a visão do ser humanizado permanecer esse apoio mútuo não será possível. A crítica nascerá livremente.

Quem pode atirar a primeira pedra? Essa pergunta de Jesus Cristo ainda paira no ar, mas o ser humano esquece-se dela a cada relação. Rapidamente arma-se de pedras para atirar no outro, vê logo nas verdades alheias falsidades que precisa criticar. Esse ser vive fora do mundo, na ilusão. Lembremos que nem Jesus Cristo, o ser mais espiritualizado que viveu carnalmente nesse planeta atirou a pedra. Se ninguém pode atirar, eu também não atirarei.

O relacionamento é um instrumento importante para a elevação espiritual. Sem ele o ser universal caminharia sem bússola. Ele dá o rumo do trabalho a ser seguido para alcançar a elevação.

Quando o ser com quem está interagindo lhe mostra a sua verdade está apontando o caminho a ser seguido: é isso que você precisa mudar. Não é uma agressão, uma acusação, um apontar de erros, mas Deus agindo no sentindo de nortear as ações do Seu filho.

Se a vida carnal é uma prova, a ação universal do relacionamento é o professor particular. Eles nos mostram o caminho que deve ser tomado, a matéria que deve ser estuda mais profundamente.

Agindo sobre a verdade apontada pelo seu interlocutor, o ser humano poderá alcançar o seu objetivo: universalizar-se.

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de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»

A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.

Oração ao Criador

“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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