Pergunta. E não podemos com o nosso amor ajudar aos carentes?
Pai Joaquim: Ajudar quem está sendo ajudado? Digo isso porque o espírito humanizado que está passando por necessidades materiais está sendo ajudado por Deus para que execute o trabalho de sua encarnação: alcance a felicidade incondicional.
A carência é o auxílio de Deus. E se isso é verdade - e todos os mestres ensinaram que sim – você acha que sabe mais do que Deus que deu a carência a quem precisava dela? Este é o primeiro aspecto que queria abordar com respeito a sua pergunta.
Segundo aspecto. Se você, ou qualquer outro ser humanizado, pode ajudar indistintamente, porque continuam existindo tantos pobres, tantos carentes no planeta?
Deixe-me dizer uma coisa. Se você somar todos os extremamente carentes do planeta, a quantidade que resultará não alcançará um quarto da população da Terra. Muito menos, nem um oitavo.
Sendo assim, se apenas um em cada sete seres humanizados que não estão nesta situação ajudassem, acabaria completamente a carência no planeta. Porque isto não aconteceu? Será que não existe um entre cada sete habitantes do planeta que se predisponha a auxiliar o próximo?
Claro que há, mas mesmo assim eles não conseguiram acabar com a extrema pobreza. Por quê? Porque isto não era para ser feito.
Portanto, se você conseguiu ajudar alguém, louvado seja Deus, pois aquele já estava na hora de ser ajudado. Agora, se você não consegue ajudar todos, não se lamente por quem não recebe o auxílio, nem critique os que não fazem, pois aqueles seres não tinham que receber a ajuda.
Agora repare que este não é apenas um procedimento para a vida carnal, mas é Realidade Universal. A literatura espírita registra o atendimento que os irmãos desencarnados prestam àqueles que, depois do desencarne, penam naquilo que vocês conhecem como “umbral”.
Quando estes trabalhadores do Senhor saem em missão, eles não socorrem a todos que lá estão, mas apenas aqueles que merecem ser socorridos, apenas os que já conseguiram merecer o socorro. E os socorristas não sofrem porque não retiram todos do ‘umbral’, sofrem?
Quando cito esta Verdade Universal – a carência é o amor de Deus em ação e só acabará quando não for mais útil à elevação daquele espírito – os seres humanizados imaginam que estou dizendo que eles devem procurar a pobreza ou ser insensível com relação a este assunto, mas não é isso. O que quero ensinar é que você deve se preocupar em fazer o que pode, o que conseguir, mas não deve ficar se lamentando, chorando e chamando de ‘coitadinho’ aquele que não recebeu e de ‘mal’ aquele que não fez.
Não, se ninguém fez foi porque aquele ser humanizado que permanece na carência é porque ele não tinha que receber. É bem diferente a minha colocação do seu entendimento. Não estou falando em ‘não auxiliar, mas em ajudar quem você conseguir e não sofrer porque alguns não foram ajudados.
Participante: Então só podemos amar a Deus? Amai os outros como Eu lhe amei, ensinou Jesus...
Pai Joaquim: Perfeito, mas como Deus lhe ama? Tendo pressa em lhe satisfazer? Fazendo com que os acontecimentos do mundo existam do jeito que você quer? Suprindo todas as suas carências? Ou lhe ama justamente dando a sua cruz para carregar? Se for assim, para seguir o ensinamento de Cristo (ame o próximo como Deus lhe ama) ajude ao outro a carregar a sua cruz...
Aliás, foi assim que Cristo amou, pois quando ele enfia o chicote no lombo dos vendedores do templo, quando chama os apóstolos de ‘vermes’ age contrariamente àquilo que vocês chamam de caridade. No entanto, tenha a certeza que, mesmo praticando tais atos, ele não os amou menos do que aqueles para quem trouxe a ‘cura’. O amor, que se expressa por afagos ou chibatadas, mas sem culpabilidade, é a verdadeira caridade.
Deixa eu lhe fazer uma pergunta para podermos entender bem a questão da missão de Cristo. Quantos dias, meses e anos demorou a jornada de pregação do mestre? Durante todo este tempo ele esteve sempre acompanhado de uma grande multidão, mas multiplicou os pães e os peixes apenas uma vez para poder alimentar o populacho.
Por que o mestre não multiplicou os alimentos em outras oportunidades? Será que para eles, que caminhavam pelo deserto, que viviam andando entre cidades que eram na verdade esquinas das que vocês vivem hoje, nunca mais aconteceu tal fato. Será que nas outras ocasiões eles sempre conseguiram alimento suficiente para alimentar cinco mil bocas?
Claro que não. Então porque fez apenas naquela determinada vez? Porque sabia que naquele momento tinha que fazer, mas em outros não. Nos momentos em que não fez, não se preocupou com a alimentação daqueles que o seguia.
Veja bem. Cristo multiplicou os pães apenas uma vez porque naquele momento tal atitude fazia parte de sua missão, mas não era o mote dela. O mestre veio para nos alimentar com a água que acaba com a sede definitivamente e com o ‘maná celeste’ e não com alimentos materiais.
Se sustentar materialmente os seres humanizados fosse a missão de Cristo, ele teria montado um restaurante ao invés de andar pelo deserto. Com isso poderia, durante o dia, alimentar os famintos e à noite ensinaria no mesmo ambiente.
Mas, ele não veio ao mundo carnal dar o alimento material aos ‘necessitados’, nem você, eu ou qualquer outro ser universal. Mas não é por isso que não deve fazê-lo. Quando possível faça, quando não, não lamente.
Participante: Cristo disse que desde que tivessem fé ele os satisfaria.
Pai Joaquim: Em quem Cristo disse que devíamos ter fé? Em Deus. Será que quando você pede ao Pai que supra suas carências está tendo fé Nele?
Se você pedir o que quer, o que lhe trará satisfação, sua fé (entrega) estará sendo exercida em você mesmo e não em Deus. Isto porque acredita apenas em você, nas suas verdades, e no que você sabe que precisa.
A fé em Deus é exercida quando se confia que o Pai sabe melhor do que você aquilo que precisa, como ensinou Cristo quando disse que essa deveria ser a forma (intenção) ao se rezar o Pai Nosso. Ele foi bem claro: quando orarem, não peçam nada, pois o Pai sabe melhor do que você o que precisa.
Portanto, a fé em Deus existe quando se quer para si a vontade de Deus, que aconteça aquilo que Ele sabe que é melhor para nós. Aliás, o que Ele quer é o que está acontecendo, senão, pela sua Onipotência, teria alterado o rumo dos acontecimentos.
Nunca se esqueça: ‘Bem aventurado aqueles que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus porque deles é o Reino do céu’.
A partir desta rápida análise posso, então, concordar com você: ore a Deus pedindo com fé (entrega e confiança absoluta nos seus desígnios), e, daí, receberá tudo. Mas, não o que espera, o que acha ‘melhor’, mas o que for realmente ‘melhor’ para você no sentido do seu ‘futuro’ espiritual.
Aliás, como ensinou Cristo, ore assim: ‘seja feita a Vossa vontade assim na Terra como ela é feita no céu’. Peça isso e receberá. Agora, se você pedir o que você quer...
Veja, se durante a vida a conquista de bens materiais fosse feita como você falou (apenas pedindo) seria melhor parar de participar dos acontecimentos da vida e ir para uma igreja e ficar ajoelhado rezando o dia inteiro, não? Mas, aí, como alcançar o merecimento necessário para a evolução?
Portanto, viva, ou seja, participe dos acontecimentos da vida louvando sempre ao Pai porque a Sua vontade está acontecendo.
Participante: Mas eu não posso virar a cara quando vejo alguém que posso ajudar.
Pai Joaquim: Mas, eu não disse que você deve virar a cara quando puder ajudar, mas que não deve sofrer quando não pode ajudar. Esta é a diferença.
Olha, deixe-me deixar bem claro o que estou falando. Você pode ajudar quem você conseguir ajudar. Apenas não deve ficar lamentando, sofrendo ou acusando os outros porque tem gente que não foi ajudada. É isso que ensino...
Eu não disse que você não pode ajudar alguém. Pelo contrário, falei que pode e deve ajudar.
Agora, além disso, preste bem atenção em como quer ajudar, pois como Cristo também ensinou, ajudar não é dar o peixe, mas sim dar a vara e ensinar a pescar, lembra? Este auxílio é bem diferente do que simplesmente dar um prato de comida para quem tem fome, mas isso é uma outra história para outro dia.
No entanto, auxiliando do jeito que for lembre-se sempre que você pode fazer por qualquer um, mas só fará para quem tiver que receber e na hora pré-determinada para tanto.
Pai Joaquim de Aruanda.
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A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.
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“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”
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