Buscas

[Juliana Fortes Nery]

Buscas

Para tornar mais justa a sociedade em que vivemos, é necessário que a visão tradicional de mais valia seja deixada de lado.
O comércio justo, a idéia de “eu ganho, você ganha”, precisa ser divulgada e implementada como alternativa viável e correta ao comércio capitalista; injusto, destruidor e mantenedor de uma ordem estabelecida.
O trabalho de todos e em especial dos assistentes sociais é proporcionar às pessoas que de alguma forma não se encaixam no modelo vigente da sociedade, uma forma saudável, eficiente de se manter, social e financeiramente.
O trabalho humano é antes de mais nada, uma forma de socialização.
Com o advento capitalista tornou-se uma forma de manipular e explorar as classes trabalhadoras, deixando de fora gerações inteiras.
O trabalho é necessário na socialização, e para tanto se deve criar alternativas viáveis, que se encaixem nos mais variados perfis urbanos.
Cooperativas de trabalho em reciclagem de lixo é hoje uma alternativa viável, mas pouco aproveitada e ainda mal organizada. Sua eficácia social pode ser contestada em face dos direitos trabalhistas dos cooperados, que apesar de terem renda, não tem todos os seus direitos de cidadão assegurados.
O Estado não disponibiliza opções para quem está fora do mercado formal de trabalho, e mesmo hoje com a possibilidade da vinculação do trabalhador informal (por conta da recente lei do empreendedor), ainda temos um contingente de pessoas que trabalham e não se encaixam neste perfil.
É necessário buscar soluções que possam se aplicar aos excluídos, às pessoas que estão tão à margem da sociedade que não se encaixam em nenhum dos perfis já traçados e tratados por instituições e ONGs. Estes excluídos são invisíveis, pois não aparecem em nenhuma estatística, mas são uma força de trabalho, que pode ser aproveitada. Esta força de trabalho pode ser decisiva em casos extremos, como catástrofes naturais, coisa que tem se tem tornado cada vez mais comum diante das mudanças climáticas do planeta.
Faz-se urgente criar uma cultura da solidariedade, pois ao acontecer uma tragédia de grandes proporções os seres humanos esquecem sua educação e agem por impulso. Daí acontecem os saques, depredações, entre outros distúrbios que já vimos tantas vezes.
Ao se criar uma “força tarefa” de excluídos, criamos também uma nova consciência, pois o ser humano, ao se sentir apoiado e seguro, age da melhor forma possível, moralmente falando. E mesmo em situações normais, um grupo de pessoas que se sintam apoiadas e se identifiquem como um grupo, tem sempre melhores reações diante de situações limite do que quando se sente excluído de alguma forma.