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Canção do Divino Mestre - Introdução

Dhritarastra e Pandu eram irmãos, pois ambos haviam sido gerados pelo grande sábio Vyasadeva. A história do nascimento deles começa com um incidente ocorrido com o piedoso Maharaja Mahabhisheka.

Tendo abandonado seu corpo, Mahabhiseka alcançou os planetas celestiais. Ao visitar Satyaloka com o propósito de adorar o Senhor Brahma, Mahabhisheka encontrou-se com a bela deusa Ganga. Naquela atmosfera devocional, uma brisa fortuita levantou o vestido de Ganga, inspirando-o a lançar um olhar luxurioso para ela. Uma vez que Ganga Devi havia respondido ao olhar do rei com um leve sorriso, Brahma ficou indignado com a atitude deles e amaldiçoou-os a nascer na Terra. Não desejando vir a este planeta, Ganga Devi caiu aos pés do Senhor Brahma, pedindo seu perdão. Mas, Brahma disse a ela que somente depois de liberar os oito Vasus*, ela iria recuperar sua verdadeira posição. Desse modo, Mahabhiseka teve de nascer na Terra como Maharaja Santanu e obteve Ganga como sua esposa.

Enquanto caçava nas margens do rio Ganges, Santanu conheceu a linda donzela Ganga e imediatamente caiu de amor por ela, desejando-a como esposa. Ela aceitou tornar-se sua esposa na condição que ele não poderia se opor a qualquer coisa que ela fizesse. Caso contrário, ela partiria imediatamente para nunca mais voltar. Embora assustado com o que acabara de ouvir, Santanu concordou com Ganga, e eles se casaram.

Ganga mostrava ser uma esposa ideal. Dedicada e gentil, ela era querida por todos e parecia que eles formavam um casal perfeito. Logo uma bela criança nasceu, entretanto, de uma maneira cruel, Ganga pegou este filho e carregou-o até a beira do rio Ganges. Santanu ficou perplexo, mas, lembrando a promessa que fizera a Ganga, não podia contrariá-la. Desse modo, em grande desespero e calado, Santanu teve de assistir à sua querida esposa atirando dentro do rio Ganges a criança recém-nascida. Sete filhos nasceram e ela jogava um por um dentro do rio Ganges. Em grande desespero e incapaz de se controlar, após o nascimento do oitavo filho, Santanu tentou impedir Ganga de voltar a cometer semelhante crueldade. Embora tivesse concordado com Santanu, Ganga lembrou-o de que ele havia quebrado sua promessa e, como havia sido combinado, imediatamente partiu do palácio para a floresta, acompanhada de seu oitavo filho, o qual passou a chamar-se Devavrata.

Muitos anos se passaram e, novamente, Santanu Maharaja foi à beira do rio Ganges para caçar. Dessa vez, ele viu um lindo jovem parando o fluxo das águas, atirando uma fileira de flechas sobre toda a sua extensão. Sentindo-se atraído por ele, Santanu se aproximou e, naquele momento, Ganga Devi apareceu novamente diante do rei. Entendendo que o menino era o seu querido filho, Santanu, dirigindo-se a Ganga, pediu-o de volta e levou-o para o seu palácio, enquanto Ganga desapareceu para sempre.

Santanu ficou muito feliz com a companhia de seu querido e qualificado filho, pois o jovem e maravilhoso Devavrata possuía beleza indescritível e havia sido educado em todos os ramos de conhecimento dos Vedas pelo poderoso sábio Vashistha. Desse modo, todos, e especialmente Santanu, estavam muito felizes, pois agora o reino possuía um herdeiro verdadeiramente qualificado.

Um dia, novamente enquanto caçava na floresta, Santanu sentiu um doce aroma de almíscar no ar que exalava do corpo da bela jovem chamada Satyavati*, a qual era a filha de um pescador. Sentindo-se completamente encantado por ela, Santanu aproximou-se de seu pai e pediu-a em casamento. Mas o valente pescador não cedeu ao pedido do rei imediatamente, pois ele explicou que sua filha havia recebido uma bênção do grande sábio Parashara Muni de que o filho dela herdaria o trono real. Ele também acrescentou que Santanu já tinha Devavrata como filho e este seria o herdeiro do trono. Incapaz de encontrar solução para o problema, Santanu voltou para o palácio, sentindo muita tristeza e depressão por não poder se casar com a bela Satyavati. Desde então, Santanu perdeu o interesse pela vida e preferia permanecer em sua cama, passando o tempo na solidão.

Preocupado com a condição de seu pai, Devavrata aproximou-se dos seus ministros, os quais contaram
todos os pormenores da causa da lamentação de seu pai. Imediatamente indo até o pescador, Devavrata pediu para que ele permitisse que sua filha se casasse com seu pai. Tendo ouvido as condições impostas pelo pescador, Devavrata decidiu imediatamente renunciar ao reino. Desse modo, o filho de Satyavati se tornaria o herdeiro do trono. No entanto, o pescador ainda não estava satisfeito. Sendo muito inteligente e perspicaz, ele mencionou que, ainda assim, no futuro poderia haver uma grande disputa pelo trono entre o filho de Satyavati e o filho de Devavrata. Neste caso, num gesto de completa fidelidade a seu pai, Devavrata se levantou e, com as mãos postas, fez um voto solene de castidade, garantindo ao pescador que nunca iria se casar! Neste momento, os semideuses lançaram do céu uma chuva de flores, enquanto declararam impressionados que, a partir daquele momento, Devavrata deveria ser chamado de Bhisma, ou seja: “Aquele que fez um voto terrível”. Ficando satisfeito, o pescador finalmente concordou em dar a mão de sua filha a Santanu.

Devavrata, agora conhecido como Bhisma, levou Satyavati para o palácio e entregou-a a seu pai. Ao saber dos detalhes sobre o que havia acontecido, Santanu Maharaja ficou muito satisfeito com o seu filho e o abraçou com lágrimas de gratidão e orgulho, dando-lhe a bênção de que ele só iria morrer quando quisesse.

Do casamento de Santanu e Satyavati nasceram Vichitravirya e Chitrangada, sendo este último coroado como rei. No entanto, o jovem rei foi morto por um Gandharva de mesmo nome, deixando o trono para seu irmão Vichitravirya. Bhisma estava preocupado com a continuidade da dinastia e, por isso, queria que seu jovem irmão Vichitravirya se casasse o mais rápido possível. Ouvindo que o momento da cerimônia svayamvara (a cerimônia da escolha do esposo) das três filhas do rei de Kashi havia chegado, Bhisma se dirigiu até lá. Como ele já era um pouco idoso e tinha a fama de ter feito um voto de castidade, os outros reis tentaram impedi-lo de participar da cerimônia. Depois de derrotar vários reis como Salva, Bhisma heroicamente raptou as três filhas do rei de Kashi e levou-as em sua carruagem para o palácio de Vichitravirya. Com sua chegada, portanto, foram feitas as preparações para o casamento de Vichitravirya com as três princesas que se chamavam Amba, Ambika e Ambalika. Então, Amba aproximou-se de Bhisma e disse-lhe que ela já havia entregado seu coração ao rei Salva. Bhisma, então, permitiu que ela retornasse para casa e fosse procurar Salva. Assim sendo, Vichitravirya casou-se com Ambika e Ambalika. Depois de reinar por sete anos, Vichitravirya acaba morrendo sem deixar nenhum herdeiro, criando mais uma grande crise na dinastia.

Depois disso, Satyavati aproximou-se de Bhisma e pediu para que ele gerasse uma criança numa das esposas de seu falecido irmão, mas Bhisma manteve-se firme e decidido a não quebrar sua promessa. Então, Satyavati contou-lhe que quando era bastante jovem teve com Parashara Muni um filho cujo nome era Vyasadeva, e sugeriu trazê-lo para gerar filhos nas viúvas de Vichitravirya. Na verdade, Vyasadeva era um sábio muito famoso e poderoso e levava uma vida retirada, praticando austeridades e penitências nas montanhas dos Himalayas. Bhismadeva imediatamente concordou com a idéia, vendo a possibilidade de dar continuidade à dinastia de seu pai. Tendo sido solicitado, Vyasadeva concordou com a proposta e desceu das montanhas Himalayas para satisfazer o pedido de sua querida mãe. No entanto, devido às suas severas penitências, seu aspecto era assustador. Seus cabelos e barba eram longos e desgrenhados e suas unhas eram enormes. Ao aproximar-se de Ambika para gerar um filho, ela ficou bastante assustada e fechou os olhos durante o intercurso sexual. Desta união, nasceu Dhritarastra, um rei muito forte e poderoso. Entretanto, como Ambika havia fechado seus olhos no momento da união com Vyasa, Dhritarastra nasceu cego. Chegou, portanto, a vez de Ambalika ser chamada para conceber um filho com o sábio Vyasa. Sabendo do que havia acontecido com sua irmã, Ambalika estava muito assustada e manteve seus olhos bem abertos durante o ato sexual. O resultado desta união foi o nascimento do poderoso Pandu, o qual nasceu excessivamente pálido, devido à condição assustada de sua mãe na hora de sua concepção. Ao crescerem, Dhritarastra casou-se com Gandhari, ao passo que Pandu casou-se com Kunti e Madri.

Com a bênção de Vyasa, da união de Dhritarastra e Gandhari, nasceram cem filhos, encabeçados pelo malévolo Duryodhana*, enquanto Pandu teve cinco filhos com suas esposas, os quais ficaram famosos como Pandavas. Embora fosse mais velho do que Pandu, Dhritarastra foi excluído da herança do reino devido à sua cegueira. Desse modo, Pandu foi coroado rei. No entanto, seu reinado durou muito pouco e, antes mesmo de ter filhos, Pandu recebeu uma terrível maldição que ele seria morto no momento que ele se entregasse ao ato sexual. Desse modo, Pandu abandonou o reino e, acompanhado de suas duas esposas, foi viver na floresta executando austeridades. Vendo que novamente a dinastia estava ameaçada, uma de suas esposas, a gloriosa Kunti Devi, revelou que havia recebido a bênção do grande sábio Durvasa Muni de invocar qualquer semideus que desejasse para, deste modo, gerar filhos com ele. Portanto, a pedido de Pandu, Kunti foi capaz de gerar três filhos gloriosos. Primeiro Kunti invocou Dharma, o semideus da religião, gerando assim um virtuosíssimo filho. Logo que nasceu, uma voz divina disse: “Esta criança será chamada Yudhisthira e será gloriosa, determinada, renunciada e famosa nos três mundos!” Pandu desejava também um filho de grande força física. Portanto, Kunti invocou Vayu, o semideus do vento. Tendo se unido com ele, uma criança muito poderosa foi gerada. Ao nascer, a mesma voz sobrenatural disse: “Esta criança será o mais forte dentre os homens!” Em seguida, Kunti invocou Indra, o rei dos céus, e concebeu mais uma linda criança. Desta vez, a voz celestial vibrou: “Ó Kunti, esta criança será tão forte como Kartavirya e Shibi, e, como o próprio Indra, será invencível na batalha. Sua fama espalhar-se-á por todos os lugares e ele obterá armas divinas”. Subsequentemente, Madri, a segunda esposa de Pandu, gerou dois filhos: Nakula e Sahadeva. Estes cinco filhos – Yudhisthira, Bhima, Arjuna, Nakula e Sahadeva – ficaram conhecidos como Pandavas.

Desde a época em que Pandu havia ido para a floresta, Dhritarastra havia assumido temporariamente o reino, até que Yudhisthira atingisse a idade apropriada para assumir o trono. Entretanto, como resultado da maldição que havia recebido, Pandu morreu antes que seu filho mais velho fosse entronizado e os Pandavas ficaram sob os cuidados de Kunti Devi, uma vez que Madri havia renunciado sua vida, entrando na pira funerária juntamente com seu esposo. Depois disso, os Pandavas foram levados para Hastinapura e foram criados à maneira real sob os cuidados de Dhritarastra.

Portanto, como depois da morte de seu pai os Pandavas viveram sob o completo abrigo de Dhritarastra, eles também deveriam ser considerados como filhos diretos de Dhritarastra. No entanto, fica bastante explícito aqui no começo do Bhagavad-gita que, infelizmente, Dhritarastra limitava seu interesse apenas em seus filhos, não se considerando responsável de por proteção a filhos de seu irmão Pandu. Em condições normais, tal comportamento por parte de Dhritarastra não fazia o menor sentido, uma vez que tanto seus filhos quanto os filhos de seu falecido irmão sempre viveram juntos no mesmo palácio onde estudaram e aprenderam as ciências militares, políticas, etc.

O verdadeiro problema era que a cegueira de Dhritarastra também se manifestava na vida espiritual. Especialmente seu filho mais velho, Duryodhana, havia herdado dele esta mesma cegueira espiritual e não queria conviver amistosamente com seus primos-irmãos, os Pandavas. Ele não conseguia tolerar o fato de que seus primos, encabeçados por Yudhisthira, deveriam ser coroados como sucessores do reino dos Kurus. Sedentos de poder, os invejosos filhos de Dhritarastra criaram uma situação insustentável, a qual acabou culminando na grande Batalha de Kurukshetra.

É igualmente importante verificarmos a grande preocupação de Dhritarastra pelo resultado desta batalha. Em seu íntimo, ele podia compreender que a tentativa de seus filhos de usurparem o reino de seus primos era ilícita e, por conseguinte, estava destinada ao fracasso. Ao citar que a batalha aconteceria em Kurukshetra, um lugar de peregrinação, ele estava indiretamente perguntando a seu secretário Sañjaya* se, de fato, a influência do lugar favoreceria os Pandavas que eram seguidores estritos do dharma. Como resposta, Sañjaya inicia a descrição da situação no campo de Kurukshetra, transmitindo primeiramente o diálogo entre Duryodhana e seu mestre de armas, Dronacharya.

Como um materialista cobiçoso e obstinado, Duryodhana estava pensando que a força de seu exército era superior. Ele não podia compreender que o Senhor Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, estando ao lado de Arjuna, definia completamente a vitória para o lado dos Pandavas, os quais, além de altamente qualificados, se sentiam plenamente dependentes e confiantes na misericórdia do Senhor.


ref.: http://gita.vraja.net/cap/1.htm

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Oração ao Criador

“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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