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DOMINANDO O VÍCIO - O CICLO KÁRMICO > DESEJO/ MEMÓRIA/ AÇÃO

DOMINANDO O VÍCIO - O CICLO KÁRMICO > DESEJO/ MEMÓRIA/ AÇÃO

Isso tem enormes implicações para a abordagem ao vício que será oferecida neste livro. Não iremos tentar "nos livrar" das memórias e desejos subjacentes ao comportamento de vício. Em vez disso, iremos nos concentrar em criar sentimentos novos e altamente positivos que ofusquem os impulsos destrutivos do vício e os tornem impotentes.

Talvez a melhor maneira de ilustrar esse aspecto seja através de uma experiência que eu tive com uma paciente há alguns anos em nosso centro de tratamento para pacientes internos. Creio que a história dessa moça ilustra a eficácia de uma abordagem positiva ao vício destinada a se adequar a necessidades individuais. Minha paciente tinha dezessete anos e vou chamá-la de Ellen.

Ellen estava com graves problemas de saúde quando a vi pela primeira vez, mas logo ficou claro que eles eram provenientes do uso de drogas e de outros comportamentos autodestrutivos que dominavam a vida da paciente desde os quatorze anos. Colocando as coisas de uma maneira simples, Ellen era viciada em heroína, e em decorrência disso, se envolvera em outras atividades perigosas e destrutivas, inclusive o roubo e a prostituição.

No início, decidi não falar com Ellen a respeito de nenhum de seus comportamentos de vício. Ela já estivera falando a respeito deles com um número suficiente de pessoas. Com efeito, quase todos os minutos da vida de Ellen giravam em torno do vício, de uma maneira ou de outra, seja sob a forma de participação ou de intervenção terapêutica. Até então, todos os tipos de tratamento não tinham obtido nenhum sucesso.

"No momento, não vamos discutir nenhum dos problemas que você vem tendo", sugeri a Ellen em um dos nossos primeiros encontros. "Vamos falar a respeito do que você fez antes disso. Quando você era menina, havia alguma coisa que gostava especialmente de fazer? O que você realmente ansiava por fazer naqueles dias? Em que estava mais interessada?"

Ellen pensou por um momento, como se estivesse tentando se lembrar de uma data da história da antiguidade em vez de eventos da sua própria vida ocorridos apenas dois ou três anos antes. "Bem", disse ela, "lembro-me de que eu adorava andar a cavalo. Mas não consigo nem mesmo imaginar montar em um cavalo agora. Nem mesmo sei se eu conseguiria fazer isso agora sem levar um tombo. Eu era realmente uma pessoa diferente naquela época”.

Olhando para Ellen, pude perceber por que ela se sentia daquela maneira. Parecia ansiosa cansada e subnutrida. Uma espessa camada de problemas mentais, físicos e emocionais a isolavam do mundo exterior, e até mesmo das suas verdadeiras necessidades e sentimentos. Assim sendo, o primeiro objetivo do seu tratamento foi remover essa barreira. Sugeri a Ellen que executasse o procedimento de purificação ayurvédico constituído de cinco partes conhecido como Panchakarma.

Depois de alguma discussão, Ellen concordou - e como todo mundo que vi vencia o Panchakarma, ela se sentiu quase como se tivesse "renascido" em decorrência dele. O Ayurveda vê a mente e o corpo como elementos de uma única unidade. À medida que o corpo de Ellen era purificado no nível celular mais fundamental, suas emoções e seu espírito também eram limpos e restaurados. Não existe nada de misterioso ou milagroso com relação ao Panchakarma, mas o efeito é definitivamente bastante dramático. As barreiras químicas e emocionais que vinham obscurecendo o verdadeiro eu de Ellen começavam a ser removidas.

Depois de Ellen descansar durante alguns dias após esses procedimentos de purificação, cheguei à conclusão de que estava na hora de abordar mais diretamente o problema do seu vício. Fomos andar efetivamente a cavalo, apesar dos receios que ela manifestara antes. E, como eu sabia que iria acontecer, Ellen adorou o passeio. A partir de uma perspectiva ayurvédica, isso foi tremendamente importante, porque o ato de andar a cavalo reacendeu uma sequência ação-memória-desejo específica que certa vez desempenhara uma parte positiva na vida de Ellen. Eu estava convencido de que essa seqüência poderia representar novamente uma influência positiva.

Quando voltamos do passeio, perguntei a Ellen como estava se sentindo. Queria que ela revivesse a experiência que acabava de ter enquanto a descrevia para mim. Ellen estava surpresa e satisfeita por ter se divertido tanto ao praticar uma atividade que, supunha, não mais estar disponível para ela.

Sugeri, então, que fôssemos um instante para meu consultório, pois havia algo que eu queria discutir com ela.

- Gostaria que me contasse tudo que você vivencia quando injeta drogas em si mesma - disse-lhe. - Tudo, do começo ao fim. Por favor descreva exatamente como é feito todo o processo, e exatamente o que você sente.

- Você quer dizer, como é ficar alucinada, e depois voltar ao normal? - perguntou Ellen.

- Não, porque esse é apenas o resultado final. Comece pelo início. Conte-me como a seringa se parece, e qual a sensação de tê-la na mão. Diga-me como a agulha se parece, e que tipo de sensação você sente quando a enfia no braço. Se você sentir prazer em alguma coisa, tente descrevê-la para mim, e se sentir dor ou tristeza, fale-me também a respeito disso. Fale a respeito do cheiro que você sente quando usa drogas, e do tipo de som que a seringa faz quando você empurra o êmbolo. Você sente um gosto particular, ou sua boca fica especialmente seca? Tente narrar todo o evento para mim em sua imaginação.

Eu tinha várias razões para pedir a Ellen que fizesse isso, mas o mais importante era que se tratava de um exercício de alertar a mente. No Ayurveda, ter a mente alerta significa star totalmente consciente do momento presente. Focaliza a atenção em todos os sentidos e experimenta plenamente o que o corpo está lhe dizendo quando você se envolve em uma atividade particular.

Ellen não estava acostumada a ter a mente alerta quando injetava drogas. Isso era algo que ela aprendera a fazer automaticamente, como uma máquina, e a névoa que rapidamente a envolvia quando a droga fazia efeito obscurecia ainda mais a verdadeira mecânica da experiência. Era realmente um esforço para Ellen, tanto emocional quanto intelectualmente, narrar o processo para mim, mas eu queria que ela fosse explícita com relação ao que estava envolvido. Quando ela terminou sua descrição detalhada, senti que a experiência fora mais clara para ela - mais real, mais consciente - do que teria sido se ela tivesse efetivamente enchido uma seringa e enfiado a agulha no braço, como fizera tantas vezes antes.

"Agora, exatamente como você me contou com detalhes sua experiência de injetar drogas, gostaria que você me falasse sobre sua experiência quando saímos para andar a cavalo esta tarde. Mais uma vez, recorra a todos seus pensamentos e a todos seus sentidos. Como você se sentiu ao ver hoje o cavalo pela primeira vez? O que você sentiu ao colocar o pé no estribo? Qual a sensação do contato com a sela? Qual o som do casco dos cavalos sobre a grama? Que emoções você sentiu em diferentes pontos do passeio? Conduza-me através da sua experiência, do começo ao fim."

Foi realmente bem mais fácil para Ellen fazer essa segunda descrição, e não apenas porque os eventos haviam acontecido tão recentemente. Isso aconteceu porque ela havia experimentado plenamente o passeio a cavalo. Sua mente e seu corpo estavam livres do entorpecimento que havia tomado conta dela nos três anos anteriores. Todas as coisas relacionadas com o passeio a cavalo haviam sido vívidas e repletas de alegria para essa jovem, e a descrição que ela fez do passeio deixou transparecer o mesmo sentimento.

Agora você tem que escolher entre essas duas experiências, disse a Ellen, como você acabou de passá-las para mim de uma forma clara e consciente, sei que você é capaz de tomar uma decisão bem informada. É claro que me sinto tentado a fazer um comentário moral a respeito da diferença entre injetar heroína e andar a cavalo, mas vou resistir a essa tentação, porque não creio que ela possa gerar qualquer benefício. Vou apenas salientar que as visões, os sons, as texturas, os pensamentos e os sentimentos que você experimentou esta tarde não estarão disponíveis para você - será literalmente impossível vivenciá-los - se você escolher usar as drogas, completei.

Estou feliz por poder dizer que Ellen escolheu se afastar das drogas e que ela teve a força de vontade de permanecer fiel a essa decisão. Acredito que a abordagem que adotei com relação a Ellen envolvia um certo risco, mas também acredito que ela foi bem-sucedida exatamente por esse motivo. Não pedi a Ellen que negasse o prazer que ela sentia quando usava heroína. Pelo contrário, insisti com ela em que concentrasse fortemente a atenção nessas sensações enquanto conversávamos - mas também pedi a ela que se conscientizasse da dor associada ao uso das drogas.

O passeio a cavalo, por outro lado, foi pura alegria. Foi algo que ela apreciara antes de ter tido problemas, e a memória re-despertada desse nível mais elevado de prazer foi capaz de sobrepujar o prazer de qualidade relativamente inferior relacionado com o uso das drogas. Quando o viciado passa a ter acesso a uma forma mais profunda de satisfação do que a que é possível através de um comportamento autodestrutivo, o caminho que irá afastá-lo do vício naturalmente se revelará. A memória da perfeição interior, uma vez re-despertada gera um desejo mais forte do que o vício em si.

A abordagem ao vício que funcionou com Ellen poderia ser considerada como tendo uma "base de prazer", ou talvez com a mente alerta com uma ênfase no prazer. Mas é melhor pensar nela simplesmente como espiritual. Acho que essa abordagem pode ser bem-sucedida com um grande número de pessoas, embora o processo envolva, algumas vezes, alguns passos adicionais. Ellen, apesar do que acontecera com já, pôde recorrer à experiência da alegria que lhe estava disponível. Tão logo as lembranças e os desejos positivos se apresentaram diante dela, eles se tornaram forças poderosas para sua recuperação. Suponhamos, porém, que Ellen tivesse simplesmente me olhado confusa quando eu lhe perguntei o que ela realmente apreciara antes de se envolver com drogas.

Existe um grande número de pessoas cuja vida nunca encerrou o tipo de momentos positivos que Ellen foi capaz de usar como um recurso de cura. Ou talvez esses momentos tenham sido de tal maneira encobertos que não podem mais ser reativados com alguns passeios em tardes agradáveis e ensolaradas. É preciso que você conheça a experiência do verdadeiro prazer para poder renunciar às sensações dos comportamentos de vício.

E o primeiro passo em direção ao conhecimento da alegria é simplesmente conhecer a si mesmo. Uma das maiores contribuições do Ayurveda é a maneira pela qual ele acomoda a absoluta singularidade de cada ser humano ao mesmo tempo em que fornece categorias de tipos mente/ corpo que nos permitem compreender as necessidades e características individuais de uma forma altamente prática.

No próximo capítulo, você terá a oportunidade de identificar seu tipo corpo/ mente no sistema ayurvédico, e, mais adiante no livro, você aprenderá como esse conhecimento pode ser utilizado para criar o bem-estar mental, físico e espiritual, ou, em uma única palavra, alegria.

DEEPAK CHOPRA
DOMINANDO O VÍCIO - A SOLUÇÃO ESPIRITUAL.
EDITORA ROCCO LTDA.

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