Ego

[luisa maria ribeiro casimiro]

...Meditando...

Estava a observar uma pessoa e a pensar como o nosso ego é subtil, forte.
E de como ainda são poucas, as pessoas com consciência do que é o ego
e de como actua.
E fiquei a pensar em como me tem custado tratar o meu ego...
nas várias vezes em que a vida já me trucidou por causa dele...
porque ao contrário do que a maioria das pessoas pensam ele é mais responsável
pelos nossos medos do que por outra coisa. Ele é a energia oposta à nossa alma,
que nos faz acreditar que não somos capazes, merecedores de algo, ele é aquela energia que
nos faz sentir superiores ou vaidosas(os).
A nossa alma não acha nada. Ela sabe quem é e que é única. Assim como todos são.
Mas o nosso ego, entre muitas e importantes, outras coisas, é o que nos faz achar
que somos melhores ou piores.
E para o desactivar, e nos ligarmos mais à nossa alma, não nos podemos julgar a nós nem
aos outros. Não posso julgar ninguém.
Porque não sou melhor nem pior.
Cada um está a fazer o seu trajecto o melhor que sabe e consegue.
E quando agia com o meu ego ouvi algumas vezes "lá de cima":
Quem pensas tu que és, para estar a criticar, ou julgar?
Foi duro de ouvir, vindo de Quem vem. Muito duro.
Porque sabemos que não podia ser mais assertivo.
E se diz, é porque é verdade. E se vem de Quem mais nos ama...bem...é porque temos mesmo
que nos pôr em causa. E foi sempre o que mais me custou:
pôr-me em causa. Agora já não.
Mas nos início deste processo custava-me mesmo muito.
Se eram os outros que me magoavam, achava eu, porque é que era eu
que tinha de me pôr em causa? Não sabia, ou melhor, não assimilava ao ponto de
conseguir pôr em prática, que aquelas situações eram atraídas pela minha energia,
muita dela, memória kármica, e que por isso, se queria deixar de passar por
aquelas situações, era eu que tinha de mudar. Mudar a minha energia.
E é isso que me deu e tem dado realmente trabalho - Mudar a minha energia.
Um dia, acordei com uma leveza no peito e lembrei-me que queria mais...
E perguntei-lhe: E o amor?
E a resposta foi: E a leveza que estás a sentir no peito?
Não te basta neste momento?
Porque é que estás a perguntar pelo que achas que ainda não tens, se estás a ter agora,
neste exacto momento, aquilo por que mais almejaste nos últimos meses?
Depois de meses e meses a carregar um rochedo dentro do peito, feito de memórias kármicas
que te fizeram muitas vezes sentir esmagada ao ponto de achares que nem ias continuar
a respirar, como é que agora que não estás a sentir peso nenhum no peito,
nenhum medo, nenhuma dor de que aquele rochedo era feito, em vez de desfrutares do que tens,
dessa leveza e dessa paz, pensas no que não tens? Fica aí, fica dentro do teu peito.
Deixa-te estar aí.
Fiquei Estupefacta. Aquelas palavras, aquelas exactas palavras,
tinham sido usadas por alguem numa musica que ouvi há poucos dias.
Realmente vamos recebendo muitos sinais e das mais variadas maneiras.
E quem estava a perguntar pelo amor que eu acho que ainda não tenho, era o meu ego.
Não era a minha alma. Porque o ego está sempre insastifeito.
Ou melhor cria-nos sempre a sensação de insatisfação.
E então vi que tinha o amor, nos amigos e na familia.... e mais tarde um outro amor conheci....
Essância Della Donna.

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