ERUPÇÃO EM JATOS DESAFIA GRAVIDADE DE LUA DE SATURNO

[Natalia Nara Dos Santos]

ERUPÇÃO EM JATOS DESAFIA GRAVIDADE DE LUA DE SATURNO

27 mar 2012: Há uma pequena lua em órbita além dos anéis de Saturno que é cheia de promessas, e talvez - apenas talvez - micróbios.

Em uma série de sobrevôos tentadoramente próximos à Lua, chamado "Enceladus", a sonda Cassini da NASA revelou jatos lacrimejantes de erupção daquilo que pode ser um mar subterrâneo. Esses jatos, que expelem através das rachaduras na casca gelada da lua, poderiam levar de volta a uma zona habitável, que é unicamente acessível em todo o sistema solar.

Plumas dramáticas, grandes e pequenas, spray de gelo de água de diversas localidades perto do pólo sul da lua Enceladus de Saturno. Mais de 30 jactos individuais de tamanhos diferentes podem ser visto nesta imagem capturada durante uma passagem da Sonda Cassini da NASA on Nov. 21, 2009. [veja mais]

"Mais de 90 jatos de todos os tamanhos próximos ao pólo sul de Enceladus estão pulverizando vapor de água, partículas de gelo e compostos orgânicos em todo o lugar," diz Carolyn Porco, uma premiada cientista planetário e líder da equipe Imaging Science para a nave espacial Cassini da NASA. "Cassini voou várias vezes agora através deste spray e provou que para além de água e material orgânico, existe sal nas partículas de gelo. A salinidade é a mesma que a de oceanos da Terra."

Geysers ricos não são a única coisa auspiciosa sobre Enceladus. Medições térmicas revelaram temperaturas tão elevada como -120 graus Fahrenheit (190 Kelvin) emanando de algumas destas fissuras.

"Se você mensurar todo o calor, são 16 gigawatts de energia térmica que estão saindo dessas rachaduras," diz Porco.

As plumas de Enceladus lacrimejantes vêm de fissuras geladas apelidado de "listras de tigre". [mais imagens]

Ela acredita que a pequena lua, com o seu mar sub-superfície do líquido, são compostos orgânicos, e uma fonte de energia, que podem hospedar o mesmo tipo de vida que encontramos em ambientes similares na Terra.

"O tipo de ecologias que Enceladus pode abrigar, poderia ser como aqueles no fundo de nosso próprio planeta. Calor abundante e água em estado líquido são encontrados em subterrâneos da Terra e rochas vulcânicas. Os organismos nessas rochas prosperam a hidrogênio (produzidos por reações entre água líquida e pedras quentes) e dióxido de carbono disponível, e faz o metano, que é reciclado de volta para o hidrogênio. E tudo é feito totalmente na ausência de luz solar ou qualquer coisa produzida pela luz solar."

Mas o que torna especial é que a zona habitável de Enceladus se oferece até para facilitar o acesso.

"É em erupção no espaço onde podemos prová-la. Parece loucura, mas poderia estar nevando micróbios na superfície deste pequeno mundo. No final, é o lugar mais promissor que conheço para uma pesquisa astrobiologia. Nós podemos voar através da pluma e prová-lo. Ou podemos pousar na superfície, olhar para cima e enfiar a língua para fora. E voilà ... temos o que veio para."

A fonte de calor Enceladus parece estar em Saturno. Pesquisadores dizem que força gravitacional de Saturno faz com que a forma da lua mude um pouco em uma base diária, como ela orbita. Flexão de movimentos em seu interior geram calor - como o calor que você sente em um clipe de papel quando você dobra para trás rapidamente.

Em 27 de março de 2012, Cassini voou apenas 46 km acima do pólo sul de Enceladus - e para a direita com as plumas vomitando. [mais informações]

"Mas a flexão de maré que ocorre agora não é suficiente para explicar todo o calor atualmente saindo de Enceladus. Uma saída para esse dilema é assumir que alguns dos aquecimentos observados hoje foram gerados e armazenados internamente no passado."

Porco acredita que a órbita de Encélado poderia ter sido muito mais excêntrica, e a maior excentricidade, ela diz, a maior das variações de maré e flexão resultando em estruturais que produzem o calor. Neste cenário, o calor teria sido armazenado dentro da pequena lua derretendo parte do gelo do mar para recarregar líquido.

"Agora que a excentricidade da órbita diminuiu, o calor que emana do interior é uma combinação de calor produzido hoje e no passado. Mas, uma vez mais calor está saindo hoje do que está sendo produzido, Enceladus está em uma fase de reflexão e da água em estado líquido que está retornando para o gelo. Existem modelos para mostrar que ela nunca realmente congela totalmente, de modo que a excentricidade pode aumentar novamente, reiniciando o ciclo."

Tudo o que é aumentar o calor, Porco tem um plano de ação. É simples:

"Precisamos voltar a Enceladus e verificar novamente."

Author: Dauna Coulter | Editor: Dr. Tony Phillips | Credit: Science@NASA

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27/03/2012 - 14h33
Sonda espacial vai captar água de lua de Saturno
Cassini passará a 74 quilômetros da Enceladus, um dos principais focos na pesquisa sobre vida fora da Terra

A sonda espacial Cassini fará uma passagem e menos de cem quilômetros de altitude do pólo sul da Enceladus, uma lua de Saturno que aparentemente abriga um oceano. O voo, que será feito a uma altitude de 74 quilômetros, permitirá a sonda a captar alguns dos jatos de gelo e vapor d'água expelidos pelo satélite.

Pesquisadores reuniram diversas evidências de que esses jatos são alimentados por um oceano de água líquida, que está coberto pela crosta congelada da lua. O sobrevoo deve ocorrer por volta das 18h30 (horário de Brasília) desta terça-feira, 27.

Os cientistas usarão o espectômetro de íons e massa natural da Cassini para analisar a composição aquosa, sua densidade e a variabilidade dos elementos da Enceladus. Antes, foram detectados sais nesses jatos, o que sugerem que a camada submersa da lua está provavelmente em contato com seu núcleo rochoso.

A descoberta coloca a Enceladus como um dos principais locais para pesquisa de vida dentro do Sistema Solar, já que as rochas poderiam jogar no oceano elementos essenciais para o desenvolvimento da vida. Os jatos que são expelidos pelas fissuras da crosta de gelo são conhecidos como "listras de tigres".

A Enceladus se move ao redor de Saturno em uma órbita oval, distorcida por causa da gravidade do planeta. Isso causa a volubilidade das fissuras, alterando a atividade geológica da lua.

O voo mais próximo da Enceladus já feito pela Cassini ocorreu em outubro de 2008, quando a sonda chegou a apenas 25 quilômetros da superfície da Lua. Em outubro de 2015, a passagem deve se repetir.