«HÁ UM ESPÍRITO - UM PODER MAIS ALTO - O UNIVERSO

[maria helena silva moura]

Comecei a compreender há já algum tempo que «Deus» ou «espírito» é tudo o que nos rodeia.
Na prática...simplesmente abro os olhos á minha volta. Faço um suave floreado com as minhas mãos e desenho uma cara sorridente na espuma do meu céu. Aí...para mim, é um Ritual Sagrado onde anoto pequenos acontecimentos diários.
Vá onde for e fale com quem falar - pressinto um grande desejo ou anseio, mesmo quando as pessoas não sabem o que lhes falta na sua vida.
Talvez apreciar a beleza das coisas do dia-a-dia, notar o sagrado da vida diária, seja algo que devemos cultivar nas nossas vidas. Exige apenas alguma disposição e muita prática.
Não pensem, nem por um instante, que todos os dias ao acordar olho á minha volta e sinto pura alegria o tempo todo - ou que sou sempre capaz de apreciar as pequenas alegrias da vida. Não sou. Gostaria de estar sempre perfeitamente consciente, mas não estou.
Compreendi o quanto é importante encontrar maneira de ter um relacionamento diferente e mais generoso comigo e não é ser egoísta. É exactamente o contrário: confiarmos nas nossas próprias vozes e necessidades interiores ajuda-nos a sermos verdadeiramente mais generosos para com os outros.
Decidi fazer um Vaso, quebrá-lo voluntáriamente e depois colar os cacos. Para minha surpresa foi muito difícil. Eu não desistia! Como na vida, nós dizemos que queremos mudar, mas depois vemos como é difícil a mudança! Tu queres mas algo te detém. Finalmente, acabei por desistir, e o vaso quebrou-se ao meio. Depois foi mais fácil quebrá-lo em mais bocados. Reuni os cacos. Encontrei dois pedaços que se ajustassem, como num "puzzle" e depois, com super-cola, imobilizei os cacos durante cinco minutos, até colarem.. Caco a caco,
o meu vaso foi reconstruido.
Quando olhei o vaso colado nas mãos, o círculo fechou-se. Espantoso. Antigamente, por mais que fizesse ou realizasse, pensava que algo me faltava na vida e jamais compreendi o que fosse. Olhei para o vaso e vi que nada faltava. Nada. Vi que eu estava completa.
Nesse mesmo instante, compreendi que isso é válido para cada um de nós. Podemos passar o tempo a gastar a nossa energia positiva concentrados nas nossas imperfeições, rachas, cacos e defeitos, ou podemos alterar a nossa perspectiva de modo a vermos que essas mesmas qualidades são o que faz de
nós seres únicos. O meu vaso era de longe mais interessante do que antes de o ter quebrado. E depois tive
um daqueles momentos de iluminação. Eu vi, vi realmente, em cada uma das células do meu corpo:
ser completo não significa que temos de ser perfeitos!
Com isto em mente, aquilo que realmente me interessa, é como podemos dar forma ao espírito, como podemos viver a nossa espiritualidade. - não apenas falar dela ou pregá-la, mas vivê-la verdadeiramente.
Como é que trazes o teu espírito para dentro da vida real? Como é que enfrentas as tuas próprias pequenas e grandes lutas?
Quando comecei esta jornada, esperava por uma grande milagre, um que mudasse radicalmente a minha vida. Em vez disso, o que descobri foi de longe mais útil - a extrema importância das pequenas coisas.
Os pequenos actos de bondade fazem a diferença - o seu eco ´«e desproporcionado ao esforço que exigem.
Recordo-me muitas vezes de uma coisa que Madre Teresa disse:
"Nós não fazemos grandes coisas, só fazemos pequenas coisas com grande amor."
Saber que as coisas que aprendi com as minhas próprias lutas podem ser utéis aos outros é profundamente compensador para mim. O que eu estou a fazer neste momento exacto é o melhor que posso fazer - e é