Hoje, o objeto de nossa meditação será o julgamento ao próximo e como essa prática influencia a nossa vida. Como a Bíblia já nos ensina através do Evangelho de Lucas - "Não julgueis e não serás julgado; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados" - o julgamento, a condenação e o perdão obedecem à lei do retorno e voltarão para nós assim como nós os emitimos. Podemos observar também que o ato do julgamento e da condenação não é aprovado, mas sim o perdão.
Quando julgamos as atitudes do próximo não estamos em um estado de evolução tão alto o quanto pensamos estar; apenas nos colocamos em um pedestal de pretensão e imaginamos estar acima de todos. Porém, paremos para refletir... Que divindade nos delegou essa missão, se todos os Mestres nos ensinam a não praticar essa ação?
Cada um julga com os elementos que possui, quanto mais somos ignorantes, menos elementos possuímos para julgar algo ou alguém, e quanto menos elementos possuímos, mais rápidas e absolutas são as nossas conclusões. Ao contrário, quem possui mais conhecimento, sabedoria e, com isso, mais elementos para julgar, não chega a conclusões simplistas, rápidas e absolutas. Logo, quem mais se aproxima da verdade é quem julga lentamente, sem absolutismo, sem emoção, mas com profundidade.
Então, quem julga lançando seu julgamento sobre os outros, em última análise julga a si mesmo e com seu julgamento se revela. Pelo fato de não podermos julgar senão conforme nosso tipo de pensamento e natureza, com o nosso julgamento são descobertos nosso pensamento e nossa natureza.
A melhor maneira de se chegar a conhecer uma pessoa é a de observar os seus julgamentos a respeito dos outros. Quando alguém cai na ilusão de supor que, julgando os outros, está assim pondo-os a descoberto e colocando-se acima deles, na realidade apenas se está submetendo a julgamento, descobrindo-se e mostrando a todos seus próprios defeitos. Assim como diz Mateus em seu Evangelho -"Porque com o juízo com que julgardes, sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós".
Aproveitemos então o tempo que desperdiçamos em julgar os outros para melhorarmos a nós mesmos. Por exemplo, toda vez que você se perceber irritado ou zangado com alguém, não contemple a pessoa, mas a si mesmo. Deixe aflorar em seu coração apenas o sentimentos de misericórdia e compaixão, procurando auxiliar, caso seja possível, mas nunca julgá-la.
Que nossas vidas sejam repletas dos sentimentos de compaixão, misericórdia e sabedoria para não julgarmos mais. Que assim seja.
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