Um ser humanizado adquire uma flor, leva-a para a sua casa, coloca-a em um vaso e cria a verdade relativa de que a flor estará sempre naquela determinada parte do seu clico impermanente. Preocupado com outras falsas verdades que compõem sua vida, o ser humanizado não presta atenção a impermanência da flor. No dia em que novamente percebe a flor ela, pela sua impermanência, já está em outra etapa do seu ciclo de existência: murcha.
Para se defender de não ter prestado atenção na impermanência da flor, este ser acusa outros (‘me venderam uma flor velha’), a própria flor (‘as flores de hoje não duram mais como as antigas’) ou até o tempo. Na verdade nada disso aconteceu: apenas a flor viveu todo o seu ciclo. É o ser humanizado que por estar preso na verdade relativa da permanência, deixou de prestar atenção na evolução do ciclo da flor. Para defender suas verdades é que ele acusa outros.
A não compreensão dessa qualidade da vida faz com que o ser humanizado não sinta as alterações que se processam em tudo. Uma mãe e um pai geram um filho. Enquanto ele é criança os pais estão ocupados na sua verdade relativa que precisam construir sua vida (trabalhar, ganhar dinheiro, possuir bens) e imaginam que o filho permanecerá eternamente criança. Deixam de prestar atenção ao ciclo de evolução do filho.
Um dia os pais olham e encontram no lugar onde havia uma criança um adolescente e se perguntam: ‘Onde foi parar o meu garoto?’ Ele esteve lá no tempo que deveria estar, mas pela sua impermanência alterou-se. Os pais, que não viveram essa realidade e foram buscar outros sonhos é que não viram.
Todos possuem a característica da impermanência. Quem está vivo um dia irá morrer; quem tem saúde um dia irá adoecer; quem está passando por situações positivas um dia irá passar por negativas. A não compreensão dessa realidade universal traz o sofrimento, ou seja, a individualização dos acontecimentos universais.
O ser que não consegue enxergar a realidade (tudo é impermanente) sofre. Quando um parente ou amigo morre, sofre. No entanto, desde que nasceu esse ser humanizado a cada dia mais se aproximou da morte. Será que aquele não sabia disso?
A impermanência é a transformaçã0 de cada um para cumprir o seu ciclo existencial. Se o ser humanizado sabe que tudo que nasce morre, porque sofre neste momento? Porque cria a ilusão que aquele outro irá permanecer vivo constantemente. Pela existência dessa verdade não presta atenção no ciclo do próximo e não compreende que cada dia mais ele se aproximou do túmulo.
O ser humanizado sofre porque não vive a vida com impermanência das coisas.
Toda verdade relativa é fundamentada na permanência das coisas. Quando o ser humanizado acredita nessa verdade ela passa, para ele, a ser absoluta, ou seja, não se alterará jamais. Somente com o sofrimento ele poderá alterar a sua verdade relativa.
Por isso existem as situações negativas: para que o ser possa tornar suas verdades impermanentes. Quando atingir essa qualidade da vida, alcançará a felicidade, pois entrará na realidade do mundo: tudo é impermanente.
Para que o ser possa entrar em contato com a impermanência das coisas, o Buda aconselha que se recite constantemente as “Cinco Lembranças”.
1 – Eu tenho a natureza daquilo que envelhece. Não há como escapar da velhice.
2 – Eu tenho a natureza daquilo que adoece. Não há como escapar da doença.
3 – Eu tenho a natureza daquilo que morre. Não há como escapar da morte.
4 – Tudo que me é caro e todas as pessoas a quem eu amo têm a natureza daquilo que muda. Não há como me separar dessa natureza.
5 – Minhas ações são meus únicos pertences verdadeiros. Não posso escapar das conseqüências de minhas ações. Minhas ações são o chão no qual eu piso.
Como afirmamos tudo tem um ciclo e se altera constantemente. A vida de cada ser segue essa impermanência. Aquele que nasce não permanecerá permanentemente vivo, quem tem saúde não permanecerá nesse estado eternamente e tudo o que o ser possui hoje (lhe é querido) irá mudar, quer de aparência ou de proprietário. A não compreensão dessas verdades que compõem a vida humana leva o ser ao sofrimento quando o ciclo das coisas cumprir a sua impermanência.
Retirado do EEU - Espiritualismo Ecumênico Universal: www.meeu.com.br
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