MEU CÃO PREDILETO

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas.

Tenho observado com muita atenção o despertar da sociedade para com os animais. A impressão que vai ficando seria aquela em que tentamos resgatar o tempo perdido. Muitos são os esforços da atual conjuntura, em se voltar para a natureza tanto animal como vegetal. Diria sim que tal desempenho seria os novos acordes que a ascensão tem nos presenteado.

Nos velhos tratados desta mesma civilização, somente em tempos e épocas bem remotas podemos encontrar muitos registros, que tratam de uma convivência do ser humano com os animais e vegetais sem qualquer tipo de restrição. Cada criança que nascia era imediatamente adotada por um lobo. Assim eram criados juntos. O tema seria bem melhor se usarmos o termo guardião ou eterno protetor.

Na atualidade, particularmente tenho uma admiração sem limites com relação ao cachorro e ao cavalo. Como estou vivendo mais no meio rural tenho aguçado a observação e descoberto muitas maravilhas advindas destes dois belos e amigos animais. O cachorro é considerado o mais fiel dos amigos. Mas, também temos informações de que o cavalo é muito mais amigo e fiel do que o cachorro.

“Meu cigarro de paia. Meu cavalo ligeiro. Minha rede de maia. Meu cachorro trigueiro”. Tinha que ser do Lula Gonzaga! O cavalo transporta; enquanto que o cachorro acompanha. Talvez a necessidade de locomoção nos tempos idos justifique a veneração do cavaleiro, para com a sua montaria.

Na época das vaquejadas possuía uma parelha de cavalos. Um quarto de milha cruzado com um inglês - Carinhoso e outro árabe com o quarto de milha - Pagão. Dois animais belíssimos e muito inteligentes. O meu parceiro era Aluízio Simplício, tendo como treinador o inigualável Piteta.

Com o Carinhoso mantive uma relação de pura cumplicidade. Não precisava esporas e a brida era apenas uma peça para compor as rédeas. Certa vez, correndo no Parque 13 de maio em Natal, já na madrugada de domingo para segunda tive a infelicidade de derrubar o boi e, ainda escorregar pela pata do cavalo provocando uma queda espetacular. Caiu eu, o boi e o cavalo na faixa. Valeu o boi, mas fiquei desacordado. Neste momento, para surpresa de toda a plateia, o cavalo levantou e pasmem tentava me levantar com o focinho! Eita mundo bom. Quebrei duas costelas e levei pontos no queixo que ainda tenho até hoje.

Com o Tupé foi um pouco diferente. Mas, certa vez cismei em dormir num galpão de processamento de frutas, praticamente ao relento. Fui alertado de que era perigoso. Não aceitei e armei uma rede. Ao me
deitar ele chegou e para minha grata surpresa ficou deitado em baixo da rede. Foi assim a noite toda.  Outra vez sai da fazenda e deixei a porteira aberta, por volta das nove da noite. Ao regressar da cidade de Baraúna outra surpresa. Encontrei o mesmo “sentado” no meio da porteira aberta, como um abnegado guardião. Entrei e fui outra vez para a rede; e, mais uma vez e ele repetiu a façanha de dormir embaixo da rede. Neste momento ele não mais está conosco – partiu e deixou muitas saudades!

O Sprite quando ainda bem novinho por apresentar uma mancha preta sobre o olho direito foi taxado de “marginal”. Indignado adotei o mesmo como sendo o meu cachorro predileto. Hoje ele repete naturalmente algumas belas façanhas do velho Tupé e, até demonstra outras inigualáveis qualidades. Todas as tardes adquiriu o hábito de juntar o rebanho de ovelhas. É um trabalho maravilhoso. Se desgarrar alguma, não se abala ele conduz naturalmente; e, depois volta até trazer a última que desgarrou.

Assim, a vida na natureza nos torna mais amáveis, mais humanos, mais compreensivos e muito mais intuitivos. É o cavalo e o boi que fazem o espetáculo do vaqueiro!

[renato de oliveira santos]

BOA POSTAGEM. TUDO O QUE TRATAMOS COM CARINHO TAMBÉM NOS TRATA COM CARINHO. NAS CIDADES PORÉM, TEM ACONTECIDO DE AS PESSOAS PROJETAREM SEUS DESEQUILIBRIOS PSICOLOGICOS PARA CIMA DOS POBRES ANIMAIS. POR EXEMPLO, UMA PESSOA MUITO CARENTE, QUE NÃO CONSEGUE VIVER EQUILIBRADAMENTE COM O PRÓXIMO, CRIAR UMA RELAÇÃO DESMEDIDA COM O SEU CACHORRO. TODOS SABEMOS QUE O CACHORRO TEM UMA CERTA DEPEDENCIA MUITO GRANDE PARA COM O SEU DONO. SE O DONO VIBRAR AFIM COM ISTO CRIA UMA RELAÇÃO QUE OS ESPECIALISTAS EM ANIMAIS FALAM SER PREJUDICIAIS AOS ANIMAIS. VEJA BEM, ISSO SE DÁ QUANDO O DONO TEM MUITA CARENCIA AFETIVA HUMANA, PROJETANDO PARA OS ANIMAIS ESTAS DISFUNÇÕES. SOBRE ESTE TEMA HÁ MUITO A SER DITO PORÉM, TE AGRADEÇO O SEU RESPEITO PELA VIDA ANIMAL.