Mirra Alfassa – A Mãe
Existem épocas em que criaturas extraordinárias descem à terra com uma missão a
cumprir, contribuindo com seu esforço para divulgar ensinamentos mais elevados
e ajudar aqueles que tacteiam na escuridão do mundo.
Mirra Alfassa
nasceu em 21 de Fevereiro de 1878 em Paris, filha de um banqueiro turco e de mãe (§) egípcia, cujas famílias eram de descendência
aristocrática.
Toda a família havia adquirido nacionalidade francesa e Mirra cresceu em Paris
onde passou a primeira parte da sua vida sendo já desde a sua tenra infância
uma criança acima do nível humano e dotada de grande força e determinação.
Possuía uma predisposição natural para experiências ocultas e aos doze anos já
praticava o ocultismo como uma disciplina consciente.
Entre os 12 e os 13 anos teve uma série de experiências psíquicas e espirituais
que lhe revelaram não apenas a existência de Deus, mas a possibilidade de
encontrá-lo e revelá-lo integralmente em consciência e acção, e de manifestá-Lo
na terra em uma vida divina. Isso, e uma prática para a sua realização foi-lhe
dado durante o sono, por vários mestres, alguns dos quais veio a encontrar
posteriormente no plano físico. Mais tarde o contacto com um desses mestres
tornou-se cada vez mais claro e significativo e apesar do escasso conhecimento
das filosofias indianas e religiões que tinha na altura, Mirra foi impelida a chamá-lo
de Kṛṣṇa.
Desde então tomou consciência que seria com ele que ela deveria realizar o seu
trabalho.
Mirra estudou pintura e desenho e tornou-se uma pintora de talento tendo
exposto ao lado de grandes artistas como Renoir, Cézanne e outros.
Em Outubro de 1897 casou-se com Henri Morisset (discípulo do pintor Gustav
Moreau), de quem teve um filho. A pintura possibilitou-lhe grandes vislumbres
no seu processo criativo. Era também uma leitora assídua e conhecia
profundamente os museus e castelos de França e de Itália. Sua cultura foi-se
expandindo muito, tornando-se vasta, profunda e refinada.
Ela nunca fez a usual distinção entre o espiritual e o mundano. Tal como disse
Śrī Aurobindo (§) “ Toda a vida é Yoga (§)” e Mirra assim a considerava apesar de não conhecer
este dizer enquanto dito de Śrī Aurobindo.
Foi então que leu a Bhagavad-Gītā e apesar de ter lido uma tradução
muito pobre foi capaz de intuitivamente entrar no seu propósito. Contudo, não
era nos livros que ela confiava para se guiar, mas sim em suas próprias
experiências que infalivelmente a conduziam a seu caminho.
Mirra nunca acreditou no Deus convencional das religiões; o Deus interno era o
que ela sempre procurava.
Por volta de 1906 conheceu Max Théon, um exilado polonês que era um grande
ocultista, e sua esposa Alma, também altamente dotada espiritualmente. Eles
moravam em Tlémsem, na Algéria, às margens do deserto do Saara. Esse encontro
fortaleceu em Mirra a decisão de estudar o ocultismo em profundidade e os dois
anos seguintes passou-os em Tlémsem.
As suas experiências foram muitas nesse tempo, que lhe revelaram a existência
de níveis de consciência, de seres e forças que normalmente não podemos
conceber e também a possibilidade de controlar essas forças.
Contudo sempre afirmava que o conhecimento oculto sem disciplina espiritual era
um instrumento perigoso.
Voltou a Paris onde o seu casamento se desfez. Era o começo de uma nova etapa
na sua vida na qual se encontrava com pessoas e grupos que estavam à procura da
verdadeira espiritualidade, ela os ajudava a enfrentar os problemas da vida e
do trabalho.
Em 1910 casou-se com Paul Richard, um brilhante intelectual profundamente
interessado na espiritualidade oriental e ocidental. Quando Richard voltou de
uma viagem à Índia, Mirra soube da existência de Śrī Aurobindo através dele e
sentiu-se irresistivelmente atraída por aquele país.
Participou em trabalhos de grupo sobre auto-conhecimento participando mesmo em
palestras e discursos. A visão de Mirra projectava-se no futuro do destino do
homem e no papel que desempenharia para apressar esse destino. Falava sobre
vários temas não como divagações intelectuais mas como verdadeira busca
espiritual.
Pela sua experiência e génio de organização, o Āśram de Śrī Aurobindo (§) foi se expandindo e o trabalho desenvolvido pela
Mãe (§) cresceu cada vez mais em volume e complexidade. Para
ela não havia tarefa insignificante ou sem importância e tudo o que fazia era
permeado de beleza e significação espiritual. Suas “conversas” com os
discípulos tornaram-se famosas e mais tarde foram traduzidas e espalhadas pelo
mundo. Originalmente em inglês, depois foi em francês, língua que a Mãe começou
a ensinar aos discípulos. Ela versava sobre os mais variados tópicos que seriam
praticamente a introdução ao “Yoga (§) Integral” de Śrī Aurobindo.
Ainda hoje é de admirar como foi possível a essa criatura tão frágil, que se
alimentava tão pouco e dormia ainda menos, conservar tantas e delicadas
engrenagens movendo-se sem atrito ou fricção e conseguir conciliar tantos
temperamentos, raças e idades variadas, vindos de todos os recantos do mundo,
com tanta eficiência e harmonia. A Mãe não era apenas uma admirável e
competente organizadora, não meramente uma grande líder espiritual que, com seu
exemplo guiava os discípulos, mas acima de tudo era a Mãe que conservava juntas
todas as pessoas e coisas do āśram, como por laços invisíveis, com o poder de
transformar a vida em alegria de viver e com sua ilimitada ternura, de fazer as
pessoas felizes, contentes, fiéis e obedientes.
Śrī Aurobindo disse uma vez: «O Āśram é criação da Mãe, sem ela, não teria
existido».
No dia 17 de Novembro de 1973,
a Mãe deixou o seu corpo físico, com a idade avançada de
95 anos. A notícia espalhou-se célere e dos quatro cantos do mundo acorreram
seus admiradores e discípulos para prestar a última homenagem àquela que ficou
conhecida como a Mãe, do Āśram de Śrī Aurobindo.
«... e eu Te vejo em todo ser, em cada coisa, desde a brisa mais passageira,
até o Sol radiante que nos ilumina e é Teu símbolo».
A Mãe
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NA LUA NOVA.
«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»
A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.
Oração ao Criador
“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”
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