Compartilhando um conto que me tocou profundamente...
Que possamos, todos, descansar no verde vale, livres de todas as ilusórias cargas, despidos da auto importância e conscientes de que SOMOS TODOS UM, ahow!!!
No colo do verde vale
“Cansado. Assim sentia-se o Tempo.
Muito mais que velho, muito além de antigo. Isto eu sou – pensava, andando para a
frente. Ele não conhecia outra direção.
Vasculhando o passado que trazia às costas, não encontrava o dia em que tinha
começado a caminhar. Já procurara muito. Agora até duvidava que existisse esse
dia, que ele, como tudo o mais, tivesse um começo. Há tanto andava, que não sabia
quanto, e bem podia há outro tanto estar andando.
Lá longe, porém, na juventude – se é que alguma vez tinha sido jovem – lembrava-
se de caminhar com alegria, os passos, ou a alma, leves. Ah, sim! Tinha sido bom!
Naquela época, certo de que o mundo inteiro era arrastado por ele, como numa
imensa rede, enchia-se de orgulho e poder.
- eu piso com o pé direito – dizia afundando bem o calcanhar – e trago a primavera.
Piso com o esquerdo – lá ia o outro pé marcando a terra – e vem chegando o verão.
Cada passada minha faz uma flor, um fruto, uma semente.
Ria vendo girar as pás do moinho de vento.
- coisinha de nada – dizia-lhe – se o vento acabar, você morre. Eu não, eu sou meu
próprio vento. Sou eu que comando a ordem de tudo, que faço a hora do sol, e
marco a noite da lua. Eu que empurro este mundo todo prá frente.
Essa tinha sido a sua razão para andar. Mas agora, tantas luas acumuladas no seu
rastro, tantas frutas desfeitas no chão, já não lhes via a graça. Pois nada havia à
sua frente que não conhecesse.
Só uma coisa não conhecia: parar.
Foi pensar na palavra, e estremecer de susto. Nunca antes essa ideia tinha estado
com ele. Pela primeira vez desde a alegria, percebeu que tropeçara em algo novo.
Parar, seria possível?
- mas se eu parar – pensou – os filhos não se acabam no ventre das mães, os
passarinhos nos ninhos não aprendem a voar.
E continuou andando.
Mas a ideia seguiu caminho com ele, mais tentadora a cada passo. E o Tempo
começou a olhar o mundo com outros olhos, procurando em todo lugar a sedução
que o faria cometer tão grande audácia.
Olhou a cachoeira. Imaginou-se ali, os pés metidos na água fria, ouvindo para
sempre o canto transparente.
- mas, se eu parar, para a água – pensou com susto – a canção emudece. Não terei
mais o que ouvir, nem onde molhar os pés. E, triste, tocou as pernas para frente,
uma depois da outra, como sempre.
Olhou a floresta. Pensou que bom seria deitar naquele musgo rasgado de sol. E já se
via quase lagarto, quando lembrou que as árvores parariam de crescer, as folhas
parariam de se mexer, o sol pararia de brilhar. E levantando os joelhos com cansaço
e tédio, foi adiante.
Chegou ao deserto.
- enfim, um lindo mundo parado!
Mas da crista das dunas, o vento soprou areia em seus olhos, e ele percebeu que
nem ali poderia ficar.
Foi ao mar e viu as ondas.
E passou pelo lago e viu os peixes.
Tudo se movia.
Tudo, pensou, estava preso à rede que trazia nas costas.
Até chegar ao vale. Liso, lindo, lento vale.
Águas se perseguiam entre lago e regatos, espigas balançavam a cabeça jogando
grãos ao vento; flores se voltavam para o sol. Ali também, no mesmo movimento,
nada estava parado.
- pois eu estarei – exclamou súbito o Tempo, reconhecendo naquela paz todo o seu
desejo.
E aos poucos, todo suspiroso, temendo a própria coragem, espraiou-se no vale,
estendeu-se longo como ele mesmo não sabia ser. E, pela primeira vez, descansou.
Céu acima, doce grama embaixo, ainda esperava, porém, o desastre, o enorme
desabar da ordem. E alisava o pelo daquele chão, finas hastes e talos, para leva-lo
na memória das mãos quando fosse preciso levantar-se e recomeçar a marchar
para sempre, em castigo por aquele momento de fraqueza.
Silêncio no vale.
- acabou-se – pensou, esmagado de culpa – tudo parou. – a luz do sol pareceu
escurecer.
- É o fim – e entrefechou os olhos.
Mas ouviu um mugido de longe, estremeceu um coelho no mato, uma folha caiu.
Para surpresa do Tempo, movia-se o mundo.
- Não sou eu, então, que carrego tudo isso? – perguntou-se intrigado, sentando. E
debruçado para olhar de perto o mundo pequeno que nunca tivera tempo para
olhar, viu o grilo saltar vergando os fios de grama, viu o escaravelho marcar sua
passagem rolando a bola de esterco, a serpente escorrer em curvas, cada um no
seu ritmo, avançando, tecendo a rede de que ele acreditava segurar as pontas. E
ali, inclinado sobre a vida, descobriu aquilo que nunca suspeitara: não era ele, com
seus passos, que ordenava tudo, que comandava o salto do grilo, o vento na
espiga, as pás do moinho. Mas eram eles, grilo e espiga, cada um deles que, com
seus pequenos movimentos, faziam os passos do Tempo.
Então abriu as mãos, soltou a carga que acreditava carregar, deitou a cabeça.
Serena, a nuvem se afasta. O sol volta a desenhar sombras.
No colo do verde vale, dorme afinal o Tempo, enquanto filhotes amadurecem nos
ovos.”
Marina Colasanti
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NA LUA NOVA.
«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»
A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.
Oração ao Criador
“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”
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