Este pensamento nos leva a compreender que não se deve apenas aprender, mas também praticar. Aquele que apenas vive “aprendendo” idolatra o condutor, mas quando o barco voltar para a terra da ignorância, o ser humanizado que não pratica o ensinamento continuará a bordo e não mais será sábio. Afirmar que o “barco” é muito bonito, perfeito, limpo e arrumado (tem lógica), mas não colocá-lo na prática não garante a vida em novas terras.
O ensinamento é apenas um passaporte para a vida no novo mundo e não a própria vida. Ao ser atingido o ponto de chegada, é necessário que se caminhe por este novo lugar, convivendo com seus moradores para que seja um deles. Apenas a prática do ensinamento pode transformar o espírito em um sábio.
Durante milênios a espiritualidade, comandada pelo Pai Supremo, tem passado “ensinamentos” para os espíritos encarnados. Todos eles objetivaram transformar a vida na carne (que premia a “ignorância” espiritual) para que ela sirva para a conquista da glória (sabedoria) na vida espiritual. No entanto, os espíritos que recebem estes ensinamentos prendem-se a eles apenas como “conhecimento” e deixam de colocá-los na prática.
Cristo nos disse que devemos amealhar bens no céu, onde os vermes e a ferrugem não os destroem. No entanto, fiéis e os próprios “Senhores da Lei” das religiões oram e promovem cultos pedindo bens materiais. Fazem promessas e pedidos a santos no sentido de obterem emprego, saúde, casa, carro, comida e todos os bens materiais. Todas estas coisas são bens materiais que serão roídos pelos vermes e estragados pela ferrugem.
O barco navegou pelo oceano e mostrou a terra da sabedoria (buscar amealhar bens no céu), mas os espíritos encarnados, por comodismo ou apego às coisas materiais, preferem retornar à ignorância. Buscam o prazer imediato e não a felicidade eterna prometida por Deus.
O sábio não pede que seus desejos se contemplem, mas busca em Deus a força e o entendimento para superar a ausência das coisas materiais. Ele não pede um prato de comida a Deus, mas sim a força para suportar a fome sem “murmurar” para que possa ganhar o Reino do Céu.
O ensinamento não pode ser apenas conhecido, decorado e adorado, mas deve ser utilizado a cada momento da existência material do espírito. É preciso colocá-lo em prática a cada segundo de vida material para que se alcance a “sabedoria” espiritual.
Cristo nos disse que apenas aquele que for “pobre de espírito” herdará o Reino do Céu. O pobre de espírito não é aquele que não possui bens materiais, mas aquele que não tem “desejos” a serem atendidos. O “pobre de espírito” é aquele que ama tudo o que tem e o que não tem. Desta forma ele estará juntando este bem (o amor) no céu para o gozo de sua vida eterna.
Aquele que busca satisfazer as suas “vontades” materiais se tornará um rico, quer seja monetariamente falando, como de saúde ou de alimentação. Lembremos que Cristo também nos disse que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino do céu”. Aquele que tem os seus “desejos” atendidos, sob qualquer prisma, é um rico, que dificilmente entrará no reino do céu.
Os seres humanizados conhecem os ensinamentos, mas não os praticam. Ao invés disso, fazem como os professores da Lei que penduravam em suas roupas os textos bíblicos para provar o quanto sabiam. Para estes, temos o mesmo recado que foi dado por Cristo: ai de vocês...
Caminhar na terra da sabedoria é conhecer o ensinamento e aplicá-lo a cada momento da vida; enxergar os acontecimentos de uma vida sob o prisma dos ensinamentos. Não importa qual seja o ensinamento que você acredite, se não aplicá-lo a cada segundo de sua vida, você estará navegando sempre entre os dois portos.
Fonte: Espiritualismo Ecumênico Universal: www.meeu.com.br
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