Quando se afirmou: “ Procura apresentar-te a Deus aprovado” muitos escutaram a afirmação e aparentemente a aceitaram, mas a admoestação que foi dada no Apocalipse a João (agora o Mestre Ascenso João Evangelista) quando ele pediu “ o livrinho”, deve também ser considerada: “ Toma-o , e come-o. Ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel” Esta antiga declaração foi feita para mostrar a incongruência entre a carne e o espírito e a necessidade de uma suave aceitação, por parte da carne, do fardo do Espírito (responsabilidade cósmica) e da manifestação do Verbo vivente como única causa para a ação. Repetidamente as pessoas tem se deixado governar em demais pelas circunstancias exteriores. O peso da opinião alheia também é considerado de grande importância por muitos que dizem buscar o reino mas que na realidade buscam a aprovação e os favores dos homens. Se os olhos da humanidade se abrissem e possuíssem a qualidade de verdadeira percepção, nunca haveria dúvida sobre qual curso a tomar. Existem inúmeros exemplos desta verdade nas Sagradas Escrituras. Há a história de Balaão, filho de Beor, que foi repreendido pela jumenta obstinada que lhe falou com vós de homem. Há o relato de discípulo Tomé que disse: “ Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser ali o dedo, e não puser a mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei”,e da resposta que deu Jesus: “Porque me viste, creste. Bem aventurados os que não viram. E creram” Existe hoje no mundo um sentimento muito perigoso de sofisticação mundana, baseado totalmente no orgulho pessoal; dominados por esta pseudo-realidade, as pessoas se consideram qualificadas para ser árbitros do seu próprio destino. A maioria dos que deixaram confundir dessa maneira são pessoas que estudaram muito vários campos da religião e da filosofia. É como s e os homens estivessem convencidos de que, estudando muito, encontrarão a verdade divina.
Para estudar a fim de se apresentar a Deus aprovado, não é necessário que as pessoas se tornarem um mestre consumado de teologia humana ou de religiões comparadas. Na realidade, com freqüência é verdade que quanto mais um homem estuda, menos fica sabendo. Assim., as palavras “ Qualquer que não receber o reino de Deus como criança, não entrará nele”, assumem grande significado quando se trata de aceitar o sentido suave das realidades invisíveis a Deus. Seu eu fosse escolher entre os candidatos à ascensão os que estão mais aptos a realiza-la , sempre optaria pela pessoa doce e inocente, capaz de aceitar a vontade divina com a luz da alegria no seus olhos, e não os que são excessivamente cautelosos, precavidos e desconfiados. Possivelmente vos perguntarei porque falo assim. É somente por amor aos filhos do próprio Criador a quem busco ressuscitar através da percepção divina das grandes marés da graça cósmica. Pois estas os impelirão para o alto e para frente superando todos os obstáculos, por vezes numa velocidade vertiginosa, e outras vezes com a calma sensação de saberem que seguram a mão de Deus com a confiança de uma criancinha pequena.. Que criança é essa? Quem é esse Santo? Que é esse filho dedicado que tem o sentimento da união invisível da hierarquia? Que ele capte o significado do “ fio de contato”, como Morya lhe chama. Sim , porque esta “ união de hierarquia”, este “ fio de contato”, permite compreender a fragilidade da experiência divina quando o homem ainda está identificado e casado com a forma e a consciência mortais.Se a humanidade pudesse entrar na consciência etérica de Deus, a essência da criação lhe seria revelada e o véu que existe hoje no templo do ser entre o Santo dos Santos e a consciência exterior do homem deixaria de ter razão de existir. Como pede a moda do momento , os indivíduos procuram seguir estilos e as tendências de pensamentos e do sentimentos mortais. Que fraude é esse “ não saber nada”meramente existencial que busca elevar a si mesmo aos olhos do universo e diz de uma vida que existe hoje e desaparecem amanha:” Vede-me, eu existo; e porque eu existo, eu sou”. É necessário fazer uma longa caminhada através dos desertos áridos das provas pessoais e da tribulação antes que se possa atingir a terra prometida da realização de Deus. Os fogos do alto têm que transmutar e provar as obras do homem que procuram tornar-se aquilo que Deus já é e que Deus mantém eternamente como plano divino para cada homem. Porque falo dessa maneira, amados? Alguns dizem: “ Num momento Serapis Bey se esquenta e no seguinte se esfria , e dize-me o que eu já sei”, enquanto outros dizem: “Nunca ouvi ninguém falar como este homem”. Toda essa conversa vaidosa é sem propósito é provem somente da motivação e da ignorância pessoais. Quando Jesus disse: “ Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” , ele se referia às multidões que passavam pela porta larga. A porta estreita tem que excluir os desprezíveis erros dos homens, mas eles tem que estar dispostos a reconhecer o fato de que erram e a chegar a uma contrição de coração que nos permita comunicar-lhes sem segurança e na medida divina os comandos do infinito sobre a mente e o ser finito. O salmo de Davi “O senhor é o meu pastor nada; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas, refrigera a minha alma...” mostra claramente em palavras confortadora que a alma tem que ser restaurada à sua imagem divina original. Muitos homens e mulheres não estão realmente conscientes de que a alma foi afastada dos deus laços eternos. Sentem que a alma ficou temporariamente perdida e que necessariamente algum processo maravilhoso, alguma fórmula espiritual ou doutrina de salvação tem que ser aceita e colocada em prática pelas suas correntes de vida para que possam abter a liberdade eterna. Buscam, portanto, uma religião com um padrão que possam aceitar e que forneça, para sempre, tanto o perdão dos pecados quanto a dádiva da graça divina. Os homens não entendem que eles mesmos é que perderam o caminho , e que, portanto cabe a eles redescobri-lo. Não entendem que é a sua consciência que está envolvida nesta perda do caminho e que a consciência que eles perderam é a consciência do Um Divino que precisam recuperar pessoalmente. Nenhuma , fórmula mágica e nem mesmo uma súplica à Divindade possuem em si mesmo a plenitude do poder do realinhamento dos quartos corpos inferiores juntamente com o equilíbrio da chama trina. Esse realinhamento se obtém através da simplicidade de mente do Cristo Cósmico, que sempre se recusa aceitar que alguma vez tenha estado empenhado num estado de consciência inferior à dignidade da verdade e da majestade da Divindade. Passo a passo , o caminho é conquistado até cada um contemplar pessoalmente o puro anseio do espírito que busca tornar-se um com o ser criado por Ele.
Texto do livro “Dossiê Sobre a Ascensão” do Mestre Serapis Bey canalizado por Mark L. Prophet
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