Os Essênios!

[ismael de almeida]

Os essênios!

 

Ismael de Almeida

Os essênios que atingiam o quarto grau, de sua fraternidade denominavam a si mesmos CIRIOS, ou VELAS, cuja característica é irradiar luz divina, e o calor do AMOR, para redimir as almas que fazem parte da família humana. A entrega a Deus era total e absoluta, e sua vida só teria sentido se servissem  à humanidade, até a morte se esta fosse necessária.

Os templos essênios, construídos nas rochas das montanhas palestinas,   de tal maneira que havia uma abertura no teto, que permitia que os primeiros raios do sol do amanhecer, atingissem  seus santuários onde havia as Táboas da Lei, sobre um enorme átrio de pedra, juntamente com os sete livros dos profetas.

Amar os homens  até morrer por eles, era o programa a ser desenvolvido pelos essênios.

Eles prestavam serviços no mundo exterior como terapeutas ou curadores, vestiam uma rústica túnica de peregrino, que era um manto de lã escura, levavam um cajado e um bolsão de pão, queijo e frutas, e saiam para o mundo exterior em busca da dor humana.

Os caminhos que eles percorriam eram trilhas tortuosas cheio de perigos, e diz as crônicas essênias, que muitos terapeutas perderam a vida nestes locais ermos e perigosos.

Aquelas paragens nevadas estavam infestadas de feras selvagens e feras humanas, pois os fugitivos, da justiça buscavam refugio nas cavernas profundas, para se protegerem da neve que caia abundantemente naquela região.

E aqueles prestimosos essênios, buscavam servir aqueles homens capazes de matar o semelhante, capazes de vingança e capazes de odiar. E estes homens, feras humanas, que viviam pela ambição, ferindo-se mutuamente, eram o público-alvo da caridade essênia.

E aqueles homens santos derramavam a piedade, tão abundante em seus corações, sem cogitar se havia merecimento ou não  de quem a recebia.

E quando após exaustivos dias de amor e serviço ao próximo, voltavam aos seus santuários, estavam felizes pelo bem praticado, que enriqueciam suas almas de méritos, pois levavam o amor da infinita misericórdia a seres humanos, incapazes de entendimento do bem recebido, sem externar o menor gesto de agradecimento. O bem era feito pelo bem, sem esperar qualquer recompensa. E quando a noite chegava, eles ajoelhavam para agradecer o Supremo Amor, a oportunidade de ter praticado o bem.

O Monte Moab, que ocultava um dos santuários essênios, era coberto por um manto de neve, que irradiava filigramas de ouro, por efeito dos raios solares da tarde, local agreste e belo, que agasalhou muitas vezes o Cristo em sua apoteose final como redentor da Terra.

E o amor transbordava daqueles corações humildes e puros, sem que se pudesse afirmar onde havia mais pureza, nos montes gelados, ou nos corações simples daqueles homens de Deus.

Bibliografia: Harpas Eternas.