Os últimos dias!

[ismael de almeida]

Os últimos dias!

 

Ismael de Almeida

Maria a doce mãe de Jesus pressentia, pelo mistério do coração,  uma notificação interior, que seu filho amado vivia seus últimos dias na Terra.

--- Meu filho!  --- lhe dizia entre soluços a meiga mãe. ---- Que força te leva a enfrentar os sacerdotes do SINÉDRIO do Templo de Jerusalém?

--- Mãe! ...  A mesma força que levou Moisés a enfrentar o FARAÓ na escravidão de Israel.  A mesma força que levou ELIAS a descer as grutas do CARMELO, para pôr-se  frente à frente,  com ACHAB, o Rei iníquo e de JEZABEL a malvada mulher que o dominava. A mesma força que levou JOÃO BATISTA, a combater o Rei HERODES E HERODINA pelas suas vidas criminosas e escandalosas.

Meu filho!... Meu filho!... Esquecestes que João Batista morreu decapitado no fundo de um calabouço?

Jesus se aproximou de sua mãe e tomando-lhe  ambas as mãos, com a mansidão de uma pomba lhe disse: ---  Além da vida e da morte física, há as regiões de vida Eterna, onde não existe morte, dor ou miséria. É o REINO DE DEIUS, que abre seus portais para quem termina gloriosamente sua existência, amando e servindo a humanidade. A morte para quem viveu retamente e amou, é a liberação da dor e o encontro da alma com seu Pai Eterno!

O coração de Jesus soluçava por saber a dor que enfrentaria sua mãe quando a inconsciência humana perpetuasse o infamante holocausto, ceifando sua vida inocente.

Enquanto essa conversação ocorria ente o jovem mestre e sua mãe, outro colóquio sinistro ocorria no PALÁCIO DO MONTE SIÃO, monumento de arte e riqueza, construído por HERODES O GRANDE para ostentação de sua riqueza e vaidade. E aquelas almas, negras, malvados juízes, doutores, sacerdotes, dirigentes religiosos e o próprio Pontífice, tramavam a morte de Jesus, mas queriam camuflar sua infâmia com a aparência de uma condenação legal, sobre o impostor que se dizia MESSIAS, diziam os despeitados religiosos, ralados de inveja, por verem Jesus amado e querido pelo povo, e isso ofuscava o brilho dos sacerdotes judeus.

---Ele não pode ser morto e aparecer como mártir, dizia o astuto HANAN, deve ser sentenciado como vulgar malfeitor. E o sagaz sacerdote acrescentou: --- Jesus deve ser condenado,  preso e executado em sigilo, sem que o povo perceba o que está acontecendo.

E o PROFETA DE DEUS estava já condenado à morte, desde o momento de sua entrada triunfal em Jerusalém. O carinhoso acolhimento do povo simples, queimou como fogo as chagas das consciências tenebrosas daquela elite pervertida, acostumada a vivenciar o crime, a hipocrisia, a mentira, a fim de locupletar de ouro os cofres do TEMPLO.

--- Como pode um homem que mal passou dos trinta anos,  arrastar multidões, curar leprosos e paralíticos por atos de feitiçaria, sem prestar contas e pedir permissão aos sacerdotes judeus do Templo, argüia um hipócrita doutor da lei?

E a desmedia ambição dos mercadores do Templo, que perceberam a diminuição do ouro arrecadado, acrescido, das consciências envenenadas de inveja, decidiram crucificar aquele pedaço de céu azul descido à Terra, JESUS DE NAZARÉ!

Enquanto isso, Jesus dizia: --- Quando eu partir,  irei cuidar de todos os que me amam até o último alento de suas vidas, não só nesta vida mas em todas as outras que virão, até que as sementes de luz floresçam na Terra!

E o amor do UNGIDO DE DEUS transbordou de seu coração radiante de Luz, como se quisesse impregnar de vibrações de ternura todo o globo planetário.

--- “Eu espero de vocês, os irmãos maiores da família humana, que cuidem dos mais fracos, com o mesmo amor que dispensam a mim, seu MESTRE e AMIGO”, disse Jesus aos seus colaboradores, como despedida, pois seus dias seriam apenas mais alguns, no plano físico terrestre!

NARRATIVAS DA VIDA DE JESUS, pelo Mestre Hilarião de Monte Nebo,  em HARPAS ETERNAS.