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Os Prisioneiros do Planeta
A humanidade está passando atualmente através de um ciclo de excessiva atividade. Pela primeira vez na história humana esta atividade envolve a humanidade em larga escala nos três aspectos inteiros da consciência da personalidade. Os corpos físicos, os estados de consciência emocional e mental estão todos numa condição de potente sublevação. Esta tríplice atividade unificada é aumentada por um ciclo de igualmente intensa atividade planetária, devido à chegada de uma nova era, a passagem do sol para um novo signo do Zodíaco e a preparação, consequentemente em andamento, para ajustar o homem para trabalhar facilmente com as novas forças e energias atuando sobre ele. No centro da vida humana, o grupo integrante de novos Servidores do Mundo deve deparar-se, portanto, com uma necessidade muito real. O seu trabalho deve primariamente ser o de manter com a alma da humanidade - constituída de todas as almas em seu próprio nível de existência - através de sua própria atividade organizada da alma, uma ligação tão estreita que sempre haja aqueles que possam "trabalhar nos interlúdios" e assim manter o plano em progressão e a visão ante os olhos daqueles que não possam por enquanto entrar, eles próprios, no lugar secreto e elevado. Eles têm que aprender, como já disse muitas vezes, a trabalhar subjetivamente e isto eles precisam fazer para preservar - neste ciclo de atividade e expressão exotérica - o poder, latente em todos, de se retirar para o centro. Eles constituem a porta, falando simbolicamente. Capacidades e poderes podem esgotar-se por falta de uso; o poder da abstração divina e a faculdade de achar o que foi chamado "o caminho dourado que leva para o tanque claro e daí ao Templo do Retiro" não devem ser perdidos. Este é o primeiro trabalho do Grupo de Místicos Mundiais e eles devem manter o caminho aberto e a estrada livre de obstáculos. De outro modo a magia branca poderia temporariamente apagar-se e os propósitos egoístas da natureza da forma poderiam assumir indevido controle. Este terrível acontecimento teve lugar nos dias de Atlântida e o então grupo de trabalhadores teve que se retirar de toda atividade externa e "abstrair os mistérios divinos ocultando-os dos curiosos e dos indignos".
Agora uma nova tentativa está sendo feita para libertar os "prisioneiros do planeta". A Hierarquia, através do Grupo de Servidores do Mundo agora em processo de formação, está procurando exteriorizar-se e restaurar os mistérios para a humanidade a quem eles verdadeiramente pertencem. Para que a tentativa seja bem sucedida é bastante necessário que todos vocês, que perceberam a visão ou que tenham visto uma parte do plano traçado voltem a se dedicar ao serviço da humanidade, empenhem-se no trabalho de ajudar até o limite de sua capacidade (meditem sobre essas palavras e descubram o seu significado) a todos os servidores mundiais e deverão sacrificar o seu tempo e dar do seu dinheiro para levar adiante o esforço dos Grandes. Não descansem, acima de tudo, do seu trabalho meditativo; conservem a ligação interna; pensem sobre a verdade o tempo todo. A necessidade e a oportunidade são grandes e todos os possíveis ajudantes estão sendo chamados para a frente de batalha. Todos poderão ser usados de alguma maneira, se a verdadeira natureza do sacrifício for alcançada, se a capacidade na ação for desenvolvida e se o trabalho sem apego for o esforço de cada um e de todos.
Tendo lidado com o trabalho do mago em sua própria consciência interior e com a sua necessidade de aprender a importância de conquistar o "ponto do meio do caminho" no seu trabalho de usar os interlúdios, tanto o maior quanto o menor, chegamos agora à consideração do objetivo de todo o seu trabalho, que é se ele é um verdadeiro mago branco. Está claramente afirmado que isto é para libertar "os prisioneiros do planeta". Seria portanto proveitoso para nós estudarmos quem são esses prisioneiros e qual é o modo de sua libertação a ser aplicado pelo discípulo em atividade.
Esses prisioneiros do planeta se enquadram em dois grandes grupos, que incluem necessariamente certas subdivisões. Eles constituem, inclusive, todas as formas de vida a que nós habitualmente chamamos de subumanas, mas estas palavras devem receber uma conotação mais ampla do que é normalmente o caso. Elas devem ser estendidas para abranger todas as vidas que estão incluídas em formas.
As duas divisões são como segue:
Primeiro, a substância de todas as formas, ou a multiplicidade de diminutas vidas atômicas, as quais, através do poder do pensamento, são atraídas para o aspecto forma através do qual todas as existências ou todas as almas, minerais, vegetais, animais e o corpo animal do homem, se expressam. Isto descortina um largo horizonte e cobre praticamente o trabalho da criação no plano físico de modo que não podemos nem tocar nele. Sob a Lei da Atração Magnética e devido à atividade impulsiva da Mente Universal no cumprimento dos propósitos do Logos Solar ou do Logos Planetário, estes constituintes da matéria do espaço, esses átomos da substância, são atraídos, manipulados numa maneira rítmica e conservados juntos na forma. Através deste modo de criação, existências vêm à manifestação, participam na experiência de seu particular ciclo, seja ele efêmero, como a vida de uma borboleta, seja relativamente permanente como a vida animada da divindade planetária, e desaparecem. Os dois aspectos referidos, espírito e matéria, são assim trazidos a uma relação íntima e necessariamente exercem um efeito recíproco. A matéria, assim chamada, é energizada ou "elevada", no sentido oculto do termo, por seu contato com o assim chamado espírito. O espírito, por sua vez, torna-se capacitado a elevar sua vibração através de sua experiência na matéria. A aproximação desses dois aspectos divinos resulta na emergência de um terceiro, ao qual nós chamamos alma, e por intermédio da alma o espírito desenvolve uma sensibilidade e uma percepção consciente e capacidade de responder que permanecem sua possessão permanente quando o divórcio entre os dois tem lugar final, ciclicamente.
Muito sobre isto será encontrado em Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico e não há necessidade de repeti-lo aqui. Este presente tratado pretende ser mais prático e geralmente útil. Ele lida primariamente com o treinamento do aspirante de modo que ele possa, por sua vez, agir como um criador consciente e, ao agir, servir aos fins mais elevados da Vida que o envolve. Assim ele ajuda na materialização dos planos de Deus. O preparo do aspirante, a indicação a ele de possíveis linhas e direções de evolução e a definição do propósito subjacente é tudo que é prudente comunicar na etapa na qual o aspirante comum presentemente se encontra. Isto tem sido tentado nestas Instruções e também algum novo ensinamento foi dado relativo ao veículo emocional. No próximo século, quando o equipamento humano estiver melhor desenvolvido e quando um significado mais real da atividade grupal estiver disponível, será possível fornecer mais informações, mas ainda não é chegado o tempo. Tudo que me é possível é tatear naquelas frágeis palavras que de alguma forma revestirão o pensamento. Ao revesti-lo elas o limitam e serei culpado de criar novos prisioneiros que deverão por fim ser libertados. Todos os livros são prisões de ideias e somente quando o falar e escrever forem substituídos pela comunicação telepática e pelo intercâmbio intuitivo, o plano e a técnica de sua expressão serão alcançados de uma maneira mais clara. Eu falo agora por símbolos; construo um pensamento-forma que, quando suficientemente dinâmico, poderá impressionar o cérebro de um agente transmissor, tal como você mesmo. Mas ao fazer assim, sei bem quanto precisará ficar sem ser relatado e quão pouco mais é possível fazer, além do indicar uma cosmologia, macrocósmica ou microcósmica, que seja suficiente para transmitir um quadro temporário da realidade divina.
Falo para vocês de leis e procuro formulá-las inteligentemente, mas estou lidando realmente com aqueles impulsos divinos que emanam de um Criador cósmico e se tornam leis ao produzirem efeitos na matéria do espaço ali não encontrando praticamente nenhuma resistência. Outros divinos impulsos que também se desenvolvem ciclicamente ainda não conduziram uma vibração tão forte e não foram, portanto, tão poderosos quanto a vibração da substância combinada afetada. Estes últimos são aqueles impulsos aos quais nós denominamos de espirituais e que esperamos ver estabelecidos como as leis da nova era, quando então substituirão ou coalescerão com as presentes leis do universo. Juntos, eles introduzirão o novo mundo sintético.
Mas como pode o todo ser compreendido pela parte? Como pode o plano inteiro ser registrado por uma alma que por enquanto não vê senão uma pequenina fração da estrutura? Tenham isto firmemente em mente ao estudar e meditar sobre estas Instruções e lembrem-se de que, na luz do futuro conhecimento da humanidade, tudo que é aqui transmitido é como um livro adiantado da escola primária face aos livros de texto utilizados por um professor universitário. Servirá, todavia, para conduzir o aspirante da Câmara do Aprendizado até a Câmara da Sabedoria, se ele usar os ensinamentos dados.
Aprendam a ser telepáticos e intuitivos. Então estas formas de palavras e estas ideias, revestidas de forma, não serão necessárias. Vocês poderão então permanecer face a face com a verdade nua, e viver e trabalhar no terreno das ideias e não no mundo das formas.
Assim, nós deixamos a vasta expansão de vidas, cobertas pela expressão sem significado "substância atômica" e passamos a seguir para uma apreciação daqueles prisioneiros do planeta com os quais se pode mais facilmente entrar em contato, cujo problema pode ser mais especificamente compreendido e que se situam numa relação mais íntima com o homem. Os homens ainda não estão equipados para compreender a natureza daquelas unidades de energia elétrica que corporificam o que nós chamamos a alma de todas as coisas e que foi chamada a "anima mundi" - a vida e a alma do Uno em quem todas as existências encarnadas vivem e se movem e têm sua existência.
Para fazer isto, será necessário compreender algo da parte que o quarto reino da natureza representa em relação com o todo e o propósito para o qual existe aquele agregado de formas a que nós chamamos de família humana. Nós precisamos estudar isto do ponto de vista da relação do quarto reino com o todo e não do ponto de vista do mecanismo individual progressivo do próprio homem e a parte que ele representa como uma unidade humana dentro do círculo-não-se-passa da família humana. Nós usaremos a palavra humanidade e falaremos de sua missão e função no grande esquema e na concretização do plano. Nós inferiremos uma humanidade que é composta de todos os filhos dos homens. Ela inclui de um lado a hierarquia de adeptos que voluntariamente encarnam no plano físico para trabalhar dentro dos limites do reino humano e do outro nós encontramos os tipos não desenvolvidos que são mais animais do que humanos. Entre estes dois extremos nós encontramos os muitos e variados tipos, os desenvolvidos e os não desenvolvidos, os inteligentes e os não inteligentes - todos os que estão cobertos pela palavra homem.
A humanidade constitui um centro de energia dentro do cosmos, capaz de três atividades.
I - Primeiro de tudo, a humanidade é capaz de responder ao influxo de energia espiritual. Esta derrama-se nela vinda do cosmos, e, falando simbolicamente, estas energias são basicamente três em número:
1- Energia espiritual, como nós inadequadamente a denominamos. Esta emana de Deus, o Pai, e alcança a humanidade a partir do nível do que é tecnicamente chamado o plano monádico, da esfera arquetípica, a mais elevada fonte da qual um homem pode tornar-se consciente. Há poucos de tal modo equipados que possam responder a este tipo de energia. Ela é para a maioria praticamente inexistente. Eu uso as palavras "Deus o Pai" no sentido da Vida Una Auto-Existente, ou o Ser Absoluto.
2- Energia sensorial - a energia que faz do homem uma alma. É o princípio da percepção consciente, a faculdade da consciência, aquele algo, inerente á matéria (quando trazida à relação com o espírito), que desperta a capacidade de resposta a um campo de contatos externos e de longo alcance. É aquilo que finalmente desenvolve no homem um reconhecimento do todo, do eu, e que o conduz à autodeterminação e à autorrealização. Quando estas estão desenvolvidas, uma vez que não estão nos reinos subumanos, um homem pode tornar-se consciente do primeiro tipo de energia, mencionada acima. Esta energia da consciência sensorial vem do segundo aspecto da divindade, do coração do sol, assim como a primeira, tecnicamente, mas falando simbolicamente, emana do sol central espiritual. O paralelo a estes dois tipos de força num ser humano é a energia nervosa operando através do sistema nervoso com o quartel general no cérebro e a energia vital que é sediada no coração.
3- Energia prânica, ou vitalidade. Esta é aquela força vital, inerente à matéria mesma e na qual todas as formas estão imersas, uma vez que constituem partes funcionantes da forma maior. A esta todas as formas respondem. Este tipo de energia vem do sol físico e trabalha ativamente nos corpos vitais de toda forma no mundo natural, inclusive na forma física da própria humanidade.
Na terminologia da Sabedoria Eterna, estas três são chamadas o fogo elétrico, o fogo solar e o fogo por fricção e o propósito de uma em relação à outra é resumido para nós nas palavras da Doutrina Secreta como segue:
A humanidade, sendo o ponto de encontro para todos os três tipos de energia, constitui portanto um "ponto do meio do caminho", na consciência do Criador. Este "ponto do meio do caminho" tem que ser alcançado pelo agente criador ativo de uma tal maneira que o aspirante tem que aprender a alcançar seus pontos do meio do caminho na pequenina porção de trabalho mágico e criador que ele procura desenvolver. A humanidade está destinada a ser o meio no qual certas atividades podem ser instituídas. Ela é na realidade o cérebro da Divindade planetária, suas muitas unidades sendo análogas às células cerebrais no equipamento humano. Assim como o cérebro humano, constituído de um infinito número de células sensoriais capazes de responder, pode ser adequadamente impressionado quando a quietude tenha sido alcançada e pode tomar-se o meio de expressão para os planos e propósitos da alma, transmitindo suas ideias através da mente, também a Divindade planetária, trabalhando sob a inspiração da Mente Universal, pode pressionar a humanidade com os propósitos de Deus e produzir consequentes efeitos no mundo dos fenômenos.
Os membros da Hierarquia representam aqueles que alcançaram a paz e a quietude e podem ser impressionados; os aspirantes e discípulos representam aquelas células cerebrais que estão começando a entrar no ritmo divino mais amplo. Eles estão aprendendo a natureza da capacidade de resposta. A massa dos homens são como os milhões de células cerebrais não utilizadas que os psicólogos e cientistas nos dizem possuirmos mas que não empregamos. Esta analogia vocês podem estabelecer em maior detalhe para vocês mesmos, mas mesmo superficialmente será aparente para vocês que quando este ponto é alcançado, o propósito para o qual a humanidade existe, o objetivo perante o grupo de místicos e trabalhadores mundiais e o ideal estabelecido ante o aspirante individual, são os mesmos que na meditação individual; a conquista daquela atenção focalizada e quietude mental na qual a realidade pode ser contatada, o verdadeiro e o belo podem ser registrados, o propósito divino pode ser lembrado e se torna possível transmitir para a forma fenomênica, no plano físico, a energia necessária pela qual a realização subjetiva pode ser materializada. O aspirante faz isto em conexão com o propósito de sua própria alma, se ele for bem sucedido em sua tentativa; o discípulo está aprendendo a fazer isto em relação com o propósito grupal e o iniciado coopera com o propósito planetário. Estes constituem o grupo interno das células cerebrais vitalmente ativas no cérebro planetário, o grupo humano inteiro, e é evidente que quanto mais poderosa a sua vibração unida e quanto mais clara a luz que elas reflitam e transmitam, tanto mais rapidamente a presente massa inerte de células humanas será trazida à atividade. A hierarquia oculta é para a Vida planetária o que a luz na cabeça é para o discípulo despertado comum, somente numa proporção muito mais vasta e com tal alinhamento interno adequado que os estudantes tais como os que leem estas Instruções não podem compreender o verdadeiro significado das palavras. O ponto a ser alcançado é que através da humanidade no plano físico, a natureza da realidade será revelada; o verdadeiro e o belo manifestar-se-ão; o plano divino finalmente concretizar-se-á e aquela energia transmitir-se-á a todas as formas na natureza, o que permitirá que a realidade espiritual interior venha à manifestação.
II - O segundo tipo de atividade do qual o homem é capaz é um intenso desenvolvimento progressivo e em espiral dentro do círculo-não-se-passa humano. Esta frase cobre o modo de desenvolvimento e o procedimento inteiro de desdobramento de todas as unidades evolutivas a que nós chamamos homens. Não procuro lidar com isto aqui. A história do crescimento estrutural humano, o campo inteiro do desdobramento da consciência humana e a história de todas as raças e povos que viveram ou estão vivendo sobre nosso planeta podem ser tratados sob este título. Ele diz respeito ao uso que a humanidade tem feito de todas as energias disponíveis dentro do mundo natural do qual ela é uma parte, inerente ao próprio quarto reino e vindo a ele também do mundo das realidades espirituais.
III - O terceiro tipo de atividade que deve ocupar a atenção da humanidade, por enquanto pouco compreendido, é que ela deveria agir como um centro transmissor de forças espirituais - força da alma e energia espiritual unidas e combinadas - para os prisioneiros do planeta e para as vidas, mantidas na existência encarnados nos outros reinos da natureza. Os seres humanos estão aptos a se ocuparem primariamente com suas relações grupais superiores, com sua volta à casa do pai e com a direção que nós chamamos "para cima" e para fora do mundo fenomênico. Eles estão principalmente ocupados com a descoberta do centro dentro do aspecto forma, ao qual nós chamamos de alma e, tendo-a encontrado, com o trabalho de se identificarem com aquela alma e assim encontrarem a paz. Isto está certo e alinhado com a intenção divina, mas não é tudo do plano para o homem e enquanto isto permanecer o objetivo fundamental, o homem fica perigosamente prestes a cair na armadilha do egoísmo espiritual e na separatividade.
Quando o centro é encontrado por qualquer ser humano e ele se torna uno com a alma e entra em relação com a mesma, então ele automaticamente desloca sua posição na família humana e - novamente falando em símbolos - encontra-se como parte do centro de luz e compreensão ao qual nós chamamos, esotericamente, a hierarquia oculta, a nuvem de testemunhas, os discípulos do Cristo e outros nomes de acordo com a direção das convicções do discípulo. Esta hierarquia está também tentando exteriorizar-se sob a forma do grupo de Servidores do Mundo e quando um homem encontra sua alma e o princípio da unidade lhe é suficientemente revelado, ele também se desloca para este grupo mais exotérico. Nem todos os que encontram o centro se ligam, por enquanto, tanto ao grupo interno como ao externo. Então ele é consagrado para o trabalho mágico, para a salvação das almas, para a libertação dos prisioneiros do planeta. Este é o objetivo para a humanidade como um todo e quando todos os filhos dos homens tiverem atingido o objetivo, esses prisioneiros serão libertados. A razão para isto será que o trabalho mágico será desenvolvido inteligente e perfeitamente e os seres humanos em formação grupal agirão como transmissores de energia espiritual pura, a qual vivificará toda forma em todo reino da natureza.
Considerando o problema dos prisioneiros do planeta e sua libertação final, deve-se lembrar que uma das forças que estão por trás do esquema evolutivo inteiro é a do Princípio da Limitação. Este é o impulso primário que desencadeia o ato da criação e está intimamente ligado com o da vontade e seu reflexo inferior, o desejo. Vontade é desejo, formulado tão claramente e desenvolvido tão poderosamente até um clímax inteligente, que o modo de sua materialização é alcançado com tal acurácia e energizado com tal fito que o resultado é inevitável. Mas a vontade pura somente é possível a um pensador coordenado, a entidades verdadeiramente autoconscientes. O desejo é instintivo, ou antes, inerente a todas as formas, pois todas as formas e organismos constituem parte de algum pensador primário e são influenciados pelo poderoso intento daquela força primária.
O Princípio da Limitação, por conseguinte, é a expressão da vontade com propósito definido e o desejo formulado de algum Ser pensante e governa consequentemente o processo de aquisição de forma de todas as vidas encarnadas. Este Princípio da Limitação controla o objetivo de uma encarnação, estabelece sua medida e ritmo, determina o raio de sua influência e produz aquele aparecimento ilusório da realidade ao qual nós chamamos de manifestação.
Os "prisioneiros do planeta" se enquadram em duas categorias:
1 - Aquelas vidas que agem sob a influência de um propósito consciente e que "limitam a vida que está neles" por um tempo. Elas conscientemente tomam forma, sabendo o fim desde o início. Estes Seres por sua vez, se enquadram em três grupos principais:
b) Aquelas vidas que constituem o Princípio de Limitação num reino da natureza. A vida que, por exemplo, se expressa por intermédio do reino animal, é uma entidade inteligente autoconsciente trabalhando com plena percepção de intenção e objetivo e limitando sua esfera de atividade para prover com devida oportunidade e expressão as miríades de vidas que encontram sua vida e existência e sustentação nele. Veem vocês como a lei do sacrifício percorre toda a criação.
c) Os filhos da mente, almas humanas, Anjos solares, os divinos filhos de Deus que em plena autoconsciência perseguem certos fins bem vistos por intermédio da família humana.
2 - Aquelas vidas que estão limitadas na forma porque são autoconscientes, mas são partes constituintes inconscientes de uma forma maior. Elas ainda não evoluíram até o ponto de se tornarem entidades autoconscientes.
Poder-se-ia dizer que esta segunda categoria inclui todas as existências, mas a linha de determinação entre a limitação auto-produzida e a tomada de forma não conscientizada jaz inteiramente no reino da consciência. Algumas vidas são prisioneiras e sabem disso. Outras são prisioneiras e o ignoram. A pista para o sofrimento está bem aqui no reino da mente. A dor e a agonia, a rebelião e a necessidade consciente de aperfeiçoamento e da troca de condições são somente encontrados onde o que nós chamamos de individualidade está presente, onde o complexo do "eu" está no controle e onde uma entidade autoconsciente está em funcionamento. Há, naturalmente, o equivalente à dor nos reinos abaixo do humano, mas ele entra em outra diferenciação. Não está relacionado com o próprio. As formas subumanas de vida sofrem o desconforto e estão sujeitas aos estertores da morte, mas não têm nem memória nem previsão e não possuem aquela compreensão mental que os capacitem a relatar o passado e o presente e a antecipar o futuro. Estão isentas da agonia do pressentimento. Sua reação inteira às condições que são chamadas más é tão diferente daquela da humanidade que é difícil para nós a compreendermos. O Velho Comentário descreve estes dois grupos nos seguintes termos:
"As vidas que entram na forma juntamente com vidas autoconscientes, as vidas dos devas que constroem as formas habitadas por todos os filhos de Deus, elas não conhecem nem a dor, nem a perda nem a pobreza. A forma se desfaz, as outras formas se retiram e falta aquilo que é necessário para nutrir e fortalecer o exterior. Mas faltando também a vontade e o planejado intento, elas não sentem nenhuma agravação nem conhecem qualquer clara revolta".
Uma palavra sobre a dor poderia caber aqui, embora eu não tenha nada de natureza abstrusa para comunicar a respeito da evolução da hierarquia humana por intermédio da dor. Os devas não sofrem a dor como a humanidade. Seu ritmo é mais firme, se bem que alinhado com a Lei. Eles aprendem através da aplicação ao trabalho de construir e da inclusão na forma daquilo que é construído. Eles crescem à custa da apreciação e do regozijo das formas construídas e do trabalho concluído. Os devas constroem e a humanidade destrói e através da demolição das formas o homem aprende pela insatisfação. Assim se conquista a aquiescência no trabalho dos Construtores maiores. A dor é aquela luta para o alto, através da matéria, que deposita um homem aos Pés do Logos; a dor é seguir-se a linha de maior resistência e por ali alcançar o fogo central; a dor é o queimar no forno para finalmente conhecer o frescor da água da vida; a dor é o viajar até o país distante, resultando na recepção na Casa do Pai; a dor é a ilusão da rejeição do Pai, que conduz o filho pródigo diretamente ao coração do Pai; a dor é a cruz da extrema perda, que traz de volta a riqueza da abundância eterna; a dor é o chicote que leva o construtor que luta a alcançar a absoluta perfeição na construção do Templo.
Os usos da dor são muitos e eles conduzem a alma humana da escuridão para a luz, da escravidão para a libertação, da agonia para a paz. Aquela paz, aquela luz e aquela libertação, com a ordenada harmonia do cosmos, são para todos os filhos dos homens.
O problema da limitação está intimamente ligado ao da libertação. Na prisão da forma entram todos os que vivem; alguns entram conscientemente e alguns inconscientemente e a isto nós chamamos nascimento, aparecimento, encarnação, manifestação. Imediatamente entra em atividade outra lei ou aplicação de um princípio ativo ao qual nós chamamos a Lei dos Ciclos. Este é o princípio do aparecimento periódico - uma operação benéfica do amor-sabedoria da divindade inata, pois ela produz aquela sequência da divindade inata, pois ela produz aquela sequência dos estados de consciência à qual nós chamamos Tempo. Este produz, portanto, no campo mundial da percepção, um gradual e lento crescimento em direção à autoexpressão, à autoapreciação e à autorrealização. A estes princípios, de Limitação e dos Ciclos, se acrescenta outro princípio, o da Expansão. Este provoca o desenvolvimento da consciência de modo que o germe latente da sensibilidade ou da resposta sensitiva ao meio ambiente pode ser fomentado na unidade vivente.
Nós temos portanto três Princípios:
1- O Princípio da Limitação.
2- O Princípio da Manifestação Periódica.
3- O Princípio da Expansão.
Estes três princípios juntos constituem os fatores subjacentes à Lei da Evolução, como os homens a chamam. Eles provocam o aprisionamento da Vida em seus vários aspectos ou aparências; eles produzem as formas do ambiente e conduzem as vidas aprisionadas para prisões cada vez mais educativas. Finalmente chega o tempo em que o Princípio da Libertação se torna ativo e uma transição se efetua de uma prisão que tortura e aperta, para uma que provê condições adequadas para o desenvolvimento seguinte de consciência.
É interessante aqui registrar que a morte é governada pelo Princípio da Libertação e não pelo da Limitação. A morte somente é reconhecida como um fator a ser manipulado pelas vidas autoconscientes e somente é mal interpretada pelos seres humanos, que são as mais deslumbradas e iludidas de todas as vidas encarnadas.
O ponto seguinte a ser anotado é que cada reino da natureza age de duas maneiras:
1- Como o libertador do reino das formas que não alcançou sua particular etapa de percepção consciente.
2- Como a prisão de vidas que transmitiram para ela do nível de consciência imediatamente abaixo do seu.
Deve-se sempre lembrar que cada campo de percepção em seus limites constitui uma prisão e que o objetivo de todo trabalho de libertação é libertar a consciência e expandir seu campo de contatos. Onde há limitações de qualquer espécie, onde um campo de influência é circunscrito e onde o raio do contato é limitado, ali vocês têm uma prisão. Ponderem sobre esta afirmação, pois ela contém muito de verdade. Onde há uma apreensão de uma visão e de um amplo território não conquistado de contatos então haverá inevitavelmente um sentimento de aprisionamento e de estreitamento. Onde há conscientização de mundos a conquistar, de verdades a serem aprendidas, de conquistas a serem feitas, de desejos a serem satisfeitos, de conhecimentos a serem dominados, ali vocês terão uma sensação lacerante de limitação, estimulando o aspirante a um renovado esforço e conduzindo a entidade vivente pelo caminho da evolução. O instinto, governando o reino vegetal e animal, se transforma em intelecto na família humana. Mais tarde o intelecto mergulha na intuição e a intuição na iluminação. Quando a consciência super-humana é evocada, estas duas - intuição e iluminação - tomam o lugar do instinto e da inteligência.
Iluminação - a que ela conduz? Diretamente ao cume da conquista, ao cumprimento do destino cíclico, à emergência da glória radiante, à sabedoria, ao poder, à consciência de Deus. Estas palavras, todavia, pouco ou nada significam em comparação com a Realidade que somente pode ser sentida por qualquer ser humano quando sua intuição desperta e sua mente é iluminada.
Dominando estes fatos a respeito do aprisionamento, como, para ser prático, pode um homem tornar-se um agente libertador para os prisioneiros do planeta? Que pode a humanidade, como um todo, realizar nesta direção? Que pode o indivíduo fazer?
A tarefa da humanidade se distribui primariamente em três divisões de trabalho. Três grupos de prisioneiros podem ser libertados e encontrarão finalmente o seu caminho para fora da prisão através da instrumentalidade do homem. Os seres humanos já estão trabalhando em todos os três campos.
1- Prisioneiros na forma humana. Isto envolve o trabalho com os semelhantes.
2- Prisioneiros no reino animal, e já muito está sendo feito neste campo.
3- Prisioneiros nas formas do reino vegetal. Um começo foi feito aqui.
Muito trabalho está sendo realizado pelos homens para o homem e, através do esforço científico, religioso e educativo, a consciência humana está firmemente se expandindo até que os Filhos de Deus, um por um, vençam suas limitações para alcançar o mundo das almas. No retrospecto da história, o quadro do prisioneiro emergente, o Homem, pode ser visto em clara delineação. Pouco a pouco ele dominou as limitações planetárias; pouco a pouco ele cresceu da condição de homem das cavernas até a de um Shakespeare, de um Newton, de um Leonardo da Vinci, de um Einstein, de um S. Francisco de Assis, até um Cristo e um Buda. A capacidade do homem para realizar em qualquer campo da expressão humana parece praticamente ilimitada e se os poucos milhares de anos passados viram um crescimento tão estupendo, que veremos nos próximos cinco mil anos? Se o homem pré-histórico, pouco mais do que um animal, cresceu até o gênio, que desenvolvimento não será possível quanto mais e mais da divindade inata fizer sua presença sentida? O super-homem está conosco. Que manifestará o mundo quando toda a humanidade se estiver dirigindo para uma concreta manifestação dos poderes do super-homem?
A consciência do homem está sendo libertada em várias dimensões e direções. Ela se está expandindo para o mundo das realidades espirituais e começando a abarcar o quinto reino, ou espiritual, o reino das almas. Ela está interpenetrando, através da pesquisa científica, o mundo do esforço super-humano e investigando os múltiplos aspectos da Forma de Deus e das formas que constituem a Forma.
Abordando o trabalho da humanidade em libertar as unidades das quais ela é constituída e em libertar os prisioneiros dos reinos vegetal e animal, quero assinalar duas coisas, ambas de profunda importância:
Primeira, para libertar os "prisioneiros do planeta" que se apresentam sob o título de subumanos, o homem tem que trabalhar sob a influência da intuição; ao trabalhar para libertar seus semelhantes ele tem que saber o significado da Iluminação.
Quando a verdadeira natureza do espírito do Serviço for compreendida, verificar-se-á que ele é um aspecto daquela energia divina que trabalha sempre sob o aspecto destruidor, pois ele destrói as formas para libertar. O Serviço é uma manifestação do Princípio da Libertação e, deste princípio, a morte e o serviço constituem dois aspectos. O serviço salva, liberta e libera, em vários níveis, a consciência aprisionada. As mesmas afirmações podem ser feitas da morte. Mas a menos que o serviço possa ser prestado a partir de uma compreensão intuitiva de todos os fatos em causa, inteligentemente interpretados e aplicados num espírito de amor sobre o plano físico, ele fracassará em cumprir sua missão adequadamente.
Quando o fator da iluminação espiritual entra naquele serviço, vocês têm aquelas Luzes transcendentes que iluminaram o caminho da humanidade e agiram como holofotes lançados no grande oceano da consciência, revelando ao homem o Caminho que ele deve e pode percorrer.
Gostaria de assinalar uma outra coisa. Não dei regras específicas para libertar os prisioneiros do planeta. Não fiz nenhuma classificação das prisões e de seus prisioneiros, nem de métodos de trabalho nem de técnicas de libertação.
Insisto apenas junto a cada um e a todos os que lerem estas Instruções, sobre a necessidade de um renovado esforço para se ajustarem ao serviço por um esforço consciente e deliberado em desenvolver a intuição e alcançar a iluminação. Todo ser humano que alcança o objetivo da luz e da sabedoria tem automaticamente um campo de influência que se estende tanto para cima como para baixo e que se dirige tanto para dentro, para a fonte de luz, como para fora para os "campos das trevas". Quando tiver atingido isso, ele tornar-se-á um centro consciente de força doadora da vida e será assim, sem esforço. Ele estimulará, energizará e vivificará para novos esforços todas as vidas com as quais ele entrar em contato, sejam elas seus companheiros aspirantes, seja um animal, ou uma flor. Ele agirá como um transmissor de luz nas trevas. Ele desfará o deslumbramento em tomo de si e introduzirá a irradiação da realidade.
Quando grandes números de filhos dos homens puderem assim agir, então a família humana entrará no trabalho que lhe é destinado no serviço planetário. Sua missão é agir como uma ponte entre o mundo do espírito e o mundo das formas materiais. Todos os graus da matéria se encontram no homem e todos os estados de consciência lhe são possíveis. A humanidade pode trabalhar em todas as direções e elevar os reinos subumanos até o céu e trazer o céu à terra.
transcrito por ismael de almeida.
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