O amor é a linguagem, e a linguagem do amor é silenciosa.
Quando dois amantes estão em profunda harmonia, quando suas vibrações estão
simplesmente sincronizadas uma com a outra no mesmo comprimento de
onda, então há o silêncio, então os amantes não gostam de conversar.
Quando você está num profundo amor, pode segurar a mão do seu amado ou
amada, mas permanecerá em silêncio... em completo silêncio, sem nem
sequer uma ondulação.
Nesse lago sem ondulações da sua consciência,
algo é transmitido, a mensagem é dada.
Trata-se de uma mensagem sem
palavras.
O Tantra diz que a pessoa precisa aprender a linguagem do amor, a linguagem do silêncio, a linguagem da presença um do outro, a linguagem do coração, a linguagem das
entranhas.
Nós aprendemos uma linguagem que não é existencial, uma
linguagem alienígena; utilitária, é claro, que preenche um certo
propósito, mas no que se refere a investigação mais elevada da
consciência ela é uma barreira.
No nível mais baixo, tudo bem; é claro
que no dia-a-dia você precisa de uma certa linguagem, e o silêncio não
servirá.
Mas quando você se move mais fundo e mais alto, a linguagem
não servirá.
O Tantra diz para aceitar tudo o que você é.
Você é um grande mistério de muitas energias multidimensionais; aceite isso e se porte com cada energia com uma profunda sensibilidade, com
consciência, com amor, com compreensão.
Mova-se com ela!
Então cada
desejo se torna um veículo para ir além, cada energia se torna uma
ajuda; então este mesmo mundo é o nirvana e este mesmo corpo é um
templo, um templo sagrado, um lugar sagrado.
O
Tantra diz que não existe nenhuma dualidade.
Se existir a dualidade,
você não pode uni-las e, não importa quanto você tente, elas
permanecerão duas; não importa como você as uma, elas permanecerão duas
e a luta continuará, o dualismo permanecerá.
O Tantra diz que não há dualidade,
que ela é apenas uma aparência.
Portanto, por que ajudar a aparência a
se fortalecer?
O Tantra pergunta por que ajudar essa aparência a de
dualidade a se fortalecer?
Dissolva-a neste exato momento!
Seja UM!
Através da aceitação você se torna UM, e não através da luta.
Aceite o
mundo, aceite o corpo, aceite tudo o que for inerente a ele.
Não crie
um centro diferente em você mesmo, pois para o Tantra esse centro
diferente nada mais é do que o ego.
Não crie um ego e simplesmente
fique consciente do que você é.
Se você lutar, então o ego estará
presente.
O Tantra diz para não lutar!
Então não há possibilidade
para o ego...
Se entendermos o Tantra, haverá muitos problemas, porque
para nós, se não houver luta, haverá apenas permissividade.
Para nós,
nenhuma luta significa permissividade.
Mas para o Tantra a
permissividade então é a “nossa” permissividade. O
Tantra diz para ser
permissivo, mas com consciência.
Você está com raiva...
O Tantra não
dirá para não ficar com raiva, mas para ficar inteiramente com raiva,
mas esteja consciente.
O Tantra não é contrário a raiva, mas é apenas
contrário ao estado de sono espiritual e à inconsciência espiritual.
Esteja consciente e esteja raivoso, e este é o segredo do método: se
você estiver consciente, a raiva é transformada e se torna compaixão.
A
mesma raiva, a mesma energia, se tornará compaixão.
Se você lutar
com ela, não haverá possibilidade de acontecer a compaixão.
Não haverá
raiva porque você a reprimiu, mas também não haverá nenhuma compaixão,
porque somente a raiva pode ser transformada em compaixão.
Se você for
bem sucedido em sua supressão, o que é impossível, então não haverá
sexo, mas também não haverá amor, porque com o sexo morto, não há
energia para crescer em amor.
Você ficará sem sexo, mas também ficará
sem amor, e então todo o ponto é perdido, porque sem amor não há
divindade, sem amor não há libertação, sem amor não há liberdade.
O
Tantra diz que essas mesmas energias dever ser transformadas; em outra
palavras: se você for contra o mundo, não haverá nirvana, porque esse
mesmo mundo é o que deve ser transformado no nirvana.
Então você
estaria contra as energias básicas que são a fonte.
Dessa maneira, a
alquimia tântrica diz para não lutar, para se amigável com todas as
energias que lhe foram dadas.
Acolha-as,
sinta-se grato por você sentir raiva, por você ter sexo, por você ter
ganância.
Sinta-se grato porque essas são as fontes ocultas, e elas
podem ser transformadas, podem ser abertas.
E, quando o sexo é
transformado, ele se torna amor, e o veneno desaparece, o que é feio
desaparece.
A semente é feia, mas quando se torna viva, ela brota e floresce, e então há beleza.
Para o Tantra, tudo é sagrado.
Lembre-se disto: para o Tantra tudo é sagrado, nada é profano.
Olhe para isso desta maneira: para uma pessoa irreligiosa, tudo é profano;
para uma pessoa pretensamente religiosa, uma coisa é sagrada e outra é
profana.
O Tantra diz que tudo é sagrado, e é por isso que não podemos
entendê-lo.
Ele é o ponto de vista não-dual mais profundo – se pudermos
chamá-lo de ponto de vista.
Ele não é, porque todo ponto de vista
fatalmente é dual.
Ele não é contra coisa alguma; portanto, não é um
ponto de vista, mas...
Uma unidade sentida, uma unidade vivida.
Osho
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Partes extraidas do Tantra, O caminho da aceitação.
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