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Pai Joaquim de Aruanda - O ESPÍRITO PARA A VIDA HUMANA

Por Pai Joaquim de Aruanda

Participante: se o cachorro não tem carma, porque ele sofre? É porque ele vive no mundo de provações como nós, sujeito a alternância de situações?

Que disse que o cachorro sofre? Quem dá o valor de sofrimento a algumas ações do cachorro é você e não ele. Cachorro não sofre dor moral. Para isso ele precisaria ter um raciocínio para que fosse criado o sofrimento. Ele não tem consciência de si mesmo, Omo sofrerá de pensa de si?

Cachorro ou qualquer outro animal não sofre.

Participante: estou morando num lugar novo, Portugal. Aqui parece haver muitos espíritos andando soltos. A gente sente isso. O que quero saber é como lidar com isso, pois às vezes assusta.

Como deve lidar com qualquer outro espírito, encarnado ou não: amando. Ame a tudo e a todos, este é o ensinamento.

Respondidas as perguntas, vamos começar nossa conversa de hoje. Da última vez falamos da vida humana para o espírito, mas falamos muito rapidamente de algo que agora me aprofundar mais hoje: se toda atividade humana, seja física ou mental, é uma atividade espiritual, não podemos nos prender a idéia de que apenas a atividade física é um elemento da prova ou da missão do espírito.

Foi-me feita uma pergunta longa sobre vontade e vou usá-la para conversar sobre o tema que falei pouco da última vez. Vontade é algo que os seres humanos têm através da mente. É um raciocínio que expõe uma vontade. Não vou usar o termo cria, pois a mente não cria nada, mas apenas expõe o que Deus determina que chegue à consciência do espírito.

Ora, se esta atividade de gerar um pensamento que cria uma vontade é humana, a vontade não é do espírito. Ter vontade não é uma atividade espiritual, pois se trata de algo material e por isso faz parte da provação e da missão que o espírito vivencia durante uma encarnação. Sendo assim ter vontade de qualquer coisa, ter desejo sexual, ter inveja, ganância, não são atividades do espírito. Ele não tem nada disso. Enquanto você humano está vivendo um desejar, um possuir através da atividade mental, o espírito está neste exato momento vivendo a sua atividade espiritual.

Sendo assim, o fruto de qualquer atividade mental, ou seja, aquelas atividades que acontecem apenas no mundo interno de um ser humano, que não levam a uma atividade física, são espirituais, são provações e missões dos espíritos.

Este é o primeiro detalhe que queria abordar hoje sobre a vida humana para o espírito. Segundo: para que esta atividade material seja completa, existem os elementos materiais, os objetos da matéria. Estes objetos da matéria não existem. Eles fazem parte da atividade material e por isso são instrumentos da prova e da missão.

Deixem-me dizer algo: se o desejar é uma atividade material, é preciso que para que ele exista haja algum elemento. Ninguém deseja apenas o desejo, mas todos desejam alguma coisa. Esta atividade é totalmente material, seja no próprio querer ou no que é desejado. Sendo assim, tudo isso é irreal. Portanto, na vida humana, seja o ato mental, a atividade física ou os elementos presentes numa ou noutra coisa, tudo o que você tomar consciência faz parte da atividade espiritual, da encarnação do espírito e, por isso, não é real.

A partir disso, afirmo que a verdadeira compreensão sobre um ser humano que deseja algo é um espírito que está vivendo uma prova e não aquela que a mente humana está afirmando existir. O espírito que vivencia esta prova pode apegar-se a este desejar ou amar a tudo e a todos. Apegando-se ao desejo criado pela mente, ele espírito viverá este desejar como real e com isso posso dizer que ele está desejando. No entanto, este desejar do espírito não é realmente estar desejando, mas sim um espírito vivendo sua prova apegado ao mundo humano.

O ser humano que critica alguém não existe no mundo real. O ato, a atividade de criticar, é uma prova para o espírito que a faz ou a recebe. O espírito que se apega ao mundo humano vivencia isso como real, mas esta realidade é ilusória. Por isso não podemos afirmar que ela realmente existe.

Ficou claro o que estou querendo dizer? Tudo que o ser humano toma consciência faça parte do mundo material, seja interna ou externamente, não faz parte do mundo real, mas trata-se apenas de elementos da atividade da encarnação do espírito.

Participante: o espírito pode escolher entre desejar ou amar a Deus?

Não. Ele não escolhe desejar, mas sim apegar-se ao desejo gerado pela mente ou pelo amor a Deus.

O espírito nunca deseja: ele vive provas. A idéia de desejar é apenas a prova e não um desejo realmente. Sendo assim, o ser pode escolher entre amar a Deus ou apegar-se à idéia que lhe vêm à mente. Fazendo esta segunda opção pode imaginar que está desejando, mas isso não é real.  Na realidade ele não está desejando, mas sim apegado à mente.

Sei que isso é difícil para que vocês humanos compreendam, mas o que posso dizer é que o espírito tem a idéia de estar desejando, mas isso não é verdadeiro: o que ele está vivendo realmente é um apego ao mundo material.

Participante: se tudo é prova, não existe a história, os atos, nem culpados ou inocentes. Só existem as idéias que servem como provações?

Perfeito. Tudo que você imagina existir é apenas uma idéia que servirá como provação para o espírito.

Participante: como desapegar-se do ego? Existem métodos para isso?

Para o espírito existe, mas para você não, já que você é o ego. Sendo assim, você não pode desapegar-se de si mesmo.

O espírito se desapega do ego, mas você, ou seja, quem imagina ser neste momento, é o ego que tenta o ser universal para mantê-lo apegado.

Participante: a frase do Pai Nosso diz que devemos pedir que seja feita a vontade divina, mas segundo o seu ensinamento ela é feita sempre. Isso quer dizer que esta frase não é mais correta?

Sim, a vontade divina é sempre feita. Portanto, apegar-se à idéia de que proferir esta frase é algo divino é gloriar a si mesmo.

Participante: estou falando isso porque costumo dizer sempre esta frase.

Dizer você pode. Aliás, deve, sendo isso que faça, já que assim está gerando uma provação necessária para você, o espírito. Agora, achar que faz muito porque diz isso é viver uma provação como um ato de alguém dedicado a Deus.

Participante: como faço para o ego largar de mim?

Você é o ego, como pedir isso a si mesmo?

Você é o espírito, mas não vive como tal porque não tem nenhuma consciência a partir da realidade espiritual. Tudo que você tem consciência pertence ao ego e por isso afirmo que você neste momento é o ser humano, o ego.

Sendo assim, como quer que você largue de si mesmo? Impossível…

Participante: a criação do carma é quando o espírito se esquece que tudo são idéias para provação e se apega a elas como se fossem verdades e realidades absolutas?

Isso seria exato aplicássemos a idéia de carma como penalidade por uma ação anterior. Como já disse, o carma é apenas o momento seguinte, a reação a uma ação e nada tema ver com punição. Sendo assim, ele acontece quando o espírito se apega ao ego, mas também existe quando ele não se apega. Saiba que toda atividades espiritual, ou seja, realização de uma provação ou missão, leva a uma reação, a um carma.

Participante: o ego deixa de existir? O espírito cria outros egos para outras provações? Estas consciências de existir são de quem?

O ego é a vida. O José e a Maria são os egos. Sendo assim, quando o ser universal reencarna, ele se liga a um novo ego.

Quanto ao ego antigo, o da outra encarnação, ele acaba, morre. O José e a Maria acabam quando se encerra um período de provações do espírito e quando novo começar nascerá uma nova Maria e um novo José.

A consciência de existir está no ego. Ele tem a consciência de existir como uma individualidade. Você acha que existe, mas isso não é real…

Bom, não havendo mais perguntas e já tendo comentado o que precisava como complemento da conversa anterior, vamos iniciar a conversa de hoje: o espírito para a vida humana…

Como a humanidade deve se relacionar com o espírito? Durante a atividade espiritual, que vocês chamam de vida, como deve ser o relacionamento com o espírito? Para falar do assunto continuo usando o Espírito da Verdade como fonte de informações, pois afinal de contas como está na introdução de O Livro dos Espíritos, é esta fonte que explica a relação entre espírito e mundo material e vice-versa.

Segundo O Livro dos Espíritos, qual a forma do espírito?

“88. Os Espíritos têm forma determinada, limitada e constante? Para vós não; para nós sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão ou uma centelha etérea”.

É por conta desta resposta sobre a forma do espírito que é dito:

“Para vós, ele nada é, por não ser papável”. (pergunta 23a de O Livro dos Espíritos)

Repare que não há nesta resposta como se dizer que a compreensão do assunto dependa de interpretações. A resposta é inequívoca: para vós, os humanos, o espírito não é nada…

Sendo assim, como o ser humano deve lidar com a existência do espírito? Sem compreensões, sem idéias pré-concebidas.

Ele para o ser humano é um nada e quando este se relaciona com ele com idéias pré-concebidas, ou seja, sabendo o que é um espírito, como ele vive e age, o que faz ou qual atividade deles, está se relacionando apenas consigo mesmo, com as suas próprias idéias. Se ele é um nada, como se relacionar com o espírito com algum saber?

Portanto, o ser humano precisa relacionar-se com o espírito com a consciência de nada saber, nada conhecer. Para isso precisa não ter idéias pré-concebidas sobre o ser espiritual e nem formular concepções a respeito dele ou de sua forma de viver ou agir.

É por isso que digo que para o mundo espiritual, tudo é possível. Quantas vezes vocês já me perguntaram se determinada coisa pode acontecer com o espírito e eu sempre respondi afirmando que para ele tudo o que você imaginar é possível. O espírito quando se relaciona com o mundo material dentro da concepção humana pode tudo.

Ele pode aparecer? Sim. Pode não aparecer? Sim. Pode fazer isso ou aquilo? Pode.  Mas, se as duas coisas são antagônicas ele pode realizar ambas? Pode, pois não há idéia humana que fale claramente e decididamente sobre o que é o espírito para o mundo humano ou o que ele faz ou deixa de fazer.

Isso é fundamental para o espírito ter na consciência quando está vivendo uma personalidade humana. Se não tiver esta consciência, ele acabará se atrelando a normas humanas que falam como ele é ou vive e assim deixa de viver a sua realidade e passa a viver como real aquilo que a personalidade humana cria sobre ele.

Este é outro detalhe que vejo muito nas conversas espiritualistas: o ser humano atrelando o espírito a padrões e conceitos pré concebidos pelos seres humanos. Mesmo que eles sejam sobre coisas espirituais, isso não é real.

Os humanos imaginam que são capazes de saber o que acontece com o espírito em determinadas situações, sabe o que ele p0ode fazer em outra oportunidade, mas como ter esta certeza se o ser universal para o humano não é nada? É exatamente por acreditarem nestas informações é que vivem um mundo de ilusões. Por terem idéias pré-concebidas sobre algo que para vocês não é nada, vivem como realidade o que é apenas uma atividade material, ou provação para o espírito.

Para não cair nesta farsa montada pela personalidade humana é que vocês precisam entender que não possuem a menor condição de compreender o que é o espírito ou como ele existe. Esta ausência de condições de compreensão não existe porque os humanos são burros, desinformados, mas porque são ignorantes: ignoram tudo a respeito do ser e do mundo espiritual. Como ignoram a realidade que lá existe, não conseguem compreender qualquer coisa a este respeito.

Então, logo no início da conversa sobre o tema de hoje (o espírito para a vida humana) temos que aprender a tratar com o espírito e com o mundo espiritual sem idéias pré-concebidas e sem formar novas idéias sobre estas coisas.

Participante: briguei com alguém ou uma pessoa quis me humilhar. Deste fato aparece a idéia de se afastar desta pessoa. Que caminhos podem surgir para o espírito?

Se apegar a idéia que tem que se afastar ou não.

O espírito não brigou, não teve a idéia de se afastar, não está na dúvida do que fazer. Ele não falou, não ouviu e nem pensou nada: ele só viveu provações. Não há outra atividade para o espírito a não ser vivenciar provas e cumprir missões.

Participante: o sofrimento do espírito, mesmo que ilusório, se dá quando ele se esquece que tudo são idéias para provas e se apega às percepções humanas como se fossem verdades e realidades. Certo?

Errado. O espírito não sofre.

Duas coisas diferentes: a realidade e o mundo das idéias. O sofrimento está no mundo das idéias enquanto que na realidade o que existe é uma provação. A provação é constituída pela idéia de sofrer, mas o sofrimento é ilusório.

Sendo assim, o espírito não sofre, mas vive uma prova. Nesta provação ele pode vivenciar duas novas atividades: apegar-se ao sofrimento gerado pelo ego ou não. O apego é a atividade que está acontecendo e não o sofrimento.

Ao realizar a atividade de apegar-se ele imagina-se com sofrimento, mas isso não é real. Ele pode imaginar que está sofrendo, que está vivenciando uma dor, mas isso não é real. O que ele realmente está fazendo é apegando-se à idéia gerada pela personalidade humana.

Viver um sofrimento, ou seja, sofrer, é uma prova, mas não uma atividade do espírito. O sofrimento é apenas o cabeçalho da pergunta e não uma vivência. Você quando lê um cabeçalho de uma pergunta não vive o que ele diz, mas sim o ato de estar lendo o cabeçalho.

Se acreditássemos no sofrimento do espírito teríamos que afirmar que ele deseja, tem vontades, paixões, ganâncias, mas ele não vive nada disso. Estas coisas são atividades materiais e não espirituais.

Participante: o sofrimento é uma prova, então. A idéia de ter o sofrimento é a prova. É isso?

Sim, a idéia de ter um sofrimento é a prova e não um sofrer. Na verdade o sofrimento não existe e por isso afirmo que no universo sofre.

Nem mesmo você, humano sofre de verdade. Isso porque, quando você imagina estar sofrendo, na realidade o que está acontecendo é a formação do cabeçalho explicativo da questão que será apresentada ao espírito. Vou explicar isso melhor…

Digamos que alguém lhe calunie e por isso você, humano, sofra. Este acontecimento do mundo humano serve como cabeçalho da pergunta que será feita ao espírito: ‘e agora, você se apegará à mente e acreditará na história que lhe foi contada ou amará a Deus acima de todas as coisas’?

É mais ou menos como a seguinte questão de uma prova: ‘se uma conta sai por vinte reais e outra por trinta, quanto você gasta’? Neste exemplo, a afirmação dos valores da conta corresponde a idéia de alguém ter falado e por causa disso existir um sofrimento; a pergunta sobre o total gasto, a questão que é apresentada ao espírito.

Portanto, o espírito jamais sofre.

Participante: aprendi nas doutrinas orientais que o espírito já é perfeito em si. Ele possui amor, paz e outras qualidades inatas. Qual a razão do ego existir sendo que a essência do ser é perfeita e por isso não há perfeição a ser alcançada? Seria a encarnação como um playground para o espírito?

Primeiro, as doutrinas orientais não falam em espíritos, mas sim em ser. Espírito é uma idéia específica do espiritismo. As doutrinas orientais não tratam o elemento universal da mesma forma que você, que conhece o espiritismo.

Segundo detalhe: as próprias doutrinas orientais monistas falam que o espírito é uno, único e estável. Por isso não podemos dizer que o elemento universal com que elas trabalham tenha amor, paz ou raiva. Ele é uno e único, ou seja, é sempre a mesma coisa. O que este ser tem você pode chamar do que quiser, isso não importa. O que realmente importa é você ter a consciência de que ele não possui variações.

Terceiro aspecto que quero levantar a partir da sua pergunta. O próprio Buda explica a necessidade da reencarnação falando que o ser universal ao longo de sua existência se suja, se polui com as criações dos cinco agregados. O espírito, que eles chamam de ser universal, se polui quando se apega ao ego. Sendo assim, quando o espírito encarnou na primeira vez ele se suja e por isso precisa de uma nova encarnação para se limpar.

Agora repare que eu falei em sujar-se e não em alterar a sua essência. Como disse, para estas doutrinas o espírito é uno, único e estável, ou seja, permanece sempre inalterável. Só que quando ele se polui, precisa se limpar. Para isso é que existem as encarnações. Elas não existem para que o espírito alcance nada, pois ele já é tudo o que pode ser, mas para que o ser se limpe da poluição adquirida em uma encarnação anterior.

Portanto, a cada nova encarnação o espírito tem a oportunidade de limpar-se da sujeira adquirida com a anterior. Não conseguindo limpar-se totalmente ou ainda adquirindo mais sujeiras, este ser precisa encarnar novamente para fazer este trabalho. Com isso se estabelece a roda das encarnações ou sansara que tanto Krishna quanto Buda, os mestres orientais, afirmam existir.

A sansara ou roda de encarnações, portanto, é um processo de limpeza do espírito e não de melhorar a sua pureza. A essência do espírito não se altera com o resultado das encarnações, mas apenas a sua poluição.

A partir de tudo isso que lhe falei, posso dizer que o processo reencarnatório trata-se de um instrumento para o espírito retornar à grandeza que já é e não se elevar interiormente como vocês acreditam.

Participante: o espírito precisa ser possuído pelo ego para depois despossuí-lo, certo? Não há como se livrar do ego sem prender-se à ele?

Nunca afirmei que o espírito precisa aprisionar-se ao ego antes do trabalho da reforma. O que digo que é que ele precisa receber as informações da mente. Agora, a partir do momento que recebe as informações pode aprisionar-se ou não.

Aliás, na verdade o espírito nunca é preso à mente humana. É como ensina Krishna quando o perguntam se a mente primária é escrava da secundária. O mestre responde que se a secundária bem como a própria ligação são apenas ilusões, como pode haver escravidão? O que acontece é que a mente primária se deixa prender à ilusão, o que é diferente de estar presa.

Participante: Mas, nenhum espírito consegue despossuir sem possuir. Ou será que é possível o espírito não se iludir com o ego?

Sim, é possível. No mundo espiritual, tudo é possível.

Entendo a sua lógica, que é humana. Você imagina que todos se deixam possuir pelo ego porque raciocinam iguais, mas isso não quer dizer que os espíritos que estão vivendo estas personalidades estão apegados ao que é criado pela mente. Como isso é um trabalho de foro íntimo, você jamais saberá se o espírito está preso ao ego ou não.

Lembra-se das atividades que já falamos? Pois é, não existe atividade humana que diga que o espírito está desligado do ego racionalmente. Mesmo que uma mente crie esta realidade, esta atividade é humana e por isso é apenas uma provação para o espírito e não uma realidade.

Nenhum ego tem uma consciência real da forma como o espírito está reagindo àquilo que ele cria.

Participante: na reencarnação o ego é o mesmo?

A cada encarnação, a cada nova vida humana, existem novos gêneros de provações. Por este motivo há a necessidade de atividades diferentes. Por isso, existe um ego para cada encarnação.

Vamos voltar a nossa conversa de hoje?

A partir da consciência e que é preciso se lidar com o espírito sem ter idéias pré-concebidas sobre ele ou sobre a sua ação, muito do que viram até hoje no próprio espiritismo precisa ser revisto. A literatura espírita, seja ela formada por informações técnicas ou romances, após Kardec criou diversos elementos dando explicações sobre o mundo espiritual. Elas, no entanto, não são reais.

Antes de continuar peço apenas que reparem na forma como falei. Eu não disse que elas não são verdadeiras, mas sim que não são reais. Elas são realidades humanas, ilusões que são tratadas como realidades, por isso são apenas provas para espíritos, elementos da provação do ser encarnado e desencarnado.

Querem um exemplo do que estou falando? Leiam a pergunta 1012 de O Livro dos Espíritos:

“1012. Haverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seus merecimentos? Já respondemos a esta pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua desgraça. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa”.

Ouviram o que disse o Espírito da Verdade e que é a base do espiritismo? Não há lugar circunspecto para gozo de penas ou merecimentos. O que será que isso quer dizer? Que não existe o umbral ou o paraíso ou cidades espirituais. Apesar disso, toda literatura espírita fala da existência do lugar de gozo das penas (umbral) e dos merecimentos (cidades espirituais).

Esta literatura, como se auto conclamam, espírita deveria embasar-se em O Livro dos Espíritos, mas neste livro é dito que não existem espaços circunspectos para estes gozos. Ora, se naquele que serve como base para todo relacionamento entre os mundos espiritual e humano existe a informação que acabamos de ver, de onde surgiu na literatura a idéia do umbral e das cidades espirituais?

A pergunta que faço é: comparando a informação do Espírito da Verdade com o que informa a literatura espírita, onde fica o umbral ou as cidades espirituais? Muitos me responderam que está em outro plano, em outra dimensão. Mas, o Espírito da Verdade é claro: no universo não existem lugares circunspectos. Será que estas outras dimensões ou planos estão fora do universo?

A resposta a minha pergunta está também no ensinamento da pergunta 1012: cada um possui em si o princípio da felicidade ou da sua desgraça. Ou seja, o umbral e as cidades espirituais não estão no universo, mas dentro de cada um. Aliás, esta informação corresponde exatamente a um ensinamento de Cristo através do evangelho apócrifo de Tomé:

“003. Jesus disse: Se aqueles que vos guiam vos disserem: vê, o Reino está no céu, então os pássaros vos precederão. Se vos disserem: ele está no mar, então os peixes vos precederão. Mas o reino está dentro de vós e está fora de vós. Se vos reconhecerdes, então sereis reconhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas se vos não reconhecerdes, então estareis na pobreza, sereis a pobreza.”

O umbral e as cidades espirituais estão dentro de cada um, são apenas idéias racionais. Afirmo isso porque dentro do espírito, de sua consciência, o que está presente no momento em que ele está humanizado são as idéias geradas pela personalidade humana que está vivenciando.

Por isso digo que acreditar que pra o espírito existe tanto o umbral quanto as cidades espirituais é querer criar um padrão humano para algo que é espiritual. Trata-se alguém movido pela realidade ilusória, humana, que projeta estas concepções para o universo espiritual.

O umbral, portanto, é uma idéia humana. Mas, quando se fala em entendimento do que é espiritual, tudo o que é concebido pela mente humana também o é. As obsessões, por exemplo, também são criações de lógicas humanas e não realidades universais.

Um espírito não obsedia o outro, ou seja, ele não se junta a outro para conduzi-lo à desgraça. Isso fica bem claro quando analisamos o início desta mesma pergunta.

Os espíritos se juntam por afinidade. Por isso, para que a obsessão, como vocês conhecem, exista é preciso que os dois comunguem da mesma coisa. Se um deles não comungar com o que o outro vive, eles jamais estarão próximo e jamais haverá um obsediando o outro. Sendo assim, não há um espírito que consiga obsediar outro se não houver afinidade de idéias.

Por isso, dentro desta conversa que estamos abordando o valor das coisas espirituais para os seres humanizados, afirmo que vocês precisam libertar-se de todas as idéias que têm até hoje sobre o universo espiritual. Oriento-lhes que não sejam como os seres humanos que acreditam na idéia da existência do umbral ou das cidades espirituais e tantas outras criações humanas para o mundo dos espíritos. Como disse anteriormente, quem vive do mesmo jeito que alguém terá o mesmo fim dele. Se você não viver diferente, não conseguirá resultado diferente.

Libertem-se da idéia da existência de um mundo espiritual onde haja ônibus espacial, casas, ruas, flores. Não acredite nisso porque você é espiritualista, ou seja, vive para as coisas do mundo de lá e estes elementos são do mundo de cá, fazem parte das atividades humanas e, portanto, fazem parte da provação do espírito.

A humanidade, o ser humano, se fosse fiel ao que ele diz acreditar, deveria simplesmente dizer: eu não posso saber nada sobre a outra vida. O ser humano não pode saber como o espírito evolui, quem é ele, como age, onde mora ou como se comunica no Universo, pois como se diz espírita ou espiritualista acredita em O Livro dos Espíritos e lá está escrito que o ser espiritual para os humanos é um nada. Ter esta consciência demonstraria a fidelidade ao que afirma acreditar. Como não existe esta fidelidade, ele afirma acreditar em O Livro dos Espíritos e ao mesmo tempo na existência do umbral ou das cidades espirituais.

O que estou fazendo aqui? Será que estou querendo que vocês humanos mudem a sua consciência sobre as coisas, ou seja, que deixem de acreditar na existência destes elementos? Claro que não. A consciência que a mente tem é uma atividade espiritual e ela só será mudada se Deus assim determinar. O que estou fazendo, como, aliás, já disse diversas vezes, estou falando a espíritos através de egos humanos. Estou mostrando ao ser universal que as idéias que a personalidade humana de agora está acreditando são hipócritas, são contrárias ao que ela mesma afirma crer. Estou mostrando ao espírito o quanto são falsas a sabedoria humana que está chegando agora à sua consciência primária.

Faço isso porque é parte da minha missão orientar o espírito que hoje está vivendo ligado à uma consciência humana. Esta missão existe porque o espírito que está nesta condição hoje acredita no que a mente humana afirma. Portanto, digo: espíritos, não acreditam nestas idéias.

Participante: então, tudo que eu fizer nesta encarnação visando um futuro melhor é inútil?

Você não faz nada: trata-se apenas de uma idéia que chega à mente primária do espírito, a idéia de estar fazendo. O espírito está tendo de que ele está fazendo aquilo que o ego afirma estar realizando, mas como tudo acontece pelo faça-se de Deus sem que seja necessário haver alguém para realizar alguma coisa, nada está acontecendo.

Participante: para que o espírito precisa evoluir?

Evoluir não é caminhar para frente. Como disse, é limpar-se, voltar à sua condição natural.

Para que ele precisa fazer isso? Para viver a felicidade que Deus promete.

“Deus criou todos os Espírito simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-lo e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade”. (O Livro dos Espíritos – pergunta 115).

O espírito quando acredita no que a mente humana fala, afasta-se de Deus e com isso não vive a felicidade que o Pai tem prometido. Cumprindo as missões que Deus lhe dá (encarnações) e durante elas adquirindo o conhecimento da verdade (só Deus e sua ação é real), ele volta a vivenciar esta felicidade.

Participante: armamos a tenda com uma informação durante décadas, agora vem pai Joaquim e a desarma. Como lidar com o vazio que se sente na mente? Agora só sei que nada sei. Que fazer agora?

Nada… Aliás, você nunca fez nada mesmo, não é verdade?

Tudo o que fizer continuará sendo fruto do faça-se de Deus e não sua ação. Por isso, para que preocupar-se?

Quanto ao fato de lidar com o vazio que fica na mente a partir da constatação de que tudo o que acreditava era ilusório, sinta-se satisfeito, pois quando acabar tudo o que existe na sua razão humana, só sobrara o amor.

Participante: Joaquim, se me permite me dirigir a esta pessoa gostaria de dizer algo sobre o vazio. Passei por isso há pouco tempo. Convivi com um vazio causado pelo fato de não saber mais quem era Deus, o espírito ou as coisas do mundo espiritual. Isso me atormentou muito a ponto de ter uma depressão. No entanto, Deus não desampara seus filhos e por isso não me desamparou. Com o tempo o meu quebra cabeças sobre estas coisas foi se montando, uma peça de cada vez, e hoje estou em paz apesar do vazio. Isso aconteceu quando percebi que o universo é imensamente poderoso e inexplicável. Sendo assim, não adianta eu sofrer, pois isso não me levará a ter as explicações que quero no momento. Sei que talvez um dia possa ter uma parte delas. Com isso fui parando de sofrer e o vazio foi dando lugar ao universo que é gigantesco e ocupa todo o vazio que possa existir.

A este seu comentário só posso dizer uma coisa: amém…

O que você falou é perfeito. Como tentador que é, no momento da primeira exposição à ausência de compreensões sobre as coisas universais o ego cria a idéia do vazio e a sensação de sofrimento e medo por conta disso. Tudo isso nascido da idéia de perder, que é contrária a forma possessiva que a mente lida com as idéias: através de posses.

Quando você falou que perdeu Deus e o espírito, na verdade não os perdeu, tanto assim que depois foi Nele que você encontrou o caminho para voltar. O que realmente perdeu foi o seu deus, aquilo que você possuía como o Senhor.

A mente lida com os elementos através da possessão por conceitos, ou seja, através da convicção de que o que acredita é real. Quando a sua verdade é contestada, aquela posse é atingida e isso faz o tentador reagir lhe afirmando que esta situação é uma perda e que por isso deve ser vivenciada com sofrimento.

Aquele que é subordinado ao ego possui como verdadeiras as informações sobre o mundo espiritual. Quando alguém ataca logicamente estas informações, o ego precisa demonstrar que tal vivência é motivo de sofrimento para que você não se liberte do que sabe.

Participante: então, reinventamos o universo de acordo com o que pensamos e acreditamos. Sendo assim, nossas formas pensamento ao se transformarem em egrégoras podem nos libertar ou escravizar mais ainda. Estou certo?

Do que você falou, eu só retiraria a palavra reinventando. O ser humano não reinventa o universo, mas sim o inventa.

Você inventa o seu universo ao próprio e ao fazer isso o que chama de egrégora, que é o pensamento, vai ao espírito. Quando o ser universal se apega a esta idéia fica preso à roda de encarnações. Quando se liberta dela, se limpa das sujeiras que ao longo das encarnações anteriores foram se acumulando.

Vou aproveitar que não temos pergunta neste momento e dizer algo. Estou falando nestas conversas muito sobre a doutrina humana dos espíritos ou espiritismo. Ao fazer isso parece que a estou criticando, mas isso não é real. Eu não a critico, pois sei que como toda atividade humana ela é um elemento da provação do espírito. Assim como o fanatismo dos seguidores de outras religiões (católicos, evangélicos, mulçumanos, etc.), o fanatismo dos que seguem as idéias espíritas que se consideram o dono da verdade sobre o mundo dos espíritos é um instrumento da provação dos seres que agora estão encarnados no planeta Terra.

Portanto, o que eles acreditam está certo, está perfeito, para a finalidade que tem. Agora, eu como um ser em missão preciso alertar  aos espíritos que estão ligados à estas personalidades humanas: não se apeguem a estas idéias. Para isso falo a eles através dos egos mostrando a incongruência que existe entre o que estas personalidades dizem acreditar e o ensinamento dos mestres que seguem.

Faço isso porque preciso alertar aos espíritos que se apegarem-se a estas idéias terão que nascer novamente para se desapegar destas coisas. Saibam de uma coisa: na junção por afinidade que vocês chamam de umbral existem mais religiosos do que ateus…

Participante: a idéia de sofrimento que o espírito pode vir a se apegar gasta muita energia. Será que o espírito pode vir a se render pelo cansaço? Aproxima-se de Deus por não ter mais energias para se apegar às idéias humanas?

Eis aí um grande exemplo do que estamos falando hoje: a análise da coisa espiritual pelos valores humanos…

Quem é que se cansa? O que é cansar-se? Se cansar é uma atividade humana, por isso não podemos afirmar que o espírito se cansa por qualquer coisa.

Na verdade, quando você humano se sente cansado, seja física ou moralmente, isso é uma provação para o espírito. Ele não se cansa, não brinca, não namora, se sente bem ou mal: todas estas sensações são atividades humanas e, portanto, provas para o espírito.

A única atividade que o espírito pratica é a livre opção entre amar a Deus sobre todas as coisas ou ao ego. Mais nada…

Participante: mesmo sendo ilusões as cidades espirituais ou umbral, podemos, nós espíritos, ter a percepção de estarmos num lugar assim quando desencarnarmos?

Sim, todos que acreditam nestes lugares viverão lá. Isso porque como ensina o Espírito da Verdade na pergunta que vimos, o universo se faz por afinidades. Todos que tem afinidades com estes locais se juntam e vivem o que imaginam estar vivendo.

Saiba de uma coisa: desencarnar não é viver sem a influência do ego humano da última encarnação. Trata-se apenas de não mais imaginar que está vivendo junto a uma massa carnal. O ego, ou seja, o seu mundo mental continua o mesmo depois do desencarne.

Por isso, se lá existe a idéia de que existem as cidades espirituais e que você merece ir para lá, estará neste lugar.

Participante: o livro de Urantia também é uma prova para o espírito assim como todas as outras filosofias também são idéias de egos?

A bíblia também. O livro é uma coisa material e, portanto, é apenas uma idéia que está na mente humana que o espírito está vivendo.

Aliás, deixe-me lhe fazer uma pergunta: quantas bíblias existem? Quantos Livros dos Espíritos existem? Quantos destes livros que você citou existem? Milhares.

Não estou falando de quantidade de volumes publicados, mas para cada um que lê um livro existe um diferente. O livro que você lê não é o mesmo que outro lê, apesar de as mesmas palavras. Cada um que lê um livro chega a uma conclusão, compreende de forma diferente, por isso está criando um livro diferente.

Além de ser provação, o livro, seja ele qual for, não é um instrumento de uma provação coletiva, mas individual, pois cada um lê um livro diferente do outro, mesmo que tenha as mesmas palavras.

Participante: tudo são versões, idéias, interpretações, ou seja, verdades relativas ou modelos de possibilidade de verdades absolutas.

Você só se esqueceu de uma palavra: compreensões. Não é interpretação, mas sim compreensão. Cada um compreende o ensinamento de uma forma diferente do outro. Por isso é que cria uma verdade diferente da do outro.

Bom, vamos encerrar nossa conversa sobre o espírito e a vida humana?

Falamos nesta última conversa os humanos devem conviver com o espírito sem compreensões, certezas ou conhecimento algum sobre estas coisas. Isso, no entanto, não vale apenas para o elemento espírito, mas para tudo que é espiritual, ou seja, além da matéria.

Toda idéia que você tem sobre universo, Deus, espírito, matéria universal ou qualquer outra coisa é uma atividade humana e, portanto, uma prova para o espírito. Não basta apenas lidar com o espírito sem pré-concepções: é preciso lidar com tudo que está além da percepção humana sem idéias formadas, sem verdades.

Não se pode ter uma idéia sobre Deus, sobre o universo, sobre a atividade universal, sobre a matéria espiritual. Gosto muito quando o ser humano fala em energias. A quem fala sobre isto e acredita que sabe o que está dizendo, eu pergunto: o que é energia? O ser humano não tem idéia sobre a energia universal. O que conhece é a energia elétrica, a material. Mas esta, como não é a universal, o que será que você conhece do elemento do universo espiritual?

“27a. Esse fluído será o que designamos pelo nome de eletricidade? Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluido elétrico, fluído magnético, são modificações do fluído universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita e sutil e que se pode considerar independente”. (O Livro dos Espíritos)

Se você não sabe o que é a energia universal, como acredita que é capaz de trabalhá-la? Será é possível o ser humano determinar o jeito certo de dar um passe, de fazer um reiki, uma mandala, se ele nem sabe o que é a energia universal?

Toda atividade universal, não importando que elemento do universo esteja envolvido, deve ser vivenciada com verdades universais e não humanas. Como o ser encarnado não possui a compreensão formada por estas verdades, deve vivenciar os acontecimentos humanos sem nada saber, sem utilizar-se de conceitos pré-estabelecidos.

Lembro que numa palestra anterior me foi perguntado a respeito do trabalho com cristais. Eu respondi da seguinte forma: ‘sabe como trabalhar com cristais? Vou lhe ensinar. Pegue o cristal e faça o que fizer que estará fazendo o que deve fazer’… Falei assim porque não há como ensinar um ser humano a trabalhar espiritualmente um cristal se ele não conhece nada sobre as matérias universais.

Quem naquele momento esperou que fosse dar uma receita de como se age com o cristal ou com qualquer outro elemento que é usado para interagir com o mundo espiritual, se deu mal. Isso porque como sou sabedor do desconhecimento que vocês têm do mundo espiritual, sempre direi que façam o que fizerem, do jeito que fizerem e na hora que acontecer de fazerem será sempre o que tiver que ser feito.

A única coisa que oriento a qualquer um a este respeito é que ele esteja atento que no momento que está interagindo com coisas espirituais está vivendo um acontecimento humano, ou seja, uma atividade da encarnação do espírito e, portanto, uma provação para ele. Ao invés de se preocupar ou imaginar que sabe como deve agir, deve ocupar-se em estar amando a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo neste momento.

Sei que para vocês ensinar desta forma, ensinar a agir dizendo que não há forma específica de agir, é algo que parece completamente ilógico, mas não é. Trata-se de algo extremamente lógico a partir dos ensinamentos que os espíritos trouxeram.

Não se preocupar se existe uma forma certa de lidar com o mundo espiritual é a forma como o ser humano deve se relacionar com as coisas do mundo espiritual. Se isso não for observado, o ser humano conviverá com o que é universal com conceitos que pertencem apenas à razão humana.

Espiritualismo Ecumênico Universal

www.meeu.com.br

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Comentário de Nadeje Carvalho Neves em 1 maio 2013 às 22:27

Gostei muito desse ensinamento. Foi a melhor explicação até hoje que li, embora não tenha tido nenhum ensinamento anterior a esse, é o melhor meio de se desapegar das bobagens do ego. Muitissimo grata. Namastê! Nadéje

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«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
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de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
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daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»

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Oração ao Criador

“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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