"Fazer o bem" é um princípio que une toda a humanidade, indo além da diversidade de ideologias e de religiões, e cria aquela cultura do encontro que é o fundamento da paz. Foi assim que se expressou o papa na missa desta manhã na Casa Santa Marta, transmitida pela Rádio Vaticano e concelebrada com o cardeal Béchara Boutros Raï, patriarca de Antioquia dos Maronitas. Participaram alguns funcionários do Vaticano.
O evangelho desta quarta-feira nos mostra os discípulos de Jesus tentando impedir uma pessoa externa ao grupo de fazer o bem. "Eles se queixam", disse o papa na homilia, "e dizem o seguinte: ‘Se ele não é um de nós, ele não pode fazer o bem. Se não é do nosso partido, não pode fazer o bem’. E Jesus os corrige: ‘Não os impeçam. Deixem os outros fazer o bem’. Os discípulos eram um pouco intolerantes”, comentou o papa, “fechados na ideia de ser os donos da verdade, na crença de que aqueles que não têm a verdade não podem fazer o bem. E estavam errados. Por isso, Jesus amplia os horizontes deles”.
nota: a leitura que o Papa se refere é: Evangelho (Mc 9,38-40)
Naquele tempo, 38João disse a Jesus:
“Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”.
39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”.
“A origem desta oportunidade para fazer o bem que todos temos está na criação. Nosso Senhor nos criou à sua imagem e semelhança e nós somos imagem do Senhor. Ele faz o bem e todos nós temos este mandamento no coração: fazer o bem e não fazer o mal. Todos. ‘Mas, padre, este aqui não é católico! Ele não pode fazer o bem!’. Pode, sim. E deve. Não pode: deve! Porque ele tem este mandamento na alma. ‘Mas, padre, este aqui não é cristão, ele não pode fazer o bem!’. Pode. E deve fazer. Esta mesquinhez de achar que ‘os de fora’ não podem fazer o bem é um muro que nos leva à guerra e a um tipo de ato que alguns pensaram ao longo da história: matar em nome de Deus. Nós não podemos matar em nome de Deus. Isso é simplesmente uma blasfêmia. Dizer que se pode matar em nome de Deus é uma blasfêmia".
"Nosso Senhor nos criou à sua imagem e semelhança e nos deu este mandamento no coração: fazer o bem e não fazer o mal".
"O Senhor remiu a todos, redimiu todos nós com o sangue de Cristo: todos, não só os católicos. Todos! 'Padre, e os ateus?’. Os ateus também. Todos! E este sangue nos torna filhos de Deus de primeira classe! Nós fomos criados filhos à imagem de Deus e o sangue de Cristo redimiu todos nós! E todos nós temos o dever de fazer o bem. E este mandamento para todos nós de fazer o bem eu acho que é um bom caminho para a paz. Se nós, cada um de nós, fizer o bem aos outros, pouco a pouco, lentamente, realizamos aquela cultura do encontro: aquela cultura de que tanto precisamos. Encontrar-se fazendo o bem. ‘Mas eu não acredito, padre, eu sou ateu!’. Mas faça o bem: vamos nos encontrar lá".
"Fazer o bem não é uma questão de fé, mas um dever, um cartão de identidade que o Pai deu a todos nós, porque Ele nos fez à sua imagem e semelhança. E ele faz o bem, sempre".
O papa Francisco terminou a homilia dizendo: "Hoje é dia de Santa Rita, padroeira das coisas impossíveis, embora isto pareça impossível. Peçamos a ela esta graça, esta graça de que todos, todos, todas as pessoas, façam o bem, e que todos nós nos encontremos nesta obra, que é uma obra da criação, que se assemelha à criação do Pai. Uma empresa familiar, porque todos somos filhos de Deus: todos, todo o mundo! E Deus ama a todos nós! Que Santa Rita nos conceda esta graça, que parece quase impossível".
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