QUANTOS PLANOS SEM PLANEJAMENTO!

[JORGE LUIZ DE OLIVEIRA BARBOSA]

QUANTOS PLANOS SEM PLANEJAMENTO!

 

            Porque na maioria das vezes pecamos por não fazer planejamento?

            É hora de finalmente entendermos a importância de fazer uma pausa com o objetivo de avaliarmos melhor tudo o que tem acontecido e que aconteceu em nossa vida. Sem planejamento e estratégia, nada é muito viável e tendemos a repetir os mesmos erros que já cometemos no passado.

            Todos temos uma tendência a permitir processos de repetição, mas à medida que o tempo passa desenvolvemos um melhor julgamento dos acontecimentos, pelo menos deveria ser assim, não é?.

            É como se, à medida que amadurecêssemos, ampliássemos nossa capacidade perceptiva e entendêssemos os fatos passados com maior clareza. Devemos aproveitar os novos dias que nos apresentam, para fazer uma investigação criteriosa de que coisas precisam ser alteradas em nossa estratégia de vida. E entender que planejamento não está ligado apenas a planilhas de dados, mas a força de vontade e atitudes realizadoras.

            Existe uma frase muito sábia entre as muitas de Goethe que diz: Os preguiçosos estão sempre a falar do que tencionam fazer, do que hão de realizar; aqueles que verdadeiramente fazem alguma coisa não têm tempo de falar nem sequer do que fazem.

            E é isso mesmo, deveríamos parar de nos comportar como anunciadores, como se fossemos obrigados a colocar no jornal todos os nossos atos e acontecimentos. Parar de falar sobre os fatos de nossa vida sejam eles bons ou ruins e simplesmente agir. Se uma pessoa te pergunta como está indo as coisas em sua vida, você simplesmente tem que dizer: Está no tempo de Deus ou está muito bem obrigada e desejar a essa pessoa muitos projetos e realizações com muita alegria e felicidade, dar um beijo e um abraço e seguir caminhando. Mas tem aquelas que adoram conversar, ficar na porta da casa contando a vida para a vizinha, é normal, mas não é saudável, é um tempo que se vai e que se poderia ter aproveitado realizando aquilo que tanto deseja e pede em suas preces, mas como bem disse Mark Twain "O segredo de progredir é começar. O segredo de começar é dividir as tarefas árduas e complicadas em tarefas pequenas e fáceis de executar, e depois começar pela primeira" e nosso querido Jesus Hermida que nos disse: Não passes tanto tempo a desejar coisas que poderias ter se não passasses tanto tempo a desejá-las.

            Mas o fato é que a preguiça muitas vezes nos impede de agir, colocamos muitas barreiras sobre aquelas que já existem e como já é difícil tirar as que já existem, nos acomodamos colocando ainda mais obstáculos para que não precisemos arregaçar as mangas, pois se tiras algumas pedras do caminho é complicado, imagina se jogamos um caminhão cheinho delas. Nada mais é do que uma forma de nós mesmos nos livrarmos do fardo, ou seja, inconscientemente, colocamos esse caminhão inteiro para que todos a nossa volta entendam que seria impossível, desta forma, fazermos algo para resolver essa imensidão de problemas.

            Mas quando nos damos conta de que são apenas algumas pedras e que existe uma solução, nada fácil, mas existe, perdemos ainda mais tempo nos culpando de não termos feito nada e arranjamos outra desculpa ao dizer que já se passaram muitos anos e não temos mais juventude para tal realização e agora, novamente, colocamos mais pedras dizendo que o tempo passou e não dá mais pra se fazer absolutamente nada. Sempre é tempo de realizarmos algo importante para nós mesmos e para a humanidade. Nunca acreditei que trabalhar das 8 as 18h é a única forma de se fazer algo e de realizar um trabalho. Desculpem-me, mas esse é meu trabalho e se parece fácil para alguns, que bom! Não preciso pegar três ônibus , me matar de trabalhar para que todos pensem, olha só, coitada, quanto esforço, essa merece toda a prosperidade. Merecerei se de alguma forma, neste momento, estiver ajudando alguma alma nessa humanidade e não simplesmente a mim mesma.

            Primeiramente, temos que estar de acordo com os nossos deveres e aptidões, o que é bom e certo para um, certamente não é bom e certo para o outro. Cada um tem que aprender a seguir o seu próprio caminho de realização e parar de tentar ditar regras de comportamento e simplesmente abolir do vocabulário a expressão: Você TEM QUE fazer assim, você TEM QUE fazer assado. Oras, quem sabe o que te faz bem? Só você mesmo pode saber. Se por acaso disse, temos que fazer planejamento, é porque deveríamos fazer, mas cada um no seu tempo de aprendizado e nunca se forçando a fazer, precisa ser voluntário, individual, gradual. O que adianta todos dizerem para você que precisa ser assim, que o melhor a fazer é isso ou aquilo, se não for para se sentir bem com isso tudo?

            Cada um tem o livre arbítrio de escolher seus caminhos e de fazer deles o melhor caminho, independente do que pensam os outros, obviamente que não sou a favor da preguiça e da ociosidade, mas também não critico e nem julgo ninguém que a pratique como forma e razão de vida. Como já disse cada um é cada um e esse cada um está travando a sua própria batalha interna, e que me desculpem aqueles que acham que já evoluiu o bastante para se acharem no direito de darem lições de moral e de apontarem o dedo e julgarem isso e aquilo. Mas como quem desdenha quer comprar, me tranquilizo. E volto a citar grandes pensadores como Clarck, grandioso cientista: Se não posso realizar grandes coisas, posso pelo menos fazer pequenas coisas com grandeza. E completo dizendo que a maestria de tudo na vida está na grandeza de caráter e na satisfação interna, e como Epicuro que defendia ardorosamente a liberdade humana e a tranquilidade do espírito e que ambicionava atingir a felicidade e a imperturbabilidade da alma, acabo por fazer tudo como se alguém me contemplasse, isso é vigiar, quando nos esquecemos disso, acabamos colocando o pé pelas mãos, magoando alguém ou a si próprio. Mas não estamos livres disso, obviamente. Estamos aprendendo sempre.

            E digo mais, sem planejamento de vida não conseguimos encontrar a nossa própria felicidade, acabamos vivendo escravos de conquistas materiais, e isso não sou eu quem diz, coloco aqui os meus achismos, mas também cito a fonte. Saint-Exupéry, em Terra dos Homens diz: Quando trabalhamos só com mira nos bens materiais, construímos nós próprios a nossa prisão. Encarceramo-nos, sozinhos com as nossas moedas de cinza, que não compram nada que valha a pena viver.

            E para finalizar esse artigo deixo a vocês uma linda mensagem para pensar.

            "No passado do poeta que escreveu versos sublimes, há quase de certo um professor que o obrigou a exercitar-se na sintaxe, que o forçou a corrigir vezes sem conta frases mal escritas, que ralhou com ele quando se desleixava. Na juventude daquele que escreveu uma bela sinfonia houve muito possivelmente uma professora, talvez já velhota, que lhe explicou cem vezes, pacientemente, qual era a forma correta de colocar as mãos quando se sentava ao piano. O poeta e o músico tiveram os seus nomes escritos na História, mas ninguém recorda quem foram os seus mestres. No entanto, há uma beleza imensa nesse passar despercebido, nesse ter rasgado as mãos ao trabalhar nos escuros alicerces de um mundo melhor. Uma beleza que só é apreciada pelas grandes sensibilidades, como são as daquelas pessoas que se dedicaram de corpo e alma à educação. Uma boa parte da humanidade prefere aquilo que dá nas vistas ou produz frutos imediatos..."

(Paulo Geraldo).

 

 

 

POR: IARA FONSECA  -  Jornalista, Arte-educadora, poetisa, escritora, artista plástica, mãe, dona de casa e muito mais que ela se permite descobrir a cada dia.