Raquel e o Mau-olhado ou Olho gordo
Compilação de
Laer Passerini
A Sabedoria da Cabala reconhece a existência do “ayin hará”, mau-olhado ou olho gordo.
Várias fontes, até bíblicas, indicam que existe a possibilidade de
uma pessoa prejudicar outra através do olhar e por isso não podemos
considerar o “ayin hará” apenas como uma superstição.
Os antigos sábios cabalistas descrevem um dos 72 Nomes de D’us como
sendo muito poderoso e uma invencível arma de guerra. Este Nome
assegura a vitória na mais longa e importante batalha na história
humana – o conflito contra nosso próprio mau-olhado e o de outras
pessoas. Trata-se do Nome # 10 (veja abaixo).
A Matriarca Rachel representa a Sefirá de Malchut e é ela quem nos
protege contra os perigos do mundo físico e contra as influências do
"ayin hará" (olho gordo ou mau-olhado). O aniversário de morte (hilulá)
de Raquel é comemorado 11º dia do mês de Mar-Cheshvan
(outubro-novembro), momento oportuno para invocar sua proteção. Esta é
também a razão pela qual o cordão vermelho que os cabalistas amarram no
pulso é abençoado sobre a tumba de Raquel nesta noite.
Pelo fato do calendário gregoriano ser solar e o hebraico
luni-solar, as próximas correspondências de datas para comemorar são:
2009: 29 de outubro; 2010: 19 de outubro; 2011: 8 de novembro; 2012: 27
de outubro; 2013: 15 de outubro.
Olho gordo
O judaísmo admite a existência do ayin hará, mau-olhado ou olho
gordo. Várias fontes, até bíblicas, indicam que existe a possibilidade
de uma pessoa prejudicar outra através do olhar e por isso não podemos
considerar o ayin hará apenas como uma superstição.
Uma representação para proteger contra o ayin hará
Nem todos concordam
com o uso de amuletos
Autor desconhecido
O olho, no judaísmo, é um órgão especial da alma. Olhos
lindos demonstram uma bondade interior como no caso do rei David, que
possuía olhos bonitos. No entanto, assim como podem ter uma boa
influência, os olhos podem, também, prejudicar. A Bíblia relata que
quando o patriarca Jacó mandou seus dez filhos, rapazes fortes e
bonitos, para o Egito, à procura de alimento, fez uma recomendação para
que cada um entrasse por um portão diferente, para não chamar atenção,
para não atrair mau olhado.
A própria lei judaica tem proibições relacionadas a este assunto. É
proibido, por exemplo, ficar meramente olhando e observando o campo ou
a colheita alheia. Mas, apesar de tudo isto ser verdade, não se deve
atribuir importância em demasia para olho gordo, pois a influência
deste é limitada.
A posição correta sobre o mau olhado pode ser encontrada em livros
de nossos contemporâneos. O Rabino Moshé Feinstein diz claramente que
ayin hará afeta em particular as pessoas que lhe atribuem uma grande
importância. Não devemos ficar sintonizados neste assunto,
preocupando-nos e analisando cada detalhe que acontece em nossa volta,
usando amuletos ou fitinhas para proteção; isto nos torna vulneráveis.
Pelo contrário, se nos desligamos
do assunto, tornamo-nos mais fortes espiritualmente.
A atitude correta para se proteger do mau-olhado é evitar a
ostentação. Vale lembrar que as primeiras tábuas da lei, entregues com
muita pompa e cerimônia, quebraram, enquanto as segundas, dadas de
forma mais discretas, permaneceram com o povo judeu. Isto não quer
dizer que devemos esconder-nos em casa, mas optar por mais recato
(tsniut). Nas nossas preces matinais, pedimos a D'us, entre outras
coisas, que nos proteja do mau-olhado, de um vizinho mau etc.
A aproximação constante com a fonte divina e o cumprimento das
mitzvot, das boas ações, é sem dúvida, a melhor proteção contra o
mau-olhado.
Conforme Vera Caballero, temos: Não são todos os que acreditam, mas por via das dúvidas não é bom facilitar!
Desde a antiguidade, os olhos são vistos como sendo a expressão da
alma e considerado um órgão sagrado. O olho humano tem um potencial
oculto e emite energias que podem intensificar as palavras ditas. Um
olhar penetrante e bem dirigido pode reforçar muito uma mensagem ou um
ensinamento. E, muitas vezes, sozinhos já conseguem passar toda a
informação necessária. Vemos, portanto, que grande parte da energia
gerada por nossos processos internos– como nossos pensamentos e
sentimentos– são emitidos pelos olhos para o mundo exterior.
Além de ser o espelho da alma, o olho é também um grande emissor de
magnetismo e energia. Existem relatos de homens santos que, apenas com
seu olhar, curavam os doentes. Isso nada mais é do que uma energia de
cura muito poderosa que é canalizada através dos olhos.
Mas, infelizmente, nem só de santos vive a Terra. Muitos seres
interiormente desequilibrados emitem, através do seu olhar, toda a
energia desgovernada que habita em seu interior e saem por aí matando
plantas, murchando bolos, causando quebranto em crianças pequenas,
quebrando objetos, enguiçando máquinas, e provocando até doenças e
muito mal estar em suas vítimas.
Muitos consideram o fenômeno do Olho Gordo como pura superstição, mas o tema já era
tratado por Lao-Tse, criador do Taoísmo, que viveu há mais de 350 anos
antes de Cristo e por Confúcio que viveu 600 anos antes de Cristo,
ambos na China.
O Olho Gordo nada mais é do que a canalização, através dos olhos,
de uma energia interna gerada pelo desejo de possuir o que é dos outros
e pela inveja, que não deixa de ser um roubo de energia.
Os possuidores de Olho Gordo são pessoas em permanente estado de
descontentamento e que têm complexo de inferioridade (mesmo que
camuflado), uma vez que não se julgam capazes de conseguir por si
mesmos o objeto de sua cobiça. Seguem a vida lamentando-se de sua má
sorte, mas nada fazem pra construir uma vida mais feliz.
Poderíamos considerá-los vampiros de energia e estão ligados aos
baixos desejos, à mesquinhez, ao egocentrismo e a uma série de assuntos
internos mal resolvidos. Gostam de estar sempre por perto e sabedores
dos acontecimentos, são solícitos e companheiros, utilizando-se do
recurso da aproximação.
Códice de Leningrado
Códice de Leningrado - p. 474a
Escrito em pergaminho e datado
de 1008 é a cópia mais completa das
Escrituras Hebraicas do mundo.
[
www.wikipedia.org]
Uma coisa é certa: a nossa felicidade certamente incomoda muita
gente e durante toda a vida nos veremos obrigados a lidar com isso,
portanto não adiante fugir e nem fingir que não é com você. Aprender a
nos portar diante do fato é o melhor que temos a fazer.
Veja a seguir algumas dicas que podem nos ajudar muito:
1. Muitas pessoas costumam usar amuletos para evitar as energias
negativas.. Embora muitos não acreditem em sua eficiência, na verdade
esses objetos são receptores de energias desarmoniosas, absorvendo-as e
neutralizando-as. Mas são de pouca valia caso a pessoa que a porta
esteja vibrando no mal ou com baixa auto-estima.
2. Deixar a ingenuidade de lado também é muito útil nessas horas.
Com um pouco de conhecimento, prática e atenção. é possível começar a
pressentir as intenções dos outros para não sermos pegos de surpresa.
Isso não significa ser malicioso e apenas ver o mal em tudo e todos,
mas com um pouco de sensibilidade aprenderemos a nos posicionar de
forma correta em cada situação, nos abrindo para quem merece nossa
confiança e nos colocando em posição de defesa com relação àqueles que
não nos inspiram bons agouros. O segredo é não nos deixar levar pelas
aparências e somente pela razão.
A intuição também conta muito nesses casos, além de uma observação
muito apurada. A partir daí, vamos selecionar nossos amigos, saber a
quem confiar nossos segredos e principalmente determinar quem deve ou
não freqüentar nossa casa.
3. Outra boa dica é o uso de visualização criativa e do mentalismo.
Imagine-se envolto em luz dourada, que o torna invulnerável às
investidas do invejoso. Aproveite também para mandar um pouco de luz
para ele, afinal a generosidade é uma energia que nos protege. Faça o
mesmo com sua casa, animais e objetos de valor. O azul é outra cor
muito boa para a proteção: a cor do arcanjo Miguel.
4. Mas, em se tratando de Olho Gordo, o mais importante é a postura
da pessoa diante do fato. Seres de vontade fraca, indecisas, medrosas,
supersticiosas, que não se julgam merecedoras de felicidade são alvos
fáceis para o invejoso. O fortalecimento interior é a melhor arma
contra as investidas externas.
5. Outro aspecto importante é a naturalidade. Nada de esconder o
carro novo, a promoção merecida e muito menos os seus dons pessoais,
nunca use de falsa modéstia, assuma com firmeza e merecimento as suas
riquezas. Por outro lado, também não caia no outro extremo, saindo por
aí se exibindo e atiçando a inveja dos outros. Repito: a naturalidade
aliada à segurança do senso de merecimento nos protege da inveja alheia.
6. Nunca olhe para o invejoso com medo ou se sentindo inferior a
ele em termos de poder. Lembre-se que quem tem inveja é porque não é
feliz e não tem a capacidade de conquistar o que deseja. A sua firmeza
é que vai te proteger e o medo só dará forças ao invejoso. Use e abuse
do senso de humor. A alegria aliada à presença de espírito (sem
agressividade) cortam o padrão vibratório do invejoso, deixando-o sem
ação. E não se esqueça: 'Nunca tenha vergonha ou culpa por ser feliz'!
Proteção contra Mau-Olhado (# 10)
Baseado nos ensinamentos de
Rav P. S. Berg
Os antigos sábios cabalistas descrevem este Nome de D’us como sendo
muito poderoso, uma invencível arma de guerra. Ele assegura a vitória
na mais longa e importante batalha na história humana – o conflito
contra nosso próprio mau-olhado e o de outras pessoas.
Um dos 72 nomes de D'us: Alef, Lamed, Dalet
Dalet ← Lamed ← Alef
Um dos nomes de D'us
www.www.reviews.ebay.com
No Zohar, I, pg. 68b, encontramos:
“A pessoa dotado de um mau-olhado carrega com ela um olhar das
forças negativas da destruição, por isso é chamada “destruidora do
mundo”, e em geral deve-se tomar muito cuidado e procurar não estar com
ela, pois se corre o grande risco de se ferir”.
Olhos em geral possuem um tremendo poder.
O olho humano tem a capacidade de transmitir tanto energia positiva
como negativa. O mau-olhado refere-se a um rápido olhar, pleno de
ressentimentos e mágoas, que recebemos das pessoas que nutrem
sentimentos destrutivos contra nós.
Os cabalistas atribuem muitos dos nossos infortúnios diários a esse tipo de mau-olhado.
Em contrapartida, quando lançamos nosso mau-olhado em outras
pessoas, criamos uma enorme abertura em nós mesmos, atraindo com isso
mais olhadelas negativas dos outros, com os seus conseqüentes efeitos
negativos e destruidores.
Tornamo-nos então mais vulneráveis e nossas defesas espirituais se enfraquecem.
E é claro que o mau-olhado traz iguais danos tanto para o emissor como para o receptor!
Este Nome de D’us (#10) nos ajuda a acelerar o processo de combater tal situação, e em todos os níveis!
Quando você meditar com este Nome, canalize o seguinte conteúdo:
“Meu próprio desejo de enviar mau-olhado para os outros está
diminuindo. Um escudo de energia positiva me envolve, oferecendo e
garantindo proteção contra as olhadelas negativas, como inveja, cobiça,
ciúme, e o espírito mal e mesquinho dos outros”.
O Nome Alef, Lamed, Dalet é ligado está ligado às influências da
Sefirá Chessed (4a. Sefirá: expansão, compaixão, misericórdia, perdão,
gentileza, amor, benevolência), que se situa na coluna da direita, logo
abaixo de Chochmah, que corresponde ainda ao signo de Capricórnio.
Esta é também a primeira das Sete Sefirot inferiores, com as quais
nos relacionamos. Mas as Sefirot são inteligências muito elevadas,
então como nos conectar com elas?
Sabemos que existe eletricidade na tomada, mas precisamos de
instrumentos (cabos e aparelhos) para revelá-la. Da mesma forma,
precisamos de instrumentos ou canais para bem estabelecer conexão com
as Sefirot.
O canal para Chessed é o patriarca Abrahão, pois ele foi o canal
que manifestou a inteligência de Chessed no mundo. Quando queremos nos
conectar com essa qualidade de energia, devemos meditar em Abrahão.
De acordo com a Guimatria, a numerologia Cabalística, as letras
hebraicas que formam a palavra Chessed somam 72, relacionando-a com o
poder dos 72 Nomes.
Essa relação nos ensina que, para que possamos ativar o poder dos
72 Nomes, devemos ter compaixão, misericórdia e gentileza pelo nosso
próximo.
Linhas vermelhas enroladas na Tumba
de Raquel são depois cortadas
e utilizadas como proteção.
www.judaism.com
A expressão física da Sefirá Chessed é a água. Chessed representa o
total Desejo de Compartilhar. É o doar incondicional, o estender a mão
(por isso em nosso corpo se relaciona com o braço direito), é o fluxo
de energia que se expande abundante e incontrolavelmente, por isso é
considerada a mais expansiva das Sefirot.
Entretanto Chessed sem equilíbrio é o extremista–liberal que
lamenta mais pelo criminoso do que pela vítima; é o homem pobre que
ganha na loteria e dá cada centavo de sua nova fortuna para caridade e
deixa a própria família pobre. Desenfreada, Chessed doa até quase
machucar. Felizmente, temos uma contraparte de equilíbrio, a Sefirá de
Guevurah.
outubro.09
Contato com o autor:
Laer Passerini - laer@passerini.com.br
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