Serra do Roncador
A Serra do Roncador (MT), sem dúvida, é um dos lugares mais místicos do Brasil.
Muito há que se dizer sobre essa misteriosa região do Roncador, temerosa e inacessível, cheia de dificuldades.
Baseados em fatos tidos como lendas, muitas descobertas arqueológicas foram feitas, e muitos segredos que jaziam adormecidos no seio da Terra vieram à luz, porque uns poucos homens acreditaram nelas.
Como exemplo, citamos a redescoberta de : Tróia, Herculano, Pompéia, Nínive, Ur, etc.
Tudo que não se consegue provar aos olhos humanos, transforma-se em lenda, mas, atrás de cada lenda jaz adormecida uma verdade, pois é o fruto de uma realidade perdida, eco longínquo de fatos, quase sempre deturpados através dos tempos, mas nem por isso deixando de conter um fundo de verdade.
No ano de 1925 o explorador inglês Percy Harrison Fawcett, desapareceu na cidade subterrânea de Ibez na Serra do Roncador junto com seu filho Jack e o amigo Raleigh Rimel.
A expedição se converteu em lenda, já que objetivo máximo, era encontrar as chaves da cidade Atlantes que estaria intacta e que sua entrada se situaria numa cavidade subterrânea.
Até nossos dias, ainda há aventureiros que esperam encontrar esse lugar que havia absorvido a muitos anos aqueles exploradores ingleses.
Acredita-se que nesse lugar se encontra o símbolo mais importante e poderoso do império incaico, chamado Disco Solar.
Na rota explorada em busca do el Paititi, se encontra um muro com símbolos que dariam as chaves para o ingresso a esse mundo subterrâneo, já que os mesmos indígenas Machiguengas, guardiãos do lugar, dizem que dentro dele vive gente.
PATERSON - Outro que não poderíamos deixar de citar é o eminente pesquisador Timothy Paterson, sobrinho do Cel. Fawcett.
É de nacionalidade inglesa, arqueólogo, explorador e esoterista, ex-oficial da infantaria do exército da Rainha da Inglaterra e já esteve por algumas vezes no Brasil.
Em 1.980, Paterson publicou um livro na Itália, onde estava residindo, intitulado O Templo de IBEZ (publicado no Brasil em 1.983), onde procurou explicar a origem de IBEZ (já mencionada anteriormente), enigma de caráter universal que oculta o mistério do Rei do Mundo.
Também tratou da expedição do Cel. Fawcett (seu tio) sob o enfoque iniciático e de seu desaparecimento na Serra do Roncador, além de tratar especialmente daquela região misteriosa no estado de Mato Grosso. Assim ele escreveu:
“A atual cidade de IBEZ no Roncador, da qual o Monastério Teúrgico do Roncador é um prolongamento externo, é presidida pelo Logos Solar dos Mestres Teúrgicos, chefiada por sua vez pelo ‘Quinto Senhor’”.
Na cidade subterrânea de IBEZ as pessoas se movem ainda entre a terceira e a quarta dimensões, onde ainda os ‘deuses caminham entre os homens’, como acontecia sobre a Terra antes de sua Queda.
Na cidade subterrânea de IBEZ no Roncador está conservado o resplandecente Homem de Ouro, que não é outro senão o El Dorado que os conquistadores espanhóis procuram em vão durante anos.
Também sobre o assunto, resumimos uma entrevista concedida ao jornal carioca O Globo, em 1939, pelo Instrutor-Chefe da S. B. E., Professor Antonio Castaño Ferreira (Coluna J do nosso Vem. Mestre), que saiu publicada com o seguinte título: Uma Montanha Sagrada no Roncador, já citada nos Textos Antigos: Baseando-nos na tradição secreta, de que esta Instituição é depositária, para afirmar os fatos estranhos sobre O Roncador, pois estamos ligados espiritualmente a todos os centros místicos do mundo, que conservam, desde a mais remota Antigüidade, uma ciência avançadíssima.
Tal ciência hierática e avassaladora pretende abarcar em toda a plenitude de sua intrínseca natureza, a lei que rege a evolução.
Por isso a nós outros é concedido o direito de sabermos não só da história de quantas civilizações já floresceram na Terra, como também das que vão surgir no futuro.
Todas as civilizações prendem-se, nas suas origens mais afastadas, a um centro orográfico que persiste na história, para uns, e na lenda para outros, como local sagrado onde os deuses se apresentavam, para confiar aos caudilhos da raça as grandes verdade que deveriam perpetuar-se em sua prístina pureza, no âmago das religiões.
Uma expedição norte-americana estipendiada pela revista The National Geografic Magazine, descobriu no Peru, próximo ao Rio Urubamba, as monumentais ruínas do império inca de Machu-Pichu, otimamente descrito na citada revista.
Daí se pode tirar a ligação de que Machu-Pichu se comunica subterraneamente com o Ararat brasileiro ou o misterioso Roncador. Os homens da “Bandeira Piratininga” poderão atingir o Roncador, encontrar as reminiscências de remotíssimas civilizações, tal como aconteceu com a expedição americana aludida acima, topar até com grandes seres, falar-lhes, mas os segredos propriamente ditos, do Roncador, e que constituem o cabedal de tradições milenares, e a razão cíclica de existirem centros como aquele, isso ser-lhes-á irredutivelmente negado.
(Esta entrevista, como se vê, foi realizada por ocasião da partida da célebre Bandeira Piratininga, que se propunha, entre outras coisas, a desvendar a realidade da existência da Serra do Roncador, tida por muitos como uma lenda).
A história sobre as causas que teriam arrastado Fawcett à aventura foi dada a público pelo bandeirante Willy Aureli, chefe e organizador da já citada “Bandeira Piratininga”, ao qual coube a glória de, arrostando perigos e com esforços sobre-humanos, alcançar a tão decantada Serra do Roncador, provando assim a sua real existência, dada como fictícia, pois jamais fora atingida nos tempos recentes por qualquer outra expedição.
Em seu livro intitulado Bandeirantes do Oeste, aquele sertanista dedica um capítulo inteiro ao Cel. Fawcett.
Diz ele: Foi quando surgiu no meu horizonte o Coronel Sir Percival Fawcett, o homem que até hoje atrai as atenções do mundo civilizado por ter desaparecido misteriosamente quando tentava alcançar a Serra do Roncador e descobrir, conforme ele mesmo declarara, os restos da mitológica Atlântida e um estranho povo que estaria vivendo nos contrafortes e dobras da cordilheira!
Em 1º de dezembro de 1951, a conceituada revista carioca”O Cruzeiro”, publicava uma reportagem de Bernard-Claud Gauthier sob o título: “A Verdade sobre Fawcett”.
Essa reportagem trazia um relato surpreendente, feito pela Sra. Nina Fawcett, que vivia na Suíça, da qual extraímos alguns trechos que nos mostram haver por trás dos fatos aparentes, a existência de outras personagens que, a seu modo, atuam de maneira diferente. Disse a Sra. Fawcett: É possível que muita gente julgue excepcional, talvez mesmo incrível a história de nossa vida.
Mas o que vou dizer é a pura verdade. Tenho, atualmente, oitenta e um anos de idade e, quanto mais penso no passado, mais vejo nele a marca de uma misteriosa fatalidade... Depois de relembrar seu primeiro encontro com aquele que seria anos mais tarde seu esposo, relata madame Fawcett: Finalmente, a 29 de outubro de 1890, ficamos noivos.
E uma vez, logo depois deste dia, Percy (de Percival, o primeiro nome de Fawcett) contou-me uma história fantástica.
Antes de me conhecer, quando servia ele na guarnição de Trincomali, pequenino porto do Ceilão, foi abordado por um desconhecido, que esperava à saída da fortaleza. Era um homem alto e vigoroso, que trazia nos braços cruzados uma estatueta de Buda.
O homem se deteve, fez reverência, e entregando-lhe o sagrado objeto, falou com voz forte:
Mestre, escutai minhas palavras. Este Buda trará sorte para vós e vossa família, mas é preciso que nenhum criado toque nesta imagem, que deve repousar constantemente sobre um pedaço de seda amarela, cor da divindade.
E o misterioso mensageiro afastou-se sem dizer mais nada”. Depois de recapitular vários trechos de sua vida, Mme. Fawcett chega, finalmente, ao ponto culminante da entrevista.
Eis, a seguir, suas próprias palavras, segundo o repórter que a procurara: Ficamos alguns meses em Londres.
Depois partimos para Marrocos e, mais tarde, para Hong-Kong. Meu marido trabalhava então pra o “Inteligence Service”.
Em fevereiro de 1903, tomei o navio para Ceilão, onde havia de nascer o meu primeiro filho. Jack. Foi nessa época que aconteceu a meu marido nova aventura extra-ordinária.
Antes de chegar à nossa casa, quando de sua vinda do Ceilão, encontrou seis astrólogos vindos especialmente do norte da Índia, para dar-lhe uma notícia: Mestre, disseram eles, um grande espírito aproveitou-se dos laços existentes entre vós e vossa esposa, para reencarnar entre vós.
Não mais voltareis a Hong-Kong e será aqui, durante as festas de Buda, no dia 19 de maio, que vossa mulher dará nascimento a um menino, que será pai de uma nova raça. Quando crescer, este menino irá convosco para terras longínquas do sul, onde ambos desaparecereis juntos ... vosso filho voltará ao seio de sua antiga raça... Sei que essa história pode parecer absurda – continuou madame Fawcett – eu própria não sei dizer o que ela encerra de verdade.
Mas o fato é que foi no dia 19 de maio de 1903 que Jack veio ao mundo.
E meu marido, depois de estudar longamente as doutrinas budistas, costumava perguntar-me:
Afinal por que será isso tudo impossível? Depois de alguns felizes anos passados em Ceilão, voltamos à Inglaterra, Fawcett começou a fazer viagens para a Grã-Bretanha, o Peru e o Brasil.
Percy estava na América. Começava a conhecer e a amar essas terras distantes, a respeitar os indígenas que as habitavam.
Sabia que era ali que estava escrito o seu destino.
Contudo, ao estalar a guerra, voltou à Pátria. Combateu com denodo na França. Terminada a guerra, regressou ao Brasil, levando consigo Jack.
Lembro-me, ainda, de suas últimas palavras: Até à vista! Seja sempre alegre!
O repórter que a entrevista forçou uma última pergunta: Madame, acredita que seu marido tenha morrido nas selvas de Mato Grosso? Que hei de dizer-lhe? Haveria de responder para provocar um sorriso dos céticos, que continuo em contato telepático com meu marido, e que estou certa de que tanto ele como Jack, estão vivos, que creio nas palavras proféticas dos seis sábios da Índia? Não, direi apenas isso: se amanhã ou depois, vir o coronel Fawcett e nosso filho entrarem pela porta do jardim, não me surpreenderei absolutamente.
Direi apenas como sempre: Alô!” Aqui termina a entrevista de Madame Fawcett, e também praticamente, a história de seu esposo.
Mas Madame Fawcett, ao dar-se crédito ao que vamos relatar a seguir, não disse ao repórter tudo o que sabia. Apanhemos novamente o livro “Bandeirantes do Oeste” de Willy Aureli, e transcrevamos mais um trecho do mesmo: Agora, para fechar o parênteses, devo dizer da carta recentemente recebida pelo meu ex-companheiro da jornada de1938, o sr. Heinz Himmelreich, o Dr. Saúva do meu livro “Roncador”.
Essa missiva, deveras impressionante, foi resposta a determinada interpelação. Escreveu-a o cientista suíço, Dr. Arnaldo Bachmann, residente em Obern-Hergen, cantão de Zurich, das relações da senhora Fawcett.
Essa senhora exibiu-lhe o arquivo do marido e declarou que recebe, volta e meia, correspondência do esposo que todos julgam morto.
Disse que o coronel Fawcett se encontra em“zona pátria”, e com ele, o filho e o Dr. Rimmel.
Vivem entre os índios Kamayurás(Orizés-Procaizés), e que são brancos. Mostrou, a dama, interessantes fotografias tiradas pelo Dr. Rimmel e que ela recebe “por canais misteriosos”.
Um trecho dessa carta diz textualmente: “Eu tenho em meu poder documentos que, se publicados, levantariam tremenda sensação no mundo inteiro!
Mas só os publicarei quando da saída de minha expedição. Lady Fawcett não está mais interessada em custear expedições para procurar o marido, pois ela sabe ter Sir Percival Fawcett alcançado todos os escopos e não ter sido morto pelos índios, nem comido pelos cachorros e nem seus ossos dispersados pelos ventos!
No decorrer dos anos, chegaram da selva dos Morros Azuis, notícias para a Europa, por caminhos desconhecidos, sem qualquer dúvida, mas originais, de Fawcett está plenamente esclarecido com esses documentos que eu, logo após o começo de minha expedição, vou entregar ao mundo!
Aí estão um série de depoimentos sobre o caso Fawcett que tivemos que abordar longamente, a fim de bem elucidar aquelas afirmações aparentemente utópicas, com referência a um Centro Iniciático na região central do Brasil.
Não resta dúvida de que são muito estranhos os fatos que envolvem a vida daquele homem singular.
No Brasil existem remanescentes de quase todos os grandes povos que habitaram, nos milênios passados, o nosso planeta. Aqui jazem remanescentes de etruscos, pelasgos, egípicios, fenícios, babilônicos, persas, etc; para não falarmos nos atlantes, cujos descendentes degenerados podem ser encontrados em tribos perdidas na imensidão do nosso território.
Poderíamos nos alongar em citações que comprovam esta nossa assertiva, porém ela foge aos limites deste trabalho. Dia chegará em que se estudará convenientemente a história dos vários ramos raciais que povoaram o Brasil desde tempos remotos e nesse dia então iremos realmente compreender que no âmago das lendas e tradições dos seus remanescentes repousavam verdadeiros tesouros históricos.
O Brasil é um imenso canteiro de povos e aqui se deu e ainda se dará uma imensa miscigenação, da qual surgirá aquela raça cósmica a que se referiu intuitivamente o sociólogo mexicano José de Vasconcelos, quando ao visitar a nossa pátria assim se exprimiu:
“É dentre as bacias do Amazonas e do Prata, que surgirá a Raça Cósmica, que realizará a concórdia universal, pois será filha das dores e das esperanças de toda a humanidade”.
Publicada na Revista Dhâranâ, edição nº 5, 1979. Coordenação da matéria: Dirce Bonfá.
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