Sobre o Estado de Presença

[Manoel Egídio de Souza Neto]

 

O ser humano tem ouvido falar de estados atemporais, em intensidade jamais cogitada. Diz-se que o momento de realidade somente pode existir numa consciência de pura presença, no aqui e agora.

  

Por outro lado, sabe-se que a consciência pessoal é formada por acumulações de experiências, que se transformam em conhecimento, e que se torna memória; isto ao longo do tempo.

  

A este ponto, tem-se uma situação de reconhecido impasse, onde o alvo a se alcançar é ausência temporal, conquanto, através de algo que sintetiza a própria temporalidade.

  

Todas as tentativas das muitas culturas humanas têm fracassado na busca da verdade, exatamente por fazer uso desta sua condição, filha do tempo, que é naturalmente discrepante face à atemporalidade do que quer que seja de natureza verdadeira.

 

O casamento destas duas naturezas distintas, entre o que é tempo e o que não é, tem recorrido aos mais variados meios, incluindo decretos e mandamentos; no entanto, tudo tem se mostrado vão nesta empreitada.

 

É óbvio que qualquer memória procura se posicionar diante do que quer que encontre, pois este é o seu jeito de ser. Por isto, não adianta falar: "não se preocupe". A mesma inconsistência se verifica quando se espera, desta mesma origem, que não haja avaliações, comparações, resistências, ... Pois não dá para ser o que não se é.

 

Isto dito, em nada significa que tenhamos que fazer alguma coisa, mas sim, que é chegada a hora de se ter consciência de que o velho estilo humano, baseado no conhecimento - memória, somente pode vê as coisas sob o seu prisma, e nunca como elas realmente são.

 

Enfim, o que se pode concluir deste exposto, é que a nossa verdade em si, aquilo que efetivamente somos, jamais pode se subordinar ao passado e ao futuro, e nem mesmo ao tempo presente, pois trata-se de um Estado de Presença, de todo inacessível ao que procede do tempo. Aqui, todas as coisas acontecem, mas quando menos se espera ou seja objeto de preocupação."

 

É certo que a nossa condição de consciência temporal tem sido uma dádiva, e que seja eterna enquanto dure. Contudo, nada melhor do que nos conscientizar de perspectiva ainda mais alvissareira, qual seja, a nossa real existência - "Um Estado de Presença".

 

Namastê,

 

Egídio

[ANALIA FERNANDES DA ROCHA]

Estado de Presença= Ser...Sentir...Estar para alem alem do tempo rsrs não há como definir é por demais fluido..Egídio  tú És, eu Sou,nós Somos....Um

[Manoel Egídio de Souza Neto]

Mauro, parabéns especial por esta sua última fala. Fada San, saiba que foi honrosa esta sua participação. Só este seu humildemente confesso, foi pra lá de precioso; bem ao estilo "Eu Sou". Ainda mais grato a vocês!

[Fada San]

Li, reli e...

Humildemente confesso...não entendi nada!

 

[Manoel Egídio de Souza Neto]

Só uma "coisinha" mais: Existe uma tendência das palavras serem associadas à explicação, entendimento, compreensão, conceito, conhecimento... E realmente, neste contexto, nada há como ser simples. Contudo, as palavras podem ser expressão de vivência, e aí, nunca serão complicadas, mesmo que haja falta delas. É claro também que a complicação jamais deixará de ser em função daquele que vê, e não por conta da forma em si, qualquer que seja. A prova disso, é que, na ausência do sujeito, que é a expressão máxima da simplicidade, nada pode ser complicado. Um forte abraço a todos vocês, meus muito queridos! Obrigado por vocês participarem desta conversa de transcendência do próprio "eu", que é o cerne da postagem e do próprio Estado de Presença.

[MAURO DOMINGOS]

Olá meu grande irmão, Egídio....

Acredito que enquanto residentes mentais, encapsulados na matéria, com o óbvio desdobramento da consciência/alma limitada, jamais acessaremos a "REAL" compreensão do complexo EXISTENCIAL, que por si só já é Eterno e Ilimitado, que não tem começo e nem fim......

Portanto queridos e amados irmãos e irmãs de existência......a minha verdade será sempre conceitual em relação a qualquer outra e sempre indicará o meu "vibrar" momentâneo.....independente se o momento é uma fração de segundo ou se extende por anos a fio na linearidade temporal de 3d........

Então eu pergunto de coração..........isso importa??

Eu sei que SINTO, portanto SOU.........FUI........e SEREI...........SEMPRE!!!!

Com Amor e Alegria,

Eu Sou Mauro Domingos.

[Manoel Egídio de Souza Neto]

Oi Mauro, adorei este seu complemento. Eu ainda diria: "este avanço do pequeno eu, além de tudo, o levaria para dentro da própria divindade; acabando de vez com o isolamento temporário a que foi submetido. Enfim, o senso de separação que lhe era próprio, cederia à Unidade; trazendo com isto todas as vantagens inimagináveis. Obrigado!

[Manoel Egídio de Souza Neto]

Caríssimo Mauro, eu diria que este acúmulo também faz parte do Agora, mas como uma mínima parte. O problema seria levar em conta esta parte limitada, pois isto tende a excluir o resto do Todo. Na verdade, este acúmulo seria a eternidade do "pequeno eu", a ser absorvida pelo "Eu Sou", que é o Eterno em si mesmo. Então, ao apegar-se ao acervo temporal, mantem-se a identidade conhecida, pessoal e separada, mas inviabiliza a posse do Divino Si, que é Uno, indescritível, muito além de qualquer compreensão; podendo apenas ser vivido. A experiência acumulada, para fins técnicos, neste mundo, certamente que conta muito; mas, para o Estado de Presença, que é a nossa própria realidade de Ser Eterno, até esta própria experiência temporária, com validade operacional, precisaria entrar no ról do emergir ou não, sob pena de se tornar mais um complicômetro.