SOU PEDINTE OU TRABALHADOR À SERVIÇO DA LUZ?

[Celia]

Há algum tempo atrás uma consultante me procurou narrando que embora estivesse buscando espiritualidade, freqüentando determinado local de auxílio ao próximo, não percebia coisas boas em sua vida e sentia que a espiritualidade lhe cansava, que era uma obrigação. Sentia que só doava, mas nada recebia. Referiu, ainda, que todas as noites questionava seu Mentor acerca dos motivos de ser tão infeliz, ao passo que, os vizinhos, amigos eram felizes e prósperos.

O caso acima demonstra que em diversas religiões e, inclusive no meio espiritualista, existem mais pessoas na condição de pedintes do que trabalhadores da luz. Acreditam que doar sua energia algumas horas por semana é suficiente e um "tempo perdido".

Não que seja errado buscar auxílio de nossos amparadores, desejar, querer uma vida feliz, próspera e de paz, mas para isso precisamos de equilíbrio interno.

Muitas pessoas buscam uma religião ou espiritualidade de forma livre, sem dogmas, para alcançar metas materiais, para ter a vida de seus sonhos, esperando um milagre divino.

Querem que tudo aconteça, mas enxergam  espiritualidade como um peso, como uma obrigação e não entendem a razão de seus pedidos não se realizarem. Não percebem que espiritualidade (que não é religião) não é acessório, é a razão de estarmos encarnados.

Ocorre que não compreendem o que é trabalhar a serviço da Luz...acham que são merecedores de tudo, mas esquecem de fazer sua parte...acreditam que frequentar um local religioso ou buscar autoconhecimento livre, é suficiente para melhorar  a vida, mas não vivem isso de forma intensa, não conseguem sentir.

Contudo, é preciso SENTIR GRATIDÃO!! É preciso ter disposição, fazer um trabalho a serviço da luz com humildade, com amor, entendendo que é o mínimo que podemos fazer. Temos tanto auxílio do mundo espiritual, estamos na Terra para cumprir mais uma jornada evolutiva, entre muitas. Nossa vida material é um grão de areia perto da imensidão do Universo e de nossa própria alma.

O que temos e “estamos” aqui é apenas um rótulo provisório e, como consciências o mínimo despertas, devemos os prestar auxílio à evolução do próximo, pois isso certamente trará conseqüências positivas na nossa evolução conscencial.

Não dá para emanar luz ao Universo, auxiliar nosso próximo com uma conversa, em um centro espírita, em um centro espiritualista, apenas porque acreditamos que vamos ter algo em troca.

É preciso sentir gratidão por estar auxiliando, porque nós somos Luz, energia e temos muito poder interno. Temos que deixar de ser pedintes,  fazer a nossa parte, o que nos propomos antes de reencarnar.

E o pedinte, normalmente, é aquele que se faz de vítima, que presta atenção apenas na vida do outro, isto é, “a grama do vizinho é sempre melhor” e esquece de cuidar da própria vida. Então, no desespero busca ajuda, sempre acreditando que não recebe o que merece. Assim, receberá mais situações onde possa se colocar na posição de pedinte.

Claro que no universo sempre existem trocas, tudo que emanamos, doamos, sentimos, recebemos de volta. Mas quando percebemos que existe muito mais além do nosso próprio mundo interno e, ajudamos os outros, nossos desafios tornam-se muitos pequenos.

Desta forma, vamos sair da posição de vítimas/pedintes e se colocar à disposição da Luz, pois nossa vida no aspecto material se tornará plena quando tivermos consciência que precisamos doar mais, mas de forma incondicional, sem querer nada em troca, apenas porque a nossa essência é -o amor e a gratidão.

 Viviane DraghettI - 

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