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-SRI AUROBINDO- (1a. Parte) - 22 de Outubro de 2010 - Autres Dimensions

Eu sou Sri Aurobindo.

Irmãos e Irmãs na humanidade, recebam Graça e Presença.

Sejam agradecidos por sua escuta.

Eu volto entre vocês, esta noite, como o fiz há alguns dias, a fim de prosseguir certo número de conceitos relativos às emoções e o Coração.

Eu expressei, há alguns dias, o que era o medo, o que ele representava como secreção.

Hoje, vou além desta noção de medo para tentar fazê-los apreender e integrar a diferença essencial existente entre Coração e emoção.

***

A emoção se situa, irremediavelmente, na noção ‘de ação e de reação’.

A emoção é, por definição, o que põe em movimento, o que é reativo.

O Coração é ausência de movimento.

O ego está no movimento.

A emoção pertence ao ego, assim como o mental.

A emoção tem por objetivo satisfazer um desejo ou fugir de um perigo, ou encontrar um fato, que esse fato pertença a um presente ou a um passado.

Em alguns casos, a emoção pode também surgir de uma projeção do mental no futuro, desencadeando, por exemplo, um medo, uma apreensão.

A emoção, como eu dizia, é secretada, literalmente, pela química de seu cérebro.

Esta emoção se define sempre num âmbito de reação com relação a uma experiência preexistente, submetendo-os, frequentemente, a esta reação imediata.

A característica essencial da emoção é de situar-se na reação a um acontecimento que afeta seu presente, que a origem deste acontecimento se situe no passado, no presente ou no futuro.

Vou tomar um exemplo muito simples para compreender: imaginem, suponham, que uma pessoa os coloque na raiva, quaisquer que sejam o objeto e o assunto.

A raiva vai então se manifestar como reação.

Imaginem agora que vocês tenham decidido, em seu funcionamento, não mais reagir, qualquer que seja o acontecimento e sempre se reportar em 24 horas após o que era o fato que provocava a reação e, portanto, não mais reagir no instante, mas reportar conscientemente esta reação a 24 horas mais tarde.

Nesse caso, o que acontece?

É extremamente simples para compreender.

Frente a uma raiva à qual, de maneira muito lógica, vocês responderiam por um comportamento, por ações, por uma reação, se vocês adotam, de maneira lúcida, postergá-la por 24 horas, o que vai acontecer?

Ser-lhes-ia possível e concebível expressar uma raiva 24 horas após um acontecimento passado?

Não.

Naquele momento, não haverá mais reação.

Evidentemente, este exemplo funciona sobre o ‘princípio da raiva’.

O problema do ser humano é que ele está identificado às suas próprias emoções.

***

A emoção pode também tomar formas agradáveis e não unicamente desagradáveis.

Assim, as emoções ‘agradáveis’ podem, até certo ponto, fazê-los buscar ativamente por elas, conduzindo então ao que é chamado um vício.

Quer dizer algo que vocês vão tentar reproduzir a fim de novamente provar as mesmas sensações, a mesma emoção.

A emoção ‘do prazer’ é certamente a emoção que faz suscitar mais comentários e que é certamente um dos motores essenciais desta humanidade, qualquer que seja a forma que toma esse prazer.

Seja um prazer dos olhos, um prazer social, um prazer sexual, um prazer afetivo ou familiar, ou profissional (existem muitos), trazendo um sentimento de satisfação.

Qual é a característica do prazer?

É que ele não é durável no tempo.

É por isso mesmo que o ‘vício ao prazer’ é certamente a coisa mais desprezível que um ser humano possa viver porque, cada vez mais serão necessários estímulos cada vez mais intensos para chegar a sentir a mesma sensação e ter a mesma percepção desse dito prazer.

O prazer não é a Alegria.

O prazer é sempre obtido em resposta a uma satisfação.

Que isso se refira aos sentidos, e qualquer que seja o sentido, ou ainda a obtenção de um objetivo desejado e, portanto, de um desejo.

O prazer e seu corolário são, portanto, desejo e satisfação.

O desejo e a satisfação conduzindo ao prazer não são jamais procedentes de fenômenos ligados ao Coração, mas, sistematicamente, ligados ao ego e ao reconhecimento deste ego, seja na satisfação, qualquer que seja, ou na reprodução desse dito desejo.

***

A emoção os coloca, portanto, permanentemente, numa ‘lei de ação e de reação’ idêntica à que se encontra na ‘lei de carma’.

Os seres humanos, mesmo sem serem terapeutas, concebem perfeitamente que de algumas emoções passadas resultam feridas que se manifestam no presente, no corpo ou no funcionamento psicológico do Ser.

As emoções são ligadas diretamente ao que é chamado de Manipura Chakra, ou ‘corpo astral’, também chamado de ‘corpo emocional’ ou ‘corpo de desejo’.

O ‘corpo de desejo’ tem um funcionamento que eu qualificaria de semi-automático, cuja característica essencial é gerar, permanentemente, um movimento, dando, de algum modo, o sentimento, não real, de satisfação.

De fato, a característica da emoção é nascer e desaparecer e jamais se estabelecer na persistência, a não ser, por vezes, estabelecer-se em ‘alguns vícios’, onde jamais há satisfação, mas busca permanente.

A ação e a reação, ligadas ao ‘corpo de desejo’, os levam, de maneira inevitável e inexorável, a se afastarem de seu Ser profundo, porque elas atuam literalmente sobre as forças existentes nesse mundo de desejo, esse mundo chamado de Maya, no qual a humanidade evolui desde certo tempo.

***

A maior parte dos ensinamentos, orientais de todo modo, visaram transcender o desejo sob todas as suas formas.

Transcender não quer dizer controlar.

De fato, querer reprimir um desejo, qualquer que seja, não o faz jamais desaparecer, mas o fará sempre reaparecer em um determinado momento, mais tarde.

O controle dos desejos apenas faz remeter seus desejos para mais tarde, não os faz jamais desaparecer.

O desejo é expresso para provocar uma ação de satisfação que é a característica mesmo do ‘corpo de desejo’ ou ‘corpo astral’.

Esse ‘corpo emocional’ é, portanto, ligado às emoções, de maneira formal, ao Manipura Chakra que é a sede do ego, a sede da apropriação.

A emoção é, portanto, um vetor e a manifestação de um desejo, qualquer que ele seja.

Desejo que, portanto, remete a estruturas ainda mais arcaicas denominadas a vontade.

Vontade que, ela, não está inscrita no cérebro dito emocional – ou límbico – mas diretamente no cérebro arcaico chamado de reptiliano.

*

*

O desejo, geralmente, apenas faz manifestar ou traduzir uma vontade.

O que se esconde atrás desta vontade, seja ela chamada de bem ou de bela, é, sempre, e sistematicamente, a ‘satisfação de uma falta’, qualquer que seja.

O desejo pode aparecer como sadio e evidente no desenrolar da vida de todo ser humano, mas isso não resiste absolutamente a uma análise mais impulsionada, onde o desejo vai sistematicamente aparecer como uma falta a preencher.

***

O ‘corpo de desejo’, assim nomeado nos ensinamentos orientais, é aquele que se opõe ao aparecimento da Vibração do Coração e ao estabelecimento no Si.

O desejo nutre o ego num jogo sem fim, num jogo de satisfação, num jogo de poder, num jogo de vontade.

Assim, portanto, associar a palavra desejo (mesmo se esse desejo lhes pareça, num primeiro tempo, como muito nobre e muito justificado) faz apenas traduzir, de maneira certamente ‘mais sutil’, a aplicação da vontade, correspondendo a um preenchimento de falta.

Todos os desejos, sem exceção, conduzem e se concluem necessariamente pelo preenchimento de uma falta, mesmo se essa falta não possa ser reconhecida como tal pela consciência do ego que fará tudo, justamente, para evitar que vocês tenham ‘consciência’ dessa falta.

Isso se refere tanto à satisfação de um desejo simples, como o fato de se alimentar, onde, aí, ao nível fisiológico, é evidente que há uma falta de nutrição que provoca o desejo de comer.

Mas é exatamente a mesma coisa no que concerne aos desejos os mais vitais, os mais sociais, os mais sexuais, ou os mais naturais, digamos, do ser humano, que traduzem, portanto, sistematicamente, um ‘princípio de falta’.

O ego, distanciado e separado, é, portanto, caracterizado essencialmente pela falta e por uma insatisfação que não encontrará jamais satisfação em si mesma, mas que vai fazê-los crer nisso.

De fato, qual é o ser humano que não tenha satisfeito um desejo que seja?

E quem pode dizer que esse desejo jamais se reproduziu?

Quem pode dizer que comeu apenas uma vez e que não voltou a comer?

Quem pode dizer que teve apenas uma relação sexual e que jamais a reproduziu?

O desejo provoca o desejo.

O desejo não pode se satisfazer.

Esta é uma evidência inscrita nas células humanas, inscrita no cérebro, inscrita no comportamento e na própria natureza do corpo do ego ou corpo emocional.

***

A problemática vai surgir quando o ser humano começar a ‘falar de Coração’, porque, geralmente, ao nível do Coração, cada um ali coloca o conteúdo que é veiculado por sua própria consciência.

Um cardiologista vai entender o Coração como uma bomba cardíaca.

Um ser no caminho espiritual vai chamar o Coração de ‘seu objetivo’.

Um ser realizado, que definitivamente dissolveu o corpo de desejo, vai falar de realização do Si.

Todos esses seres designam, no entanto, a mesma zona do corpo e a mesma zona de consciência, mas cada um vai traduzi-la segundo suas próprias percepções e segundo sua própria vivência, sua própria experiência.

Então, o que se pode dizer que seja mais correto do que o Coração ser uma bomba?

Que o Coração é afeto?

Que o Coração é sentimento?

Ou que o Coração é o Si?

Toda a diferença está aí.

É que a linguagem, qualquer que seja a língua, faz referência, para uma pessoa, a um conteúdo semântico e simbólico preciso que não é absolutamente o mesmo que os sete outros bilhões de seres humanos.

Sem exceção.

Não pode haver definição, portanto, correta, para o Coração, eis que cada um ali coloca uma vivência que é muito diferente.

***

O Coração nada tem a ver com uma emoção, mesmo se um número importante de seres humanos considere que o Coração pertence ao mundo das emoções.

Todos os caminhos vicinais situam-se nesse nível: conceber o Coração como uma emoção.

O Coração é emoção unicamente ao nível de algumas partes de sua parte física que, aí também, evoluem segundo o mundo da ‘ação/reação’, a saber, contração e dilatação que um cardiologista vai chamar de ‘sístole’ e ‘diástole’, ou seja, contração e dilatação do coração, remetendo, aí também, à atração/repulsão, ação/reação, um movimento de contração sendo seguido de um movimento de relaxamento.

Não há, portanto, mais do que um passo, que cruzou o homem, que é assimilar o Coração a uma emoção.

***

Vários dos Anciões que vieram lhes falar insistiram em algo de essencial, que é o ‘Coração/Vibração’ e não o coração/bomba.

O Coração/Vibração é uma percepção Vibratória, como seu nome o indica.

Ele é também, e, antes de tudo, uma Consciência.

A Consciência do Si, definida em oposição à consciência do ego.

Eu os remeto para isso à magistral exposição que lhes fez Um Amigo (*).

No que me concerne, eu atraio sua atenção: se o Coração é um desejo (tal como vocês o nomeiam), se o Coração é uma vontade, ele já não é mais o Coração, porque o Coração não é nem desejo, nem vontade, nem emoção.

O Coração é um ‘estado’, além da bomba cardíaca, um estado que eu qualificaria ao mesmo tempo de móvel e de imóvel, mas, sobretudo, que é totalmente desprendido da noção de ‘ação e de reação’.

A problemática, e geralmente ao nível do que foi chamado o chakra do Coração: as próprias tradições subdividiram esse Coração em dois aspectos, chamados o mental discursivo ou mental inferior e o mental superior, que eu chamei, em minha vida, de Supramental.

Tudo opõe o Coração mental e o Coração Supramental.

O coração mental é sujeito, como a bomba cardíaca, ao ‘princípio de ação e de reação’: eu ajo e eu adoto um comportamento em reação a um aprendizado vivido.

Eu adoto tal conduta social em função de um aprendizado que eu recebi.

O comportamento é, portanto, oriundo do mental inferior.

O mental superior está, ele, num total outro registro, nada mais tendo a ver com a ação/reação, dado que o próprio ‘princípio de revelação do Supramental’ situa-se nos ‘princípios da Unidade da Luz’ revelada, desvendada, manifestando-se pela Vibração e pela Consciência, profundamente diferente do que aquela que existe no ‘corpo de desejo’.

***

SEGUNDA PARTE:

http://anjodeluz.ning.com/profiles/blogs/sri-aurobindo-2a-parte-22-de

Mensagem do Bem Amado SRI AUROBINDO no site francês:

http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=815

22 de outubro de 2010

(Publicado em 26 de outubro de 2010)

***

Versão do francês: Célia G. http://leiturasdaluz.blogspot.com

Postado por Célia G.

***

Layout para:

http://anjodeluz.ning.com/

por: Irecê

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Co-criando A NOVA TERRA

«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»

A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.

Oração ao Criador

“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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