
Lições de Amor
Bárbara:
Numa manhã de verão quando ainda estava escuro, Joan (não é seu nome verdadeiro), que estava morando na casa onde nós estávamos, entrou em nosso quarto e disse, “Eu me sinto constrangida acordando você, mas eu preciso de você. Minha filha Mary (não é seu nome verdadeiro) acabou de ligar e está histérica. Ela acabou de ser estuprada. Você iria comigo até o apartamento dela? Ela está lá agora.”
Soube, imediatamente eu devia ir, e enquanto me vestia rapidamente, comecei a conversar com o Espírito Santo sem parar, “Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil...” Antes de irmos até a Mary, demos as mãos e oramos para que o Espírito Santo nos usasse de modo que desejasse.
Quando chegamos, Mary abriu a porta, olhando confusa e cheia de lágrimas. Demos as mãos as três e pedimos ao Espírito Santo para estar conosco e nos ensinar qualquer que fosse a lição no amor que cada uma de nós deveria aprender. Então nos sentamos em silêncio por alguns minutos.
Mary começou a nos contar o que aconteceu. Ela tinha trabalhado até tarde e quando ela parou seu carro na rua em frente ao seu apartamento, um homem se aproximou e fez sinais de que precisava de indicações para uma certa rua. Quando ela baixou a janela, ele imediatamente destrancou a porta, abriu, empurrou para o lado e se enfiou no carro.
Mary era uma estudante de UCEM, que estava familiarizada com o conceito de que o bem pode ser percebido em todas as situações. Ela se sentiu guiada a ser minimamente defensiva, e dar o melhor de si para reconhecer que esta era mesmo uma oportunidade para transformar o que estava acontecendo; ver através dos olhos de Cristo.
Ela disse somente uma coisa para ele... “Deus te ama,” e ficou em silêncio e sem resistência depois disso. Logo depois, para sua surpresa, ele tranqüilamente lhe agradeceu e foi embora. Imediatamente ela entrou no apartamento e ligou para a mãe.
Mary não estava realmente machucada em qualquer aspecto, e à medida que conversávamos, concluímos que este homem tinha de fato usado o corpo de Mary por menos de cinco minutos.
Eu perguntei para Mary qual era a sua lição do Livro de Exercícios de UCEM. Ela respondeu, “Existe um outro modo de olhar para isso.” Incrível como a lição se encaixava.
‘Ocorreu-me’ que todas nós poderíamos enviar uma benção para ele, e ela concordou.
“Apenas pense,” fui impelida a dizer, “se Jesus tivesse vindo diretamente para você e dito, ‘Mary, há um irmão que precisa desesperadamente uma experiência de amor incondicional. Eu poderia te usar para dar a ele esta experiência?’ O que você teria respondido? É óbvio que você realmente respondeu sim. Você também fez o homem lembrar verbalmente que Deus o ama. Quem sabe quão abrangedora será a cura dele por causa da sua resposta de amor. A cura pode acontecer não só para este homem, mas em todos ao redor dele.”
Joan e eu sentamos em silêncio enquanto a Mary se lavava e vestia um roupão. Não sentimos nenhuma orientação para ligar para polícia. Na verdade, nós nos sentíamos alegres e cheias de amor relativamente à capacidade do Espírito Santo transformar, o que o mundo chamaria de um crime horrendo, numa lição de amor para todos os envolvidos.
Então, Mary disse que gostaria de ir dormir. Quando nós saímos, nós a abraçamos e a agradecemos por ser uma professora tão poderosa.
Joan e eu ficamos muito quietas no caminho de casa. Nós sentíamos uma liberação tão agradável e tanta gratidão a Jesus por tudo que estávamos aprendendo sobre a verdade do amor na prática.
Quando saímos do carro para entrarmos em casa, Joan disse, “Estou impressionada com tudo que aconteceu. No caminho para Mary eu me sentia a horrorizada ‘mãe da vítima’, e agora esse sentimento está transformado em alegria e paz. Antes, eu nunca poderia imaginar, realmente viver a verdade de que ‘o Amor é O Caminho’ não importa o que aconteça. Obviamente, ou isso funciona o tempo todo em todas as situações, ou não é A Verdade.”
Acho que presumi que aquele era o fim do incidente, mas estava prestes a aprender mais. Robert e eu estávamos participando, há mais de um ano, num grupo de UCEM de sexta-feira à noite. Era comum que aqueles que vinham, compartilhassem as estórias de milagres da prática de viver UCEM na semana anterior. Embora o incidente de Mary fosse mesmo uma estória poderosa, eu tinha decido não compartilhá-la. Tinha a idéia de que poderia ser amedrontador para os novatos que inevitavelmente vinham apenas para ver como era um grupo de UCEM.
Naquela sexta à noite, Joan virou para mim e disse, “Bárbara, conta para eles sobre o estupro da Mary.” Como era de se esperar, havia seis ou sete novatos na reunião num total de cerca de 25 participantes. Mesmo assim, fui compelida a contar a estória. Obviamente, deveria ser compartilhada. Conforme contava a estória vi que 'estupro' era julgamento. O mundo acredita que existem vítimas e vitimizadores; que as pessoas estão onde estão por acaso; que não há um propósito superior nas circunstâncias da vida; que existem outras declarações que fazemos além de "Eu te amo" ou "me ajude".
Eu enfatizei que Joan, Mary e eu juntas tínhamos pedido para sermos guiadas pelo Espírito Santo e todas estávamos dispostas a fazer o que quer que Ele dissesse... chamar a polícia, ir para um hospital ou qualquer outra coisa.
Lembro-me como a sala ficou quieta conforme eu compartilhava o que o Espírito Santo estava dizendo através de mim e estava silenciosamente orando para que todos 'ouvissem'. Alguns dias depois, recebi um telefonema de um pastor um tanto quanto constrangido. Ele me contou que tinha recebido um telefonema de uma senhora que disse que eu estava absolvendo o estupro, e uma vez que ele sabia que isso não poderia ser verdadeiro, estava ligando para esclarecer os fatos. Obviamente, nem todos da reunião da sexta-feira tinham 'ouvido'.
Mais tarde, Mary me ligou e disse que tinha mais para compartilhar comigo. Parece que antes ela tinha sido estuprada duas vezes nos últimos anos, e durante os meses seguintes a cada incidente, tinha sido o centro das atenções de suas amigas, fazendo-as ficar furiosas, deprimidas e histéricas e tendo um monte de pessoas sentindo pena dela. "Desta vez", ela disse, "foi completamente diferente." Ela notou querer contar para suas amigas sobre esta nova experiência "horrível" para que pudesse ser o centro das atenções outra vez, mas tinha estado disposta a ser liberada da tentação. Ela tinha certeza que agora tinha aprendido sua lição de estupro e se sentia verdadeiramente grata pelo papel que todos tinham desempenhado. O papel de vítima para conseguir amor, tinha acabo para Mary.
"Sob o Seu ensinamento, todo relacionamento vem a ser uma lição de amor." T-15.V.4.6
Obrigada, Jesus.
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