A MENTE ALTRUISTA
Valéria Marques de Oliveira
UMA ABORDAGEM BUDISTA TIBETANA DO POTENCIAL DO DESPERTAR DA MENTE HUMANA
No Buda, no Dharma e na Sublime Congregação tomo refúgio até o despertar.
Pelo mérito de minha prática da generosidade e demais perfeição, possa eu realizar o estado de Buda para o bem de todos os seres.
Toda prática do budismo tibetano, incluindo a prática de ouvir ou transmitir um
ensinamento, é sempre precedida da recitação desta fórmula ou de outra que tenha
o mesmo sentido desta e ela é chamada de tomada de refúgio e geração de
Bodhicitta. Recitá-la significa que estamos depositando nossa confiança tanto no
Buda, como em seus ensinamentos, quanto na comunidade que os pratica, ou seja,
naquilo que o budismo considera como sendo as 03 jóias que nos guiarão no
caminho trilhado por Buda.
Vocês poderão verificar no decorrer deste artigo que esta fórmula contém a
essência do que o Budismo denomina de Bodhicitta e, na realidade, ao recitá-la
já estamos desenvolvendo a aspiração pelo despertar deste potencial latente no
ser humano.
Mas, antes de entrar na explicação propriamente dita do que seja este potencial
e como despertá-lo, vamos dar uma breve explicação sobre o que o budismo entende
como sendo mente. Para ele, a mente compreende a totalidade do ser humano. Ela
envolve tanto o seu aspecto forma (emoções, físico, intelecto) como o seu
aspecto transcendente, ou seja, o espírito.
Na visão budista a mente é constituída de 03 aspectos:
1. Sua essência - vacuidade - significando que ela é sem substância, imaterial, não
tem cor, forma, volume, tamanho. É o próprio
espaço.
2. Sua natureza - claridade ou luminosidade. Ela é como o espaço de uma sala
iluminada. Possui a faculdade de estar cônscia, atenta, alerta e de produzir a
manifestação, de conhecer os objetos.
3. Seu modo de funcionamento - é a inteligência sem obstrução. É a faculdade de
reconhecer as coisas tal como elas são, sem confusão. É a faculdade que
identifica, avalia e compreende.
Foi pela descrição de inúmeros seres que despertaram estes 03 aspectos, de forma
conjunta e harmônica, que o budismo concluiu ser a mente humana essencialmente
vasta, iluminada, capaz de expandir a ponto de abraçar e de se fundir no
Universo. Para eles a mente é genuinamente compassiva e altruísta. E, é o não
reconhecimento desta sua natureza, destas faculdades inerentes a si mesma, que a
mente cria o seu próprio sofrimento.
Todo o sofrimento humano, na visão budista, é gerado por esta ignorância, ou
seja, o não reconhecimento, pela mente, de sua natureza genuína. Sentir um
profundo interesse pelo bem estar de todos os seres é um sentimento natural da
mente, mas como ela não reconhece este fato, cria um movimento contrário a este
e, com isto, gera mais problemas para si mesma, mais do que pode
imaginar.
Existem 02 grandes obstáculos que impede o despertar desta mente pura. Estes obstáculos são:
1. Tchezin auto apreciação, o falso sentido de sermos o centro do universo e de que tudo gira em nossa volta.
No livro A Voz do Silêncio, escrito por H. P. Blavatsky são encontrados os
ensinamentos necessários para o aspirante que busca o despertar desta mente
genuína, que é altruísta, espontânea, flexível e compassiva. Este livro aponta o
caminho a ser percorrido por aquele que busca se tornar um Bodhisattva.
Bodhisattva é o Ser que renunciou ao estado de bem-aventurança, de completa
felicidade ou ao merecido descanso conquistado por si mesmo durante inúmeras
vidas, motivado pela aspiração de somente viver para beneficiar toda a
humanidade, é o ser que renunciou a tudo para trabalhar até que todos os seres
tenham se libertado do samsara.
Neste livro no aforismo 118 é dito que “o autoconvecimento assemelha-se a uma
elevada torre, a qual subiu um louco soberbo. Ali se senta em orgulhosa solidão
e despercebido de todos, menos de si próprio”. Esta é uma bela imagem e define
perfeitamente bem a atitude errônea da mente que busca ser o centro de tudo, a
total loucura que é para o ser humano viver neste estado de
egocentrismo.
Esta atitude completamente equivocada de se colocar no centro de tudo, leva a
mente a uma autolimitação, ela limita a sua auto-expressão a um minúsculo espaço
e aí se isola, gerando, por isto mesmo, um grande sofrimento para si própria.
Isto porque ela é exatamente o contrário disto, ou seja, é desprovida de centro,
é ilimitada, espaçosa, ampla e, vive nos níveis mais sutis, em completa união
com tudo e todos e, nestes níveis ela não conhece o que seja o
isolamento.
2. Dakzi é o 2º obstáculo. É definido como sendo “a ilusão de um eu”, ou seja, a ilusão de que as coisas são separadas, existentes
por si só, materiais e independentes. Neste caso, como no anterior, o oposto é
que é verdadeiro, ou seja, não existe um “eu”, o que existe é somente uma mente,
que é universal, sem substancia e vazia, no sentido de ser plena, de existir em
completa integração com tudo, num estado de total
interdependência.
Todas as práticas budistas visam a renúncia deste “eu” isolado, deste falso
sentido de existirmos como gotas separadas do oceano e com a perspectiva
completamente equivocada de que este oceano vive em função de
nós.
A mente ao perceber que existe a possibilidade de libertar a si mesma e os
outros das limitações causadas por esta percepção distorcida de si mesma, busca,
então, transformar todas as condições adversas ao despertar da sua verdadeira
natureza, procurando ir além destas condições e, neste ponto, ela desenvolve a
aspiração por este despertar.
Esta aspiração é denominada pelo budismo tibetano de Bodhicitta. A Bodhicitta é
tanto a mente altruísta, que existe como uma semente dentro da natureza humana,
como é também a aspiração que prepara o solo para que esta semente venha a
germinar e florescer.
Bodhicitta é a pedra filosofal dos alquimistas que transforma os nossos gestos,
palavras e pensamentos egoístas e autocentrados, em gestos, palavras e
pensamentos altruístas, completamente voltados na direção de auxiliar a
humanidade, no sentido de efetivamente levar a humanidade a se libertar de seus
próprios sofrimentos.
Mas, apenas a aspiração de se libertar para beneficiar todos os seres existentes
não é suficiente para que esta semente germine, é necessário além disto, o
engajamento nos métodos que conduzirão a este completo despertar. Então, não
basta aspirar é necessário partir para a
ação.
A mente precisa ser treinada até o ponto de eliminar o que está distorcido em si
mesma, reunindo com isto as condições favoráveis para que aconteça em si mesma
uma verdadeira transmutação alquímica. É dito que um Buda não atinge o estado de
iluminação como num passe de mágica, ao contrário, ele prepara durante vidas as
condições que serão, um dia, totalmente favoráveis para este despertar. Ele cria
através de suas ações condições para que uma completa regeneração aconteça em
sua mente.
Desta forma, Buda quando se iluminou já havia realizado este treinamento, já
vinha se tornando a personificação da própria compaixão em outras vidas,
tornando mais fácil para ele se iluminar naquela vida em que ele foi Sidarta
Gautama.
A Bodhicitta se divide em 02 níveis que são Bodhicitta relativa ou convencional e Bodhicitta última, das quais trataremos agora.
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NA LUA NOVA.
«Que os Santos Seres, cujos discípulos aspiramos ser, nos mostrem a luz que
buscamos e nos dêem a poderosa ajuda
de sua Compaixão e Sabedoria. Existe
um AMOR que transcende a toda compreensão e que mora nos corações
daqueles que vivem no Eterno. Há um
Poder que remove todas as coisas. É Ele que vive e se move em quem o Eu é Uno.
Que esse AMOR esteja conosco e que esse
PODER nos eleve até chegar onde o
Iniciador Único é invocado, até ver o Fulgor de Sua Estrela.
Que o AMOR e a bênção dos Santos Seres
se difunda nos mundos.
PAZ e AMOR a todos os Seres»
A lente que olha para um mundo material vê uma realidade, enquanto a lente que olha através do coração vê uma cena totalmente diferente, ainda que elas estejam olhando para o mesmo mundo. A lente que vocês escolherem determinará como experienciarão a sua realidade.
Oração ao Criador
“Amado Criador, eu invoco a sua sagrada e divina luz para fluir em meu ser e através de todo o meu ser agora. Permita-me aceitar uma vibração mais elevada de sua energia, do que eu experienciei anteriormente; envolva-me com as suas verdadeiras qualidades do amor incondicional, da aceitação e do equilíbrio. Permita-me amar a minha alma e a mim mesmo incondicionalmente, aceitando a verdade que existe em meu interior e ao meu redor. Auxilie-me a alcançar a minha iluminação espiritual a partir de um espaço de paz e de equilíbrio, em todos os momentos, promovendo a clareza em meu coração, mente e realidade.
Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”
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