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Foto: Jazz no Centro de Santos

DOMINANDO O VÍCIO - A SOLUÇÃO ESPIRITUAL

1 - O BUSCADOR MAL-ORIENTADO

Acredito que o vício e suas consequências representem os mais sérios problemas de saúde hoje enfrentados pela sociedade. A doença cardiovascular, os problemas respiratórios como o enfisema, muitas formas de câncer e a AIDS são apenas algumas das enfermidades que têm origem, direta ou indiretamente, no vício.

Por conseguinte, este pequeno livro é uma tentativa de abordar um problema extremamente amplo e complexo em um espaço bastante limitado. À primeira vista, essa poderá parecer uma tarefa extremamente difícil. Pode até parecer presunçoso tentar lidar com a imensa complexidade do vício em pouco mais de cem páginas.

Acredito, no entanto, que um pequeno livro como este pode representar um grande benefício para milhões de pessoas que se esforçam para enfrentar os comportamentos de vício em sua vida, bem como para outros milhões de familiares ou entes queridos que tentam ajudá-las a encontrar uma solução para esses problemas.

Com efeito, mesmo quando reconheço a vasta amplitude das dificuldades da nossa sociedade com relação ao vício, sinto-me bastante otimista e animado ao começar a escrever este livro. A razão é bastante simples: apesar de estarmos discutindo nestas páginas uma verdadeira dor física e emocional, este será essencialmente um livro a respeito da saúde e da alegria, do prazer e da abundância, do amor e da esperança.

Acredito, até certo ponto, que a orientação positiva que estarei sugerindo é pouco convencional. Grande parte do nosso esforço de abordar o vício está impregnado de raiva, conflito e desespero. Algumas vezes isso é articulado bem explicitamente, em frases como "a guerra contra as drogas", ou em "histórias de conflito" sobre carreiras arruinadas e vidas despedaçadas pelos comportamentos de vício.

Em outras ocasiões, a orientação negativa se expressa menos diretamente, como pode ser visto na decoração fria de muitos centros de tratamento nos quais os pacientes lidam com seus problemas sentados em um círculo de cadeiras de plástico em uma sala com chão de linóleo e iluminada com luz fluorescente.

Medo do passado, medo do futuro, medo de usar o momento presente para vivenciar uma verdadeira alegria tantos medos assombram as maneiras pelas quais mergulhamos nos comportamentos de vício. O medo também faz parte de muitos programas de tratamento do vício. No entanto, na minha opinião, no caso da maioria das pessoas, uma abordagem baseada no medo não pode ser bem-sucedida durante um longo período de tempo. Por conseguinte, pretendo propor aqui uma visão bastante diferente do vício, do que ele representa e das pessoas que a ele sucumbem.

Vejo o viciado como um buscador mal orientado. O viciado é uma pessoa em busca do prazer, talvez até mesmo de uma espécie de experiência transcendente - e, quero enfatizar, que esse tipo de busca é extremamente positiva. O viciado procura nos lugares errados, mas ele está em busca de algo extremamente importante, e não podemos nos dar ao luxo de desconsiderar o significado dessa busca.

Inicialmente, pelo menos, o viciado espera experimentar uma coisa maravilhosa, algo que transcenda uma realidade cotidiana insatisfatória ou até mesmo intolerável. Não há por que sentir vergonha desse impulso. Pelo contrário, ele fornece a base para a verdadeira esperança e autêntica transformação.

Sinto-me tentado a avançar ainda mais nesta caracterização do viciado como um buscador. No meu ponto de vista, a pessoa que nunca sentiu a atração do comportamento de vício é alguém que não deu o primeiro passo inseguro em direção à descoberta do verdadeiro significado do Espírito. Talvez não devamos nos orgulhar do vício, mas ele representa a aspiração em direção a um nível mais elevado de experiência. E embora essa aspiração não possa fundamentalmente ser alcançada através de substâncias químicas ou comportamentos compulsivos, a tentativa em si sugere a presença de uma natureza genuinamente espiritual.

O Ayurveda, a tradicional ciência da saúde, ensina que existe dentro de cada um de nós uma memória da perfeição. Ela está gravada em cada uma de nossas células. Essa memória não pode ser apagada, mas pode ser coberta por todo tipo de toxinas e impurezas. Nossa verdadeira tarefa ao lidar com o vício não repousa tanto em salientar os efeitos destrutivos dos comportamentos de vício e sim em redespertar a consciência da perfeição que sempre reside dentro de nós.

Quando menino, li Paradise Lost, e ele é sem dúvida um dos maiores poemas da língua inglesa. Mas aprendi que nosso paraíso interior nunca pode ser realmente perdido. Podemos perdê-lo de vista, mas ele está sempre ao nosso alcance.

Sempre achei que a música é a forma de arte que melhor pode nos colocar em contato com essa perfeição interior. Embora possa sem dúvida ser apreciada intelectualmente e, até mesmo, como uma espécie de matemática, a música também nos absorve em um nível que é de certo modo mais profundo do que nossos processos conscientes de pensamento. Podemos experimentar esse estado ouvindo música e, talvez, de uma maneira mais completa, tocando-a.

Sempre que vou a um concerto ou a um recital, fico impressionado com o óbvio efeito da música sobre os músicos. Eles vivenciam uma espécie de êxtase. Os músicos que realmente se envolvem em uma representação entram em uma diferente realidade, e exibem uma experiência nem um pouco autoconsciente de prazer e alegria. É fascinante e inspirador observar essa experiência, e ela são certamente uma aspiração meritória para sua vida.

Com relação a isso, lembro-me de ter lido um relato da vida de Charlie Parker, o músico extremamente talentoso que dominou o mundo do jazz na cidade de Nova York na década de 1940 e no início da de 1950. Em seus melhores momentos, suas improvisações no saxofone não eram apenas surpreendentemente rápidas e imaginativas; elas encerravam uma lógica e unidade coerentes.

Os músicos mais jovens que idolatravam Parker estavam dispostos a fazer qualquer coisa para tocar da maneira como ele tocava, mas a habilidade musical dele parecia quase sobre-humana. Qual era o segredo de ser capaz de tocar daquela maneira, de penetrar no espaço privilegiado que ele tão claramente habitava quando tocava?

A verdade é que além de um grande músico Charlie Parker também era viciado em heroína. Embora seus melhores solos tivessem lugar quando ele não estava usando drogas, passou a ser moda em toda uma geração de músicos de jazz usar heroína, e eles faziam isso porque estavam tentando imitar seu ídolo. A aspiração era compreensível e até mesmo admirável: eles queriam participar do tipo de experiência transcendente pela qual viram outra pessoa passar.

Mas os resultados foram desastrosos para muitas pessoas talentosas. A heroína demonstrou ser, para essas pessoas, uma resposta inadequada, destrutiva e falsa para o propósito fundamental da vida delas, que era se tornarem grandes músicos. Esperavam encontrar um atalho para o paraíso, mas depararam, em vez disso, com um desvio bastante acentuado em seus propósitos.

Este é um ponto extremamente crucial a respeito do vício, quer ele envolva as drogas, a comida, o álcool, o fumo, o jogo, as novelas de televisão ou qualquer uma das milhares de tentações que se apresentam diariamente em nossa vida. O vício começa quando procuramos a coisa certa no lugar errado.

Como deixa claro o psicólogo junguiano Robert Johnson em seu brilhante livro Ecstasy, o vício nada mais é do que um substituto gravemente degradante para a verdadeira experiência da alegria.

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