O Verbo lúcido e poderoso de Jesus acabara de compor a Carta Magna da Humanidade, ao anunciar
o sermão do monte no poema das Bem aventuranças.
Jamais se ouvira um código de leis mais preciso e oportuno. Nunca mais se ouviria nada que se
equiparasse em beleza, profundidade e equilíbrio.
A música do verbo divino permanecia na acústica das almas que haviam participado da assembléia
excepcional.
Tudo acontecera de surpresa, em razão da massa que afluíra àqueles sítios fronteiriços ao mar.
Podia-se sentir que o poema estava escrito nas páginas serenas da Natureza e o Cantor aguardava
apenas o momento de entoar aos ouvidos humanos, que o registrariam na memória de todos,
no futuro.
A maioria dos assistentes, porém, enganada pelo mundo, esperava um legislador para Israel, que
esgrimisse as armas da belicosidade e da dominação, exaltando as ambições da raça e protagonizando
a materialização do comandante chefe para desencadear a revolução sanguinária.
O país esperava e queria um condutor apaixonado, capaz de estimular o ódio e fazer que se
empunhassem os instrumentos de destruição, semeando a morte e erguendo, sobre os cadáveres
amontoados e as cidades em ruínas, o trono e a glória do poder temporal.
Os dias difíceis do novo cativeiro que o Império Romano impunha, deveriam ceder lugar às honras
da liberdade política para o povo eleito, que pretendia a outros povos subjugar, impondo-se de
forma arbitrária e criminosa.
Anelava-se à época por um conquistador que se utilizasse da antiga Lei para espezinhar os
adversários e projetar os escolhidos no rumo das estrelas e das glorificações transitórias.
Aquela porém era uma Carta de Alforria, lavrada em decretos de amor e de Paz.
A suavidade dos seus artigos e parágrafos confundia-se com a energia e a grandeza do conteúdo.
Ninguém jamais atrevera-se a legislar com benignidade e doçura, louvando os sofredores, os
deserdados, os pobres, os oprimidos e famintos.
Estes herdariam a terra, o céu, a plenitude, se vencessem a si mesmos.
Os conquistadores incitavam às vitórias, à destruição dos demais e à luta exterior.
Os outros eram conclamados à supremacia do homem bom sobre o belicoso e do dominador
de si mesmo sobre os seus inimigos mais íntimos.
Para ELE os adversários reais e mais perigosos viviam no imo de cada criatura e se fazia
indispensável conquistá-los, transformando-os, as más tendências que eram, em servidores
do bem.
Sem dúvida, a mensagem era revolucionária, de uma forma especial então desconhecida.
E por isso mesmo, significava o divisor de águas, separando as épocas do processo histórico
para as criaturas.
Aqueles que ouviram as regras do bem viver, alterando o conteúdo de seus pensamentos, saíram
da montanha na condição de testemunhas do mundo novo, guardando sentimentos variados.
Havia decepção nos orgulhosos e desencanto nos ricos de paixões mesquinhas.
Predominava a revolta nas mentes que pretendiam dominar os outros.
Esperavam um líder que assumisse responsabilidades.
Em razão de Jesus representar o ideal dos sofredores e atrair multidões, seria o condutor ideal
para a guerra, a fim de tornar reais as profecias aguardadas, por cujo cumprimento se ansiava
com carinho quase desesperador.
Sem embargos ELE se apresentava pacífico e pacificador.
Mais ovelha do que lobo devorador.
A Sua transparência moral revelava-LHE a alma pura.
O Seu discurso propunha que o cordeiro e o leão bebessem da mesma fonte, confraternizando-se
à luz do dia e se ajudassem mutuamente...
Na Sua voz, felizes são os que sofrem com resignação, submissos às Leis da Vida e não aqueles
que se locupletam na miséria geral.
Exigir-se muito e desculpar as imperfeições alheias constituíam fundamentos novos para a
construção da paz pessoal e depois a geral.
Para ELE o pior escravo é aquele que se enclausura nas paixões, nos vícios de que depende em
cárcere escuro. O homem que pensa e ama e sonha livremente, nunca sofre escravidão, mesmo
quando lhe cerceiam os movimentos e lhe diminuem os direitos.
Outros porem, os padecentes, os sofredores, os tímidos e amargurados, tiveram lenidas todas as
suas dores. Abriam-se as sombras da ignorância e brilhavam as claridades do conhecimento,
demonstrando a idade do ser espiritual, vivendo num corpo, para reparar os erros, recuperar os
valores malbaratados, crescer no rumo do bem.
Os pensamentos projetavam luz nos comportamentos humanos, abençoando o sofrimento e
lamentando os fomentadores de misérias, do infortúnio e do desespero...
A fome de verdade, a sede de justiça, a carência de amor, a necessidade de paz, sempre foram
as marcas do processo de evolução, presentes no cerne da alma dos homens através dos tempos.
Ali, sobre o Cafarnaun, refletindo a majestade do céu transparente, iniciava-se a Era da verdadeira
Libertação.
O Líder era poeta. Seu verso era musical e Sua palavra modulava a canção da vida eterna.
Com Ele não havia morte, sempre vida em triunfo.
A Sua era a batalha sem trégua para a conquista da glória sem fim.
Não padecem os homens somente a fome de verdade, mas também a de pão e de dignidade;
não apenas a sede de justiça, mas de água potável, fraternidade, apoio; não tanto a carência de
amor, mas também de amizade e de compreensão; não só necessidade de paz política, mas aquela
paz que irradia dos sentimentos elevados, fruto de uma consciência tranquila, que resulta de um
comportamento ordeiro e digno.
Estes são os herdeiros da terra do coração, no país da Sua imortalidade.
Impressa nas páginas sublimes do tempo passado, presente, futuro, a Constituição Ideal
permanece como legítimo código de liberdade, de direitos, de deveres e de paz sob a inspiração
permanente do amor, que é a linha mestra desta Carta de Alforria para a Humanidade.
Ela bastaria para nortear cada homem e todos os homens; cada povo e todos os povos.
A simplicidade de seu conteúdo, abordando os elementos essenciais para a vida, constitui o
máximo para o respeito às criaturas, ao que lhe compete realizar e receber.
Legislação de amor e justiça, é o código de honra baseado nas Leis naturais da Criação.
A pessoa humana se engrandece e exalta-se, assumindo a real posição de filha de Deus.
As bem aventuranças permanecem desafiadoras, aguardando serem meditadas para que, vividas,
possam conduzir da terra o homem lutador e sofrido, na direção do reino dos céus, que ja tem
início aqui e agora, no mundo transitório por onde passeia.
Bibliografia:
Pelos Caminhos de Jesus
Divaldo Pereira Franco
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Amigo (a) querido(a)
Que esses dias que antecedem o Natal, data que se comemora o nascimento de Jesus,
sejam para todos nós reflexivos e buscadores de renovação tão proclamada por todos.
É o momento de sentir Jesus em nosso íntimo e vivermos a graça de tê-lo sempre conosco.
beijo carinhoso da SOL
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