Procura-se um Aviador

[Ivan A Ditscheiner]

 

 

Procura-se um Aviador Procura-se um aviador. Nem jovem nem velho, apenas antigo. Que tenha sensibilidade para lidar comigo e compreenda minhas manias, pois já estive à beira do desaparecimento e fui ressuscitado – ou restaurado – como dizem por aí... Cada novo pedaço de tela, cada nervura, representa cicatrizes dos lanhos de uma vida de voos e pousos, mais rangidos, estalidos e tendências deste meu corpo – ou fuselagem... Meu piloto poderá falar quando quiser, mas, sobretudo, terá que saber escutar, ouvir e entender os sons que sou capaz de emitir: como o assobio do vento relativo nos meus montantes e estais; o ronco do meu fiel motor que, às vezes, espouca e tosse, com um bafo de fumaça azulada. Procura-se um humano que compreenda meus códigos, que talvez sejam mensagens diluídas pelo tempo e remanescentes de aviadores antigos que me conduziram, ou a outros iguais a mim. Procura-se um aviador que não se importe com meu cheiro de dope, graxa e gasolina, também não se melindre quando eu o respingar de óleo. Deverá ainda saber usar a bússola e ler uma carta seccional, reconhecendo referências no terreno, compensando o vento e mantendo a rota, sem precisar de mostradores elétricos. Este piloto decerto apreciará as pistas de grama e cascalho. O aviador que procuro deverá saber extasiar-se com minhas antiquadas chandelles, turneaux  e loopings, apenas alegres e espontâneos bailados, sem pretensão a aplausos ou troféus.                    Procura-se um aviador que tenha prazer de voar a qualquer hora, mas preferindo decolar ao nascer do sol, ou conduzir-me nas luzes mágicas do sol poente. Meu piloto será um saudosista por certo, sobrevivente do tempo em que um avião era um avião, e não um foguete com asas, recheado de automatismos. Este piloto será tido como esquisito, pois será reservado e escondido, numa surrada jaqueta manchada de óleo. Será encontrado, junto com poucos iguais a ele, numa boa conversa de hangar. O aviador que vier por este anúncio será aquele que procure poesia na aviação. Procura-se este aviador raro, que tenha carinho por mim, a despeito de minha idade, e que, principalmente, não permita que lhe arranquem o romantismo. Interessados dirigirem-se ao Hangar da Saudade, no Campo dos Sonhos, procurar pelo velho, porém majestoso, North American Texan T-6.                                     (autor desconhecido)

 

 

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[Rosalina Candida Carvalho]

Simplesmente Lindo!!!

[Cleide dos Santos]

Belo poema.

Abraços de Luz.

[SILVIA DA SILVA HAIS]

Ótimo!!!!!!!!!!

[Fabiola M N Pereira]

((( L!!!NDO D+++)))

[dulcinea manara]

Lindo, saudosista.Tenho um filho apaixonado por aviões desde que nasceu, mas não conseguiu entrar para a aeronáutica. Mas tenho certeza de que ele se encaixa perfeitamente nesta mensagem linda. Obrigada.

[Rosana Barbirato Pinto Veiga]

Texto que nos leva a reflexão de que devemos ter tempo para apreciar boas conversas com tempo para falar e escutar o seu próximo, tão raro nos dias atuais , onde as pessoas correm pra lá e pra cá e não chegam a lugar nenhum,  pois estão andando em circulo. Adorei o texto. Até Mais. Rosana Veiga

[Iris Inês Carbonara]

 

Lembra-me Fernão Capelo Gaivota

Que tempos mais ao menos  longe. Em uma tarde de domingo olhando o planador , todo branco que bailava no ar , eu ai encantada com a flutuação do pássaro  branco.

Quando recebi  pela primeira vez o livro Fernão.

Li , reli e sempre uma novidade , uma mensagem.

Até que um dia eu o esqueci numa gaveta , quando o encontro novamente, já com as paginas amareladas, minha alegria foi imensa , Li , reli novas descobertas . Estava tão bem guardado e de quando em quando retornava mais lindo,

Tinha que passar adiante tamanha beleza.

Ao passear pela praia brincava com meus netos de correr entre as gaivotas e surprende-las nos vôos , na pesca do peixe , do bando quando os pescadores chegavam, as que preferiam irem pescar sem esperar pelos pescadores, com seus vôos rasantes , seus mergulhos rápidos seus vôos até os penhascos ou colinas, muitas vezes se afastando do bando para uma nova aprendizagem  .

Antigo, mas vivo e jovem , na prateleira ou na gaveta está Fernão C. Gaivota, abra , leia.

Lembrei-me do livro , pois ele tem sido editado a muito tempo de paginas amareladas pelo tempo e tão presente 

Presente de um aviador que em pleno deserto soube repassar seu conhecimento em um pequeno livro, ainda me lembro de capa azul, da gaivota em vôo, presente este para ser passado a todos ,Presente vivo

Presente do céu.

Iris I. Carbonara

[victoria dora]

QUE LINDO!!!!!
É DESSAS MNSG QUE PRECISAMOS!!!!

[Eni da Silveira]

Nossa  que coisa linda... obrigaduuuuuuu

[Ivete Maria Daniel Olivo]

Nossa, que lindo! Muito raro, tanto um, quanto o outro. Mas com certeza se encontrarão. Que a Luz Divina os guie e que Deus te abençoe. Obrigada pela mensagem.