COLUNA AFRODITE QUEM QUISER
Exortações, vocações, profundezas, promessas, loucuras, cânticos e conquistas. Vários séculos se passaram, mas a arte de se perfumar sempre foi sinônimo de riqueza, cultura e civilização, porém as mulheres sempre foram as grandes associadas às matérias aromáticas manipuladas pelos mais antigos perfumistas. Tanto é assim que os perfumistas romanos, árabes, judeus, franceses e egípcios não só compunham perfumes, como também experimentavam outras concepções como: os incensos, banhos, ungüentos, bálsamos e cosméticos que propiciaram prazeres e requintes entre as grandes mulheres da história.
Se você é uma daquelas mulheres que já acordou desejando ser uma Cleópatra ou Rainha de Sabá, parabéns! Você deve ser lindamente perfumada e muito feliz, pois essas mulheres resolveram assumir um mundo todo especial de aromas dos mais exóticos em suas vidas. A mais curiosa delas era Cleópatra que realizava rituais perfumados para intensificar seu poder de atração. Essa rainha sedutora conseguia copiar estatísticas florestais de sultões e até de soldados. A danada pulava muralhas, desmantelava donzelos que em nada conseguiam escapar dela. Sua fantasia era de possuir aromas de luxo com a autoridade máxima de ser uma mulher recoberta de pedras preciosas, ouro, sedas, etc... É, a entretida Cleópatra já sabia naquela época o impacto que um bom aroma podia causar nos rapazes.
Hoje mais entretidas pela mídia, meninas e meninos, mais do que nunca, têm essa possibilidade de abrir um vidrinho especial, levantar a cabeça e ir em frente. Só é preciso aprender a acertar na escolha dos aromas que mais combinam com suas posteridades e fendas de penhascos. Não pergunte por que paixões acabam por falta de perfume, pois o cheiro de uma mulher sempre será a sua marca mais importante.
Que homem não traz a fantasia de possuir uma mulher aromatizada pelos jardins mais ocultos de Alá? Lembram dos Cânticos de Salomão: “suave é o aroma dos teus ungüentos, como ungüento derramado é o teu nome...” Além de sábio e muito apaixonado pela rainha dos vales, o Rei Salomão sabia da conclusão entre lírios e Líbanos. Viu sua esposa escoar suavemente entre os montes aromáticos e ainda descobriu as faces da romã partida sob o véu. Por isso, acho que as mulheres deveriam permanecer altamente prevenidas e francamente perfumadas para alcançarem as mil peças de prata dos reis da atualidade.
Já os extravagantes, os antigos e célebres Romanos falavam que o luxo, a inteligência e a beleza das mulheres era medida pela arte de se perfumar bem, pois os romanos consideravam irrenunciável uma mulher que soubesse precisamente se preparar para os deuses. Sabe-se que, em época imperial, elas chegavam a usar o perfume em maneira desmedida, cujo abuso se tornou muito comum entre as pernas das damas romanas. Todavia, foram elas, as romanas, que se deve a difusão, em toda a Europa, do uso das substâncias aromáticas essenciais em lugares dos mais secretos. Tão antiga quanto conhecida, a arte de se perfumar uniu-se com a simbologia de purificação, induzindo o relaxamento, a meditação e até favorecendo o contato com o Divino.
O hedonismo de gregos e romanos, que consideravam perfumes e mulheres como a celebração suprema da existência, foi substituída hoje pelas mais famosas marcas internacionais. Um paraíso hipotético para muitas continuarem com a sorte dos pequenos frascos.
Agora eu jamais iria esquecer nossos amigos gregos, pois o primeiro tratado sobre cheiros foi feito por Teofrasto na cidade de Atenas à pedido de Alexandre, o Grande que entregou à ele sementes e mudas de plantas poderosas e algumas até fatais. Nesta obra de Teofrasto, foi tudo detalhado: filtros cerimoniosos, receitas aromáticas, indicação de usos e até abusos astutos das gregas daquela época. Ele já mencionava a importância de proteger os perfumes do sol, mas nunca das mulheres, pois segundo Teofrasto as mulheres conseguem alterar com seu calor o odor dos perfumes. Parecem que as gregas copiavam o sol, dissimulando e exacerbando os sentidos de seus perfumes.
Versace traz de volta a inspiração dos clássicos vestidos gregos em sua coleção
Se falei de egípcios, gregos e romanos, devo falar dos árabes, que deliciosamente saqueavam conspícuas quantidades de especiarias como a Cássia, o Sândalo, a Noz Moscada, a Mirra, o Cravinho etc., Para quê? Que pergunta? Claro que era para as utilizar também na perfumaria e na medicina (na qual foram reconhecidos como verdadeiros mestres).
Conspirações árabes à parte, pois a arte de se perfumar foi forte mesmo no século XVII onde o perfume fez um enorme sucesso entre homens e mulheres. O seu uso aumentou principalmente na França, onde crescia continuamente a variedade de frascos. Era tão ampla a difusão de fragrância que o uso do vidro tornou-se crescentemente popular, particularmente na França com a abertura da fábrica de Baccarat em 1765.
Na Paris de 1738, temos a história nada divertida de Jean-Baptiste e seu tenebroso aperfeiçoamento em fragrâncias femininas. O jovem personagem de The Story of a Murderer, um filme lançado em setembro de 2006, é uma adaptação do famoso livro homônimo do escritor alemão Patrick Süskind, onde ele consegue extrair a pureza, beleza, sensualidade e inocência de um tema forte sobre perfumistas, onde o jovem Jean faz das vítimas suas notas perfeitas, criando um perfume que tinha de todas estas boas características um modo concentrado e particular de atrair até a morte.
Agora anotem: a palavra Perfume vem de Per, que significa “Através” e Fummum: “Fumaça”. O mais antigo cheiro conhecido é o da fumaça que exalava por causa das especiarias, ervas, madeiras e incensos.
Tudo certinho? Não se preocupem com elegâncias ou duzentos frutos, mulheres e homens continuam derramados pelas sentenças de vidros. Mas lembre-se que se perfumar não é pretender dar notícia de que você passou por ali, mas deixar aquela sutil correspondência de cerva do campo vagando junto às tendas de Quedar. Claro que deixando tudo interiormente ornado de flores para que a primavera da vida não seja apenas vaidade entre vocês.
Hoje, engana-se quem pensa que as deusas gregas estão muito longe de nós. Para a nossa surpresa elas podem estar tão próximas, que até refletem alguns comportamentos diários. Você pode ser Afrodite, Hera, Core, Atena...
E fiquem à vontade para comentar, palpitar e fazer perguntas, afinal o espaço também é de vocês.
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@Cristina Guedes, colunista, escritora e taróloga. Começou cedo escrevendo em jornais e revistas. De carreira versátil, ainda jovem tornou-se modelo e apresentadora de tv. Depois, foi redatora publicitária, autora de peças teatrais e entrevistadora em Belo Horizonte, onde viveu a maior parte de sua carreira. Como poeta está em diversas Antologias pelo país, dona de um texto gratificante e cheio de cumplicidade e humor junto ao leitor. Cristina é formada em Jornalismo e tem especialização em Mitologias. Autora do Livro, QUANDO RIEM AS MAÇÃS - que reúne deliciosas crônicas e tiradas engraçadas sobre homens, mulheres, negócios, políticas tropicais e ainda traz a divertida e envolvente história da mineira Ritinha.