OSHO: QUEM É VOCÊ?
A mente é passado, é memória, todas as experiências acumuladas num certo sentido.
Tudo o que você já fez, tudo o que já pensou, tudo o que já desejou, tudo o que já sonhou - tudo, seu passado inteiro, sua memória - mente é memória.
E a menos que se livre da memória, você não conseguirá dominar a mente.
Como se livrar da memória?
Ela está sempre ali, seguindo você.
Na verdade, você é a memória, então como se livrar dela?
Quem é você sem as suas lembranças?
Quando eu pergunto “Quem é você?” você me diz seu nome - isso é uma lembrança.
Seus pais lhe deram um nome um tempo atrás.
Eu pergunto “Quem é você?” e você me fala de sua família, do seu pai, da sua mãe - isso é uma lembrança.
Eu pergunto “Quem é você?” e você me conta o que estudou, seu nível de instrução, que fez mestrado em Artes ou que tem doutorado ou que é engenheiro ou arquiteto.
Isso é uma lembrança.
Quando eu pergunto “Quem é você?” se você de fato olhar para dentro, só terá uma resposta: “Não sei”.
Tudo o que disser será apenas uma lembrança, não você de verdade.
A única resposta verdadeira, autêntica, só pode ser “Não sei” pois conhecer a si próprio é a última coisa que você faz.
Eu posso dizer quem sou, mas não digo.
Você não pode dizer quem é, mas se apressa em dar a resposta.
Aqueles que sabem quem são, guardam silêncio sobre isso.
Pois, se toda a memória for descartada e toda a linguagem for descartada, então quem eu sou não pode ser dito.
Eu posso olhar dentro de você, posso dar a você um gesto, posso ficar com você, com todo o meu ser - essa é a minha resposta.
Mas a resposta não pode ser expressa em palavras, pois tudo que é expresso em palavras faz parte da memória, da mente, não da consciência.
Como se livrar das lembranças?
Observe-as, testemunhe-as.
E lembre-se sempre: “Isso aconteceu comigo, mas isso não sou eu.”
É claro que você nasceu numa determinada família, mas isso não é você, aconteceu com você, é um acontecimento externo a você.
Alguém lhe deu um nome, você o tem usado, mas ele não é você.
É claro que você tem uma forma, mas a forma não é você, ela é só a casa
em que por acaso você está.
A forma é só o corpo em que por acaso você está.
E o corpo lhe foi dado por seus pais - é uma dádiva, mas não é você.
Observe e tenha discernimento.
Isso é o que no Oriente chamam de viver discernimento - você usa o tempo todo a sua capacidade de discernir.
Continue fazendo isso - chegará um momento em que você terá eliminado tudo o que não é você.
De repente, nesse estado, você se olha pela primeira vez e encontra seu próprio ser.
Continue jogando fora todas as identidades que não são você - a família, o corpo, a mente.
Nesse vazio, quando tiver jogado fora tudo o que não for você, de repente seu ser vem à tona.
Pela primeira vez você encontra si mesmo, e esse encontro passa a ser o domínio.
(Livro: "Consciência - A Chave para Viver em Equilíbrio"- Osho )
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É VOCÊ MESMO?
Osho
Você
consegue distinguir em si mesmo quais são as vozes (sim – plural – porque é, de fato, uma legião) dos seus condicionamentos e qual é a sua verdadeira voz?
Com toda essa poluição sonora e visual na sua cabeça (e fora dela, porque não?), como encontrar a si mesmo?
A melhor maneira é sendo você mesmo.
Mas como ser você mesmo?
Observando
as vozes que falam na sua mente, toda vez que você precisa fazer uma escolha, tomar uma decisão, independente de qual for.
É você mesmo falando?
Ou seria a voz do seu pai?
Sua mãe?
O professor da catequese???
A
partir do momento em que você passa a identificar quem está realmente falando (tomando as decisões, norteando seus pensamentos em uma determinada direção), você deixa de ser escravo desse condicionamento.
Quando
conseguir identificar – e consequentemente se libertar – de todas essas vozes, só aí você encontrará a voz do seu ser autêntico.
Só aí você poderá ser realmente você mesmo.
Não estranhe se você começar a parecer “excêntrico” ou estranho aos olhos dos outros…
Normalmente escutamos por aí (ou até mesmo dizemos isso) com relativa frequência, “eu sou eu mesma (o)” ou “eu sou autêntica (o)”.
Será?
Será que você já teve verdadeiramente a oportunidade de ser você mesmo alguma vez na sua vida?
De fazer o que queria mesmo com todos a sua volta querendo o contrário ou algo diferente para você?
Ou será que nós acabamos por aceitar o que os outros querem, muitas vezes porque sequer conseguimos identificar em nós mesmos o que – em nossa essência, livre da domesticação – queremos?
Um dos aspectos que mais gosto nos dizeres do Osho é que ele trata a questão do “errar” com naturalidade.
A única forma de realmente se aprender alguma coisa é pela tentativa-erro-acerto.
Primeiro você tenta, se errar aprende a acertar.
Se acertar logo de cara, ótimo.
Só existe problema se você ficar insistindo em cometer o mesmo erro.
É aquela história do “você pode perder tudo, mas não perca a lição“.
Se perdeu a lição, aí sim você realmente perdeu tudo.
Nada, absolutamente nada, acontece por acaso.
E nisso inclui-se os “abacaxis” da sua vida.
O importante é saber que você tem o direito de errar, quantas vezes precisar (não é tudo que aprendemos logo na primeira tentativa!).
Uma pessoa só deixa de ser boa quando pára de se tornar melhor.
E você se torna melhor ao se arriscar a tentar.
Mesmo que não dê em nada.
Mesmo que piore.
A noite é mais escura um pouco antes do amanhecer, lembra?
É mais preocupante ter uma vida sem muitos altos e baixos do que ter uma vida com muitos altos e baixos.
Por que se você tem uma vida muito “regular”, “neutra”, isso quer dizer que você não está vivendo muito.
(não confundir a “regularidade” mencionada aqui com “equilíbrio”, nem os altos e baixos com “extremos” – eles dizem respeito somente às tentativas de aprendizagem)
Você não está utilizando todo o seu potencial, não está indo corajosamente em direção ao desconhecido.
A vida é mistério.
Se a sua está carente de mistério, algo precisa ser mudado!
Não morra antes de conhecer o seu ser autêntico!!!
Osho
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http://stelalecocq.blogspot.com/2010/05/osho-e-voce-mesmo.html
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