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MISTÉRIOS E MAGIAS DO TIBETE

DOIS

A Vida Entre Os Lamas

Estava ocupada em arrumar meus pertences num grande alforje, como é costume no Tibete e a dobrar o meu colchão de borracha forrado de lã, pois no mosteiro não há camas nem cadeiras (os lamas sentam-se sobre almofadas e dormem no chão sobre o próprio hábito), quando ouvi soar um gongo.

Olhei através da grande janela e vi os lamas reunidos no pátio. Uma música estranha chegou aos meus ouvidos. A orquestra era reduzida, Era formada de 2 "gyalings" (espécie de oboés), duas "ragdongs" (enormes trombetas de metal típicas do Tibete, de três ou quatro metros de comprimento) e dois tambores.

- Que reunião será esta? - indaguei a mim mesma.

Um instante depois bateram na porta da cela onde eu estava hospedada. Era a esposa de Vessantára. Com o rosto moreno afogueado e os grandes olhos escuros muito brilhantes, ela falou:

- Venha! Vamos assistir à cerimônia da saudação ao Sol poente. Descemos uma tosca escada de pedras e logo nos encontramos no pátio, diante dos lamas. Vi um altar primitivo feito de pedras rosadas. Nele brilhavam as chamas de uma tocha, que soubemos depois simbolizar os quatro princípios da Natureza. Além, no horizonte azul, picos abruptos surgiam entre as nuvens e o Sol poente derramava um cálido brilho em toda a paisagem. Aproveitamos a claridade para tirar uma foto dos lamas tocando as longas trombetas. Mas a um sinal de Kazi, tivemos que guardar a máquina, pois as fotos são proibidas.

O abade Rimpoche estava de pé, olhando para o Oeste, com os braços estendidos para o alto e as palmas das mãos para cima. Pareciam indicar que ele recebia, agradecido, a luz divina.

Enquanto isto a orquestra dos lamas continuava a tocar em surdina. A música fluía pura, límpida e serena; baixinho os lamas murmuravam estranhas orações. Quando a cerimônia terminou já era noite. Foram acesos diversos lampiões de óleo de iaque, muito usados no Tibete.

Fomos conduzidos ao refeitório. Uma sala ampla, forrada de "tatamis" ou esteiras de palha de arroz, onde uma fileira de mesinhas baixas estavam cobertas com alvas toalhas de algodão, tecidas no próprio mosteiro. Sentamo-nos no chão, sobre almofadas, com as pernas cruzadas. A refeição constava de arroz integral cozido com ervas aromáticas, frutas, coalhada e mel silvestre. Após a refeição, todos nos recolhemos a nossos aposentos.

De madrugada, começaram as fortes chuvas, o que é muito raro no Tibete, país seco e árido.

Com o correr do tempo fomos aprendendo alguns costumes dos lamas, colhendo lendas e tradições, gravando suas estranhas músicas e procurando sempre conhecer algo mais sobre a vida dos lamas, naquele longínquo mosteiro.

A disciplina religiosa parecia ser bastante severa O dia começava às quatro horas da manhã, tal como na Índia, que dizem ser a hora santa de Brahma o Criador. Apos as orações matinais, faziam uma refeição frugal à base de chá com bastante manteiga de iaque e broas de cevada. Em seguida iam trabalhar em diversos setores. O serviço doméstico era feito alegremente, pois todos acreditam na santidade do trabalho manual, não evitando nenhum serviço, por mais humilde e desprezível que seja. Diversas vezes vimos, com espanto, o abade Rimpoche na cozinha preparando o "tsampa" cevada torrada cozida com manteiga e água, que é o alimento principal dos tibetanos. Também costumam misturar cevada com chá quente. A mistura era mexida vigorosamente sobre o fogo brando, até ficar bem cremosa. Juntavam depois sal e manteiga de iaque. O resultado é uma massa elástica que pode ser enrolada em bolos de várias formas decorativas. Soubemos que alguns feiticeiros costumam fazer com esta massa as famosas "tormas" bolos ou tortas voadoras, que amedrontam e assombram os tibetanos.

A história destas "tormas" está ligada à magia negra e é das mais curiosas. Têm uma forma cônica piramidal. Consta que primeiro os feiticeiros fazem um rito especial, chamando os deuses protetores. Dizem que mal eles terminam a invocação, as "tormas" se animam como se tivessem um demônio dentro, começam a voar e, viajando pelo ar como pássaros maléficos, entram nas casas das pessoas que os magos negros querem enfeitiçar, causando grandes estragos. Quando alguém tenta segurar uma destas "tormas", cai logo morto vítima de um estranho poder infernal.

Soubemos que no mosteiro de Kargyompa o ensino monástico consiste nos seguintes estudos:

Filosofia oriental e metafísica.
Ritual, magia e astrologia.
Medicina natural e o poder das ervas.
Regras monásticas do lamaísmo.
Traçado dos círculos mágicos Kyilkhos ou Kiikors.

O traçado destes círculos mágicos é curioso e lembra muito os traçados dos pontos umbandistas do Brasil. Tivemos a oportunidade de ver alguns, durante nossa estadia em Kargyompa. São uma espécie de diagrama desenhados no chão ou no papel, bem como sobre metal, pedra ou madeira. Há uma grande variedade deles. São desenhados com pós coloridos, lembrando a pemba africana, em diversas camadas; que permitem assim um desenho em relevo. Alguns têm cerca de três metros de diâmetro. No centro, são colocadas lamparinas de azeite, velas e bandeirolas de papel colorido com inscrições mágicas. Os lamas levam anos estudando as regras do Kyilkhos ou Kiikors. O menor erro no desenho, nas cores ou na disposição do acessório pode acarretar maus resultados. Dizem os lamas que estes círculos ou "pontos" mágicos são como facas de dois gumes; ferem e matam aqueles que não sabem desenhá-los. Cada variedade de círculo exige uma iniciação diferente. Se for traçado por uma pessoa não iniciada, não tem nenhum poder.

Os lamas animam magicamente estes círculos e também as imagens dos santos ou demônios, antes de render-lhes culto. Este rito chama-se "prana pratisha" e tem por objetivo transmitir fluídos psíquicos que são absorvidos pela imagem. Estes fluídos parecem que dão vida às imagens. Esta vida se conserva enquanto houver um culto diário, tanto ao círculo mágico como à estátua. Ela se alimenta da concentração mental daquele que praticou o rito. Se faltar este alimento sutil, os fluídos morrem e o objeto volta a ser matéria inerte.

Consta que estes ritos são praticados tanto pelos Lamas do Chapéu Vermelho como pelos Lamas do Chapéu Amarelo. A história destas duas congregações que formam o clero tibetano é muito curiosa e merece ser transcrita:

Em épocas bem remotas, o Tibete foi governado pelos "Bon", ou feiticeiros. Mas, em 1368, um santo Lama, chamado Tsong Kapa, discordou das normas nigromates dos feiticeiros e empreendeu uma reforma religiosa, proibindo a magia negra e o casamento dos monges. Formaram-se então dois grupos antagônicos: os Lamas do Chapéu Amarelo, seguidores de Tsong Kapa, e os Lamas do Chapéu Vermelho, adeptos dos feiticeiros. Durante muitos anos houve uma grande luta, mas por fim venceram os Lamas do Chapéu Amarelo, chefiados por Padma Sambhava, um dos maiores heróis do Tibete. Mas, ainda hoje são muitos os mosteiros da seita vermelha espalhados por todo o País das Neves. Consta que no mosteiro de Emche há um lama do Chapéu Amarelo que é abade de monges da seita vermelha, num maravilhoso sincretismo. Este fato não é raro no Tibete, talvez porque os magos brancos desejem dar uma chance de maior sabedoria aos magos negros.

Na véspera de nossa partida rumo ao coração do Tibete tivemos uma conversa muito interessante com o abade Rimpoche do mosteiro de Kargyompa onde estávamos hospedados. Tendo Kazi como intérprete, traduzindo as palavras do abade para o inglês, indaguei:

- Por que os grandes iniciados são sempre do sexo masculino?

- Não é comum encontrarmos uma criatura que alcança a grande iniciação, enquanto habita um corpo feminino, embora haja exceções. A mulher representa a força lunar negativa "Yin" da Natureza. Ela tem dez "chakcras" ou centros de força energética sutis e não tem o dom da criação que está no sêmen masculino. Em tibetano chamamos estes centros de "khorlos", rodas ou centros de força energética sutil.

- Como são estes centros de força? - indaguei muito interessada.

- Dizem nossos velhos sábios que o corpo humano tem sete centros psíquicos ou sutis de grande importância. São vórtices, ou rodas vibratórias semelhantes a um lótus - a flor sagrada de toda a Ásia. Correspondem ao Corpo Espiritual dos plexos nervosos que há em todo ser humano. Os mais conhecidos são sete. Mas existem outros centros de força sutil magnética, só conhecidos nas altas etapas da iniciação. No homem são 9 - o número perfeito. Na mulher são 10. Sete conhecidos e três ocultos.

- Onde estão situados estes centros de força magnética sutil?

- Começando de baixo para cima temos:

7 - Muladara - está ligado ao elemento terra. É a sede do desejo. Está localizado no plexo pélvico sobre o sexo. Tem a forma de um lótus de quatro pétalas.

6 - Svadistana - está ligado ao elemento água. Localiza-se na região do umbigo no plexo hipogástrico. Sua forma é a de um lótus de seis pétalas.

5 - Manipura - está ligado ao elemento fogo. Situa-se no plexo solar. Parece um lótus de dez pétalas.

4 - Anahata - está ligado ao elemento ar. Corresponde ao plexo cardíaco. Parece um lótus de doze pétalas.

3 - Vishuda - está ligado ao éter imponderável. Situa-se no plexo faríngeo. Parece um lótus de dezesseis pétalas.

2 - Ajna - situado no entre cenho. Dá aos homens o dom da 3ª. visão e da clarividência. Parece um lótus de duas pétalas.

1 - Sahasrara - é o coronário, situado no alto da cabeça. Corresponde ao revestimento cortical do cérebro. É representado simbolicamente por uma proeminência que vemos no alto da cabeça das estátuas dos Budas, os Sublimes Iluminados. Parece um lótus de mil pétalas.

Quanto aos outros centros ocultos, nada mais pode ser dito... Por um momento o abade ficou em silêncio. Depois falou:

- Na futura raça dourada que um dia nascerá no Ocidente os centros de força magnética sutil que estão ocultos, aparecerão.

- Por favor, Venerável Rimpoche, fale sobre esta raça dourada! - pedi sumamente interessada.

- A raça dourada formará a sétima raça do Terceiro Milênio.

Haverá então em todos os países ocidentais, um aumento assombroso de inversões sexuais. Será o início de uma violenta fase de transição e preparação, para uma forma de evolução biológica espiritual e moral, mais elevada. Devemos, pois, ser tolerantes com estes seres em estado de transição evolutiva, cujo número aumenta cada vez mais no mundo.

- É verdade! - concordei pensativamente.

transcrito por ismael de almeida.

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Respostas a este tópico

Experiência de grande valia...fico grata em compartilhar esses ensinamentos e modo  de adorar Deus!!!

Assim é. Amém.

Lindo... Adorei este artigo, obrigada por compartilhar conhecimento e Teu Amor Incondicional por Todos Um!!!

Há muitos anos atrás li todos os livros de Lubsang Rampa, vou reler o último(?) livro dele, onde 'esclarece' e desmistifica, muitas das 'Magias e Mistérios do Tibete', inclusive foi alvo da crítica, implacável como sempre quando a tradição é esmiuçada.

Não tenho certeza, mas se a memória não me trair, o título é "Você e a Eternidade".

Luz... Força... Proteção... Amor... Paz... Com muita Alegria para Todos Um!!!

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Encoraje-me através da minha conexão profunda e segura e da energia de fluxo eterno do amor incondicional, do equilíbrio e da aceitação, a amar, aceitar e valorizar  todos os aspectos do Criador a minha volta, enquanto aceito a minha verdadeira jornada e missão na Terra.
Eu peço com intenções puras e verdadeiras que o amor incondicional, a aceitação e o equilíbrio do Criador, vibrem com poder na vibração da energia e na freqüência da Terra, de modo que estas qualidades sagradas possam se tornar as realidades de todos.
Eu peço que todas as energias e hábitos desnecessários, e falsas crenças em meu interior e ao meu redor, assim como na Terra e ao redor dela e de toda a humanidade, sejam agora permitidos a se dissolverem, guiados pela vontade do Criador. Permita que um amor que seja um poderoso curador e conforto para todos, penetre na Terra, na civilização e em meu ser agora. Grato e que assim seja.”

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