DUM

[Elisia SOLUARTE MANDALAS]

Dum vivia em um pequeno casebre envolvido por pântano frio e sombrio com crocodilos e bichos peçonhentos, cada um com sua gana de amedrontá-lo.

Trancafiado por dois monstros preguiçosos amontoados em uma cama, mantinham-no como escravo.

Dum era açoitado por pedras amarradas na ponta de um barbante que os monstros giravam e o acertavam provocando-lhe dor profunda.

Sozinho e apático Dum não reagia, aceitava tudo que lhe era imposto. Vez por outra vinham-lhe pensamentos repetitivos que ele desprezava.

“Dum se tomar a corda com bastante força e girar, acertará os monstros e eles não conseguirão levantar, mas correrá o risco de viver amedrontado para todo o sempre com a sombra dos dois monstros”.

Dia após dia, Dum vivia e sofria calado... E pensava... Nada poderia ser mudado.

Certa vez Dum olhou através da única porta que havia e viu logo após o pântano um sereno cavalo branco, e era tão branco que reluzia sua luz esfuziante. Parecia aguardá-lo.

Então Dum num impulso ouviu o pensamento que por anos a fio rejeitara.

Com bravura, dos monstros arrancou a corda e surrou-os, para sua surpresa, os monstros não tiveram outra reação a não ser medo e submissão, sem força diante do guerreiro que Dum se transformara, ficaram na cama amontoados como sempre.

Finalmente vencera, pensou Dum com toda alegria. Correu em direção à porta, quando de repente parou e sentiu um grande vazio... Virou-se para trás e lembrou-se do pensamento que o acompanhara por tantos anos: lá estavam os dois monstros mais vivos do que nunca e furiosos diante da ousadia de Dum.

Num relance Dum olhou para fora, e viu o grande e imponente cavalo branco que o aguardava saltitante. Não era tempo de temer mais nada.

Voltou-se e foi em direção aos monstros, aproximou-se lentamente olhou profundamente em seus olhos e carinhosamente sentou-se ao meio deles.

Dum num gesto de amor começou a afagá-los e confortá-los. Os monstros aos poucos foram se rendendo ao afago de Dum, e se dissolvendo no colo de Dum, entranharam na paz que Dum os ofertava.

Dum acalentado e completo seguiu em direção a porta, e lá estavam a sua espera três lindos cavalos brancos, eufóricos, mas radiantes de paz, que saíram a galopar numa marcha sem igual reluzindo luz jamais vista para todo o sempre.


Elisia Soares da Silva

Este texto é um trecho do Livro que estou escrevendo DUM VAZIO NASCE UMA ESPERANÇA é um jovem rapaz que se chama DUM que vive em épocas atuais, já nasce nas ruas, e tem uma trajetória sombria, e através do amor por uma garota tem e consegue sentir que o sofrimento pode ser um grande aprendizado e no caso dele é o grande portal para desenvolvimento espiritual.É uma aventura e tanto. Neste texto Dum percebe que nossos monstros não devem ser expulsos ou escorraçados de nossas vidas,e sim somados em nossa energia para chegarmos a luz, quando falo de monstros, são as frustrações os traumas os sofrimentos que fazem parte de nos e devem ser transformados e superados.
Espero que toda humanidade consiga somar seus monstros e possa chegar a evolução espiritual. Namastê
Elisia Soares

[silvia marlise alves vieira]

Elísia, desejo-te mta inspiração e sucesso nesta empreitada. Acredito tb que nossas experiâncias são fruto de nossas crenças, por isso, como Dum, escolho o amor como ensinamento, entretanto, quando crio um sofrimento, bora lá, aceitá-lo, certo? Abraços, Sílvia.

[Ana Elisa]

MUITO LINDO ELISIA, E VERDADEIRO.......POIS A MEDIDA QUE ENTENDEMOS QUE ATÉ MESMO A DOR NOS ENSINA ALGO, QUE SERÁ MAIS UM PASSO PARA A NOSSA EVOLUÇÃO, A RAIVA E O DESANIMO SE TRANSFORMAM EM GRATIDÃO, E UMA FORÇA NOS LEVA SEMPRE ADIANTE.....
MUITA LUZ E ESCLARECIMENTO PARA CONTINUAR ESTE BELO TRABALHO