A BUSCA INUTIL

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas.

Pensando bem amanhã vou ficar contemplando as flores do meu roçado, o trabalho incessante das abelhas, a fila indiana das formigas, o cantar estridente da graúna, do comercial da galinha poedeira após colocar o ovo, da rolinha com o seu compassado Fogo Pagou, da postura do galo insistindo que é o rei do galinheiro, curtir o cheiro de jasmim na florada do nim, assistir o meu cão predileto recolher ao curral todo o rebanho das ovelhas, assistir o gotejador derramar o liquido milagroso no pé de melancia, enfim, vou deixar ao largo a preocupação que martiriza muitos de nós.

Amanhã vou filosofar com a natureza. Vou conversar com a água, tomar lições de liberdade com o vento e encarar o sol logo no amanhecer para captar a sua energia. Após tudo isso vou me sentir num outro lugar e posição bem diferente, com certeza.

O ser humano ainda teima que a materialidade vai lhe trazer a felicidade. Ainda não aprendeu com a natureza, quão ilimitada é a força com domina a nossa existência. Observa o vulcão abismado quando provoca a morte de alguns dos nossos semelhantes; mas, não tira como resultado a força indomável que ele acumula. Registra um furacão extasiado com a sua formação e capacidade de mudar o cenário na sua rota, em questão de minutos. Vê a neve que se acumula silenciosamente para se deixar levar morro a baixo, com uma energia devastadora ou escorrer majestosamente liquida, entre rochas formando rios e cachoeiras.

Tem procurado se embrenhar nos oceanos, subir ao cume de pontos acima das nuvens, olhar o planeta de uma janela, numa estação orbital, enviar sondas para pesquisar outros planetas, descobrir novos sóis, pesquisar o solo lunar, imaginar existir outro planeta semelhante à nave Terra. O que leva esse tipo de curiosidade? Por que tentar sair dos seus domínios e deixar para trás um rastro de fome e destruição? Com certeza uma busca inútil.

A vida como estagiário do tempo não pode ser considerada a máxima do que somos. Em alguns milionésimos do tempo ganhamos uma carapuça, uma forma, uma aparência especifica para aquela missão. Por outro lado, fica a desejar se considerar que a forma desaparece irrefutavelmente. Por isso mesmo nos foi presenteado os sentidos que nos colocam na condição de acumuladores de energia. Uma energia que nunca desaparece, mesmo na forma materializada ou na forma de energia irradiante.

A banalidade da materialidade nos coloca na condição de subservientes. A dependência nos apresenta o pior dos males sentidos, qual seja o medo. O medo limita a nossa capacidade de sair dos limites e poder, assim, se situar como ator, holisticamente falando, dentro da essência da criação.

O tempo corre e aguardamos freneticamente uma regra, um paradigma, que nos possa servir de referencial. O ser humano busca lá fora o que de melhor existe dentro dele próprio. A busca é para com o seu EU DIVINO e não com a materialidade ou regra que nos mantém presos a uma realidade intangível.

O melhor e maior dos conselhos que podemos e devemos ser atendidos surgem através da meditação. A meditação nos faz encontrar com a sabedoria. A sabedoria nos ajuda a discernir e a escolher o melhor caminho. Melhor ainda se encontrarmos forças para realizarmos a jornada com atitude. A atitude nos coloca como verbo transitivo direto. Seja você, ame você, acredite no amor incondicional entre todos os seres vivos. Isso é integração. Isso é consciência da nossa imortalidade.

Que os ventos, os raios solares, os vulcões, os furacões nos ajudem a compreender e nos ensinar que a busca é bem mais próxima de cada um de nós, do que imaginamos estar fora dos nossos limites.

[Dione Cavalli]

Muito lindo!! Gratidão por compartilhar

O tempo corre e aguardamos freneticamente uma regra, um paradigma, que nos possa servir de referencial. O ser humano busca lá fora o que de melhor existe dentro dele próprio. A busca é para com o seu EU DIVINO e não com a materialidade ou regra que nos mantém presos a uma realidade intangível.

Namastê