A MENTE BUSCA CONHECIMENTO, O CORAÇÃO BUSCA A VERDADE!
Por: Satyavan – Ashram Yoga Divine Center – www.yogas.com.br
Após vários questionamentos acerca do que é um retiro, “o que está incluso no pacote”, “quais as atividades que oferecemos”, “se pode usar piscina”, “o porquê do silêncio”, “cadê todo o mundo”, “o que é que eu faço o resto do tempo”, e tantas outras perguntas, percebemos na ingenuidade das perguntas, uma falta de entendimento acerca do que é um retiro e qual a proposta, então nasceu assim a necessidade de trazer um pouco mais de esclarecimento acerca do que é um retiro... Por vezes o resultado de tentar esclarecer apenas gera mais confusão dependendo do ouvinte, por isso, se este texto fizer algum sentido, ótimo, senão esquece, não penses mais nisso!
Retiro espiritual VS Excursão espiritual
Estas são apenas duas nomenclaturas, e apenas vão receber o valor que lhes é atribuído, não são termos generalizados, e servem apenas o propósito de expressar duas ideias diferentes, e não pretende de forma alguma ferir susceptibilidades.
(Resumidamente)
A busca espiritual normalmente e “aparentemente” nasce de uma inquietação que brota do íntimo com uma intensidade que não dá para ignorar; por uma maturidade que começa aflorar, fruto das experiências que foram colhidas pelo “caminho”, em que os frutos não correspondem às expectativas, não têm sabor, ou simplesmente esvaziam ainda mais.
Em que o entendimento da vida se mostrou vazio de significado, não há respostas, e não há como ignorar as perguntas. Vai demorar muito até que o ser se perceba como a fonte, o criador e experimentador de tudo isso e aí comece a busca pela transformação, enfatizo que nem por isso está mais esclarecido do que estava antes, apenas menos disperso, e com isso poderá nascer a “oportunidade”.
Tudo o que estás a vivenciar é “fruto”, ou são as crenças que carregas, ou pelas quais te defines, a ti mesmo, ao mundo, aos teus propósitos, etc... Essas crenças não geram, elas são o sofrimento, e a paz, a felicidade, a Verdade são o fruto da libertação de tudo isso... não poderia ser mais simples, mas implica que entregues o que conheces de ti, a algo maior em ti.
A primeira grande liberdade aparece quando simplesmente reconheces em Serenidade que nada sabes, que o mundo como o concebes assenta num monte de conceitos que nunca foram questionados.
Reconheceste-te aí no meio da experiência, passaram-te um monte de teorias acerca do mundo e dos propósito, dos valores, da felicidade, e tantas coisas mais, foste empilhando tudo isso, até parecer algo de concreto, sólido, seguro.
Essa aparente segurança impede-te de questionar fundo, e quando algumas perguntas são feitas mais concretas, em vez de dizer não sei, respondes: “é complexo”, “é transcendental”, “esta é a verdade”, “estão todos aí”... e quando começas a perceber que pode não ser bem assim, tudo isso parece ter vida própria, e, é bem difícil te libertares, vai exigir ir além da zona de segurança, e o maior obstáculo, serão as tuas crenças, os medos, essas mesmas coisas que geram, são o sofrimento/segurança.
O coração pede silêncio, entrega, paz, quietude, contemplação, serenidade, Verdade. A mente pede conhecimento/controle, novidade, excitação, prazer. Seguir as vontades da mente que acha que sabe, deu no que já conheces.
O caminho do coração ao inicio não vai agradar à mente, vai ser bem desconfortável até, mas é daí que virá a Alegria, a Plenitude... se ainda não conheces a Alegria nem a Plenitude, é porque ainda não percorreste estes passos, continuas iludido na mente, preso (a) nos medos, nas tuas crenças, na tua própria ilusão.
O que é fantástico, o jogo ainda está a meio, e a aventura promete momentos intensos de glória! Porque no fundo é apenas uma grande brincadeira, com todos os ingredientes, a aventura, o prazer, a emoção, o enredo, mas é apenas uma brincadeira, a Verdade é livre de tudo isso, nunca teve nada a ver com isso, e és Verdadeiramente Tu!
Algumas formas de identificar o motor da própria busca:
Num retiro espiritual, o propósito é o silêncio, a quietude; já numa excursão espiritual o propósito é o entretenimento e a novidade.
Num retiro espiritual, o ser busca ficar o máximo de isolamento para se perceber em meio da sua própria confusão; já numa excursão espiritual, o ser busca atenção, a confraternização, um relacionamento, a aceitação.
Num retiro espiritual a propósito é silenciar-se, já numa excursão espiritual, o propósito é mostrar o seu conhecimento.
Num retiro espiritual reduzem-se as atividades ao mínimo possível, e essas atividades servem o propósito de promover a quietude, e assim que atingida, permanecer lá, diluindo as próprias crenças nesse silêncio maior, tornando-se permeável à sua Verdade; já numa excursão espiritual o tempo é bem preenchido por atividades para que não hajam tempos mortos, e se porventura se atinja alguma quietude, ela é imediatamente perturbada pela atividade seguinte.
Num retiro espiritual busca-se a elevação; numa excursão espiritual busca-se o prazer.
Num retiro espiritual busca-se o conhecimento do Eu Real, aquele que brota da quietude na quietude; já numa excursão espiritual busca-se o conhecimento do “não-eu” da personalidade, complexos de inferioridade buscam aquietar-se com ideias de superioridade, de poder, tenta-se fugir da tristeza, através das momentâneos afagos na vaidade.
Num retiro espiritual a Verdade é a única prioridade, sendo a estrutura física, emocional e mental delegadas em segundo plano; já numa excursão espiritual, a estrutura física, emocional e mental estão em primeiro plano, e é aqui que se busca a satisfação.
Num retiro espiritual busca-se a simplicidade; já numa excursão espiritual busca-se o conforto, o requinte, a misticismo, os rituais, etc.
Num retiro espiritual busca-se a Verdade, numa excursão espiritual, buscam-se saídas, formas de obter o que se imagina que vai trazer a felicidade.
Para participar de um retiro espiritual não é preciso ter algum conhecimento prévio, apenas ser um buscador da Verdade.
Para participar de uma excursão espiritual, dependendo da motivação, é bom ter já um conhecimento prévio, um bom pedigree espiritual é sempre bom, uma ou várias iniciações em alguma linhagem antiga, e, ou um bom currículo espiritual, com cursos, palestras, workshops, feitos com gente famosa (de preferência), vai com certeza causar um bom impacto, afinal a primeira impressão é a mais importante, não é??!!... (brincadeirinha)... ou não...
Com tantas atividade espirituais para se fazerem em tão pouco espaço de tempo, entretanto teremos uma “Síndrome da Nova Era”, “O estresse espiritual”, e de certo uma nova indústria daí nascerá, com novos terapeutas, novas terapias, novos livros, novos cursos, enfim tudo é possível, desde que haja imaginação.
Os frutos das excursões espirituais aparentemente são ótimos, mas desaparecem com o tempo, podem trazem relaxe, mas não trarão paz, apenas perpetuarão a ilusão.
Já os frutos de um retiro espiritual, esses convido-te a conhecer.
A transparência é algo importante, pois se buscas apenas uma excursão espiritual, não entres num retiro espiritual pois vai ser no mínimo penoso.
Já se buscas um retiro espiritual, não entres numa excursão pois será igualmente penosa. Caso já tenhas participado de algumas excursões espirituais e sintas vontade de fazer um retiro espiritual, tem bem em mente a proposta e prepara-te para isso, com certeza será algo como nunca fizeste antes, um presente na tua vida, a “oportunidade”.
A tua motivação faz toda a diferença.
De acordo com o que buscas, assim encontras.
Estás em busca de conhecimento, ou da Verdade?
Em Serenidade,
Satyavan
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Fonte: http://www.hajaluz.xpg.com.br
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