SOB UM LUAR RESPLANDECENTE.

[Luiz Soares da Silva]

Luiz Soares das Terras Nordestinas.

Tem um velho ditado que assim nos dizia: Êta mundo veio e enganoso, quem come pouco é mesquinho, quem come muito é guloso! Cá com os meus surrados botões posso afirmar: Nem oito e muito menos oitenta. Tenho dito!

Na antiguidade uma forma de montar a cronologia do tempo era contar a Lua. Mesmo sabendo que ela chega a desaparecer, o seu ressurgimento, seguindo fases distintas, sai do nada e chega cheia e magnificamente resplandecente. Se analisarmos bem detalhadamente, holisticamente podemos facilmente nos comparar com o momento em que nos defrontamos.

A vida chegou a uma estação onde temos que fazer uma opção. Tudo que foi perfeitamente e conscientemente planejado chegou ao seu ponto máximo. Todos foram alertados, informados, conscientizados e chamado ao ponto que eu vou chamar de referência zero. O ponto zero quer dizer que não mais temos dentro de nós – o passado. Tudo foi apagado de uma forma definitiva, sem direito a retorno. Além do mais todos os mecanismos Cristicos foram usados com o intuito de nos colocar na Fronteira do Tempo. Assim só existe um agora que irá nos transportar a um amanhã, completamente diferente de tudo que já experenciamos até o momento atual.

Ninguém pode se julgar ou se sentir escolhido ou descartado. Ninguém tem o direito de se julgar maior, ou melhor, de quem quer que o seja. Ninguém pode afirmar que não lhe foi dado todas as chances que um ser vivente (corpo e espírito) poderia receber, com as tantas idas e vindas que nos foi solenemente atendida, no alto dos plano advindo do Criador.

Ao longo das nossas inúmeras existências passamos por momentos, que uma palavra, bem poderia nos colocar na escala do tempo – destroçados! Foi preciso criar o antagonismo como forma de novas oportunidades. O pobre foi rico; enquanto que o rico foi pobre. O arrogante virou servo. O vistoso e garboso virou mendigo. Quem esbanjou saúde teve que sentir o clamor da doença. O ladrão virou juiz e, o juiz experimentou o estigma de ladrão. Quem traiu foi traído na mesma proporção. Quem se empanturrou de comida teve que mendigar um pedaço de pão. Quem enveredou pelas trevas teve que acordar na luz. Quem odiou teve que voltar e constituir e construir os laços do amor. Quem blasfemou teve que reconhecer a imensidão do amor divino.

O todo destroçado e destronado pode finalmente avaliar e procurar nas suas idas e vindas, uma oportunidade de se enquadrar no objetivo que a vida, realmente nos reserva, como imagem e semelhança do Pai amoroso. Íamos traídos e voltávamos esperançosos. Traídos sempre por nós mesmos. Muitos por falta de consciência se deixou levar pelos acordes do rumo sem retorno. Outros, aos pouco foi notando e assumindo uma postura de ser livre, independente, coerente e propositadamente consciente da imortalidade que nos é e continuará a estar a nossa disposição.

O trem já aponta diminuindo a velocidade para estacionar na estação. Como diz a musica, tem gente que chega, tem gente que vai. Neste caso o trem vem vazio, com espaço suficiente para todos. A opção fica por conta de cada um. Sem choro e nem vela. Sem manipulação ou qualquer forma de temeridade em entrar e partir para uma estação de nossa livre e espontânea vontade. Neste percurso, mais adiante haverá uma bifurcação, depende, é claro do destino que cada um vai escolher para si. Dependendo da opção pode existir ou não bagagem.

Para clarear ou ajudar na definição a estação primeira vai ficar sempre às escuras, de modo a não induzir qual será o destino escolhido. Mas, haverá uma LUZ. Uma LUZ que deverá orientar qual destino. Uma LUZ sob um luar resplandecente existente dentro, bem dentro de cada coração. Um destino pode exigir uma grande bagagem, um fardo constante de muitas quinquilharias. Já o outro não tem nada disso. Apenas uma certeza, apenas uma grandeza interior chamada CONSCIÊNCIA.

Portanto melhor se comportar assumindo que somos um todo e nunca uma parte. Somos casa e nunca uma porta. Somos planta e nunca raiz. Somos luz e nunca um raio. Somos felicidade e nunca a alegria. Somos o fruto e nunca a semente. Somos oceanos e nunca um rio. Assim e só assim haveremos de partir e chegar aonde o desejo nos fará CHEGAR. Feliz viagem!

Abraços fraternos do também passageiro Luiz Soares.