CONCEITO – Pensamento, ideia.
Um conceito é formado pelo ser quando ele utiliza o processo raciocínio da sua inteligência. Toda percepção é levada à inteligência através dos órgãos dos sentidos do corpo físico e analisadas através do raciocínio, chegando-se, então, a uma conclusão sobre uma pessoa, coisa ou acontecimento.
Esta conclusão é um valor que se dá àquela percepção. Se uma outra pessoa é percebida pela inteligência, raciocinará sobre ela e chegará a uma conclusão do que deve achar desta pessoa. Esta conclusão será, portanto, um valor que será atribuído a esta pessoa.
Este valor será arquivado na memória e se tornará um conceito. Toda vez que aquela pessoa for novamente percebida pela inteligência, ela fará um novo raciocínio e neste novo processo de avaliação o conceito anteriormente formado influirá.
Se uma pessoa um dia provocou uma situação que feriu o espírito, a sua inteligência dará o valor “agressor” a esta pessoa e toda vez que houver a percepção dela, o novo raciocínio partirá desta “verdade” conceitual pré-formada.
Porém, uma pessoa não é agressora para todos, nem todo o tempo. Pessoas que são avaliadas de uma forma por alguém, são avaliadas de forma diferente por outro. Pessoas que hoje, por um estado de espírito (sentimento predominante no ser) agem de determinada forma, podem, amanhã, em outro estado de espírito, agir de forma diferente.
Esta impermanência de sentimentos das pessoas, no entanto, não será percebida pela inteligência do ser “agredido” por causa da existência do conceito já formado, ou seja, pela utilização do resultado da avaliação do comportamento agressor em um determinado momento e sob determinados aspectos. Por isto podemos afirmar que o conceito nada mais é do que uma avaliação de determinada época.
Em novo momento, em circunstâncias diferentes, o ser “agressor” não será mais a mesma pessoa que foi em outro momento. O ser que a conceituou não verá esta realidade e, por isto, deixará de viver aquele novo momento com valores diferentes.
O passado já acabou e o futuro não existe: o que o ser tem para viver é o presente, o agora. Quando alguém está preso aos seus conceitos não consegue vivenciar o agora. Esta não vivência do presente não o deixa ver a impermanência dos outros e, por isto, não permite a evolução espiritual.
É por isso que afirmamos que, para a prática dos ensinamentos do Buda que levam à elevação espiritual, o primeiro passo é acabar com os conceitos.
A moderna psicologia utiliza este mesmo ensinamento para auxiliar aos seres humanos que passam por problemas emocionais (sentimentos). Apesar do sucesso que alcança em determinados casos, ela jamais consegue a “cura” completa, pois falta no tratamento um elemento que a “espiritologia” utiliza: Deus.
A formação do conceito é gerada por um desejo natural do ser durante o processo de evolução “provas e expiações”. Esta etapa da evolução do ser universal se caracteriza pelo aprendizado do processo raciocínio. Estar encarnado em um mundo onde se busca provar ensinamentos é aprender a utilizar o raciocínio.
O processo raciocínio é caracterizado pelo livre arbítrio que o ser tem, ou seja, representa uma decisão que o espírito tem que tomar sobre as percepções que recebe. Este ensinamento nos é trazido pela Bíblia Sagrada no livro Gênesis quando fala da história da maçã comida por Adão e Eva.
A prova que o ser faz nesta etapa da sua evolução é abandonar qualquer valor (conceito) para julgar as percepções, amando a Deus acima de todas as coisas, ou seja, vendo sempre nas percepções a ação do Pai. Portanto, pedir ou impor ao espírito que abandone os seus conceitos nunca será conseguido, pois existe o sentimento intuitivo de dar um “valor” às percepções.
Além da psicologia, as religiões também buscam este mesmo caminho, apesar de não compreenderem a sua ação nestes termos. Quando uma religião afirma que o ser humanizado deve ser bondoso para atingir o “Reino do Céu”, está dizendo que ele tem que acabar com os conceitos que o levam a praticar o “mal”.
Por este motivo, a “espiritologia” tem que ser não religiosa, ou melhor, ecumênica: utilizar o ensinamento de todos os mestres na sua real essência e não pela interpretação dada pelas religiões. A ciência espiritual que ensina a elevação baseia-se em apenas uma verdade: Deus e a Sua ação no universo.
É a consciência desta ação divina que pode acabar com os conceitos da inteligência do espírito e, ao mesmo tempo, suprir o desejo inato de avaliar as percepções.
O ser humanizado que apenas busca acabar com os seus conceitos sofrerá, pois na verdade ao eliminar um, criará outro.
Quando uma religião diz que o ser deve ser bondoso ao invés de praticar ações que prejudiquem o próximo, está criando um novo conceito: a bondade. Quando a psicologia ensina o ser humano a ver o mundo de forma diferente do que ele vê, está acabando com um conceito que ele já possuía, mas substituindo-o por outro: a nova visão.
A elevação espiritual se consegue acabando-se com os conceitos e não pela libertação dos já existentes por novos.
Para se libertar dos conceitos é preciso perceber em todos os acontecimentos a ação primária de Deus (Causa Primária de Todas as Coisas) agindo com Inteligência Suprema para que a Justiça Perfeita seja equilibrada sem ferir, mas com Amor Sublime. Isto não é um conceito, mas uma verdade universal.
A aplicação da verdade universal nas percepções leva o ser a eliminar a verdade individual (conceito) que forma sobre as coisas. Ele não mais “achará” (individualizará), mas conhecerá o funcionamento do Universo, satisfazendo, assim, o seu sentimento inato de conhecimento, entendendo Deus como Causa Primária das Coisas.
O “Reino do Céu” (felicidade universal), portanto, não poderá ser alcançado pela psicologia ou pelas religiões, mas apenas com a prática dos ensinamentos da “espiritologia”, pois as duas primeiras ensinam a modificar conceitos enquanto que a “espiritologia” leva o ser a universalizar as suas propriedades, acabando com o individualismo (conceitos).
Fonte: Espiritualismo Ecumênico Universal - www.meeu.com.br