• Dia desses, na esquina da Rua Duque de Caxias com Ceará, centro de Açailândia-MA., uma servidora municipal me interpelava: “seo Eduardo, tô sempre lendo o senhor, escreve muito sobre Criança, Adolescente, eu tenho três, mas tô ficando histérica, me tiram do sério, são rebeldes demais, não dá prá falar nada que vem com dez pedras na mão...tá difícil...!”.
É, realmente “tá difícil”. No mundo globalizado de hoje, no Brasil em que exemplos inequívocos são raros, imperando “modelos de comunicação de massa como os BBB ou as Fazendas da vida...”, os atos de agressão e violência cometidos por Crianças e Adolescentes estão em toda parte. Então, educá-los dentro de valores morais e éticos demanda urgência.
No entanto, essa moralidade e essa ética não surgem de repente, mas manifestam-se muito devagar, com o andar do tempo. Conforme psicólogos/as e especialistas em comportamento humano, “Crianças de 1 a 2 anos entendem que existem regras, mas só depois dos 2 anos começam obedece-las, e normalmente só na presença de adultos”. É o tipo da moralidade “ocasional” que se carrega vida afora...
Mães e pais tem planos e expectativas para seus filhos. Para boa parte, nada é mais importante do que criar uma “Criança boa”, ciente da diferença entre o certo e o errado, que respeite e considere os outros, tratando-os como a si mesma. Para outra parte, “não se está nem aí prá isso ou prá aquilo, cria-se filhos ao Deus dará. São acidentes de percurso...”.
A sabedoria popular confirma o que diz a ciência, ou vice-versa: muito do que aprendemos e somos, adquirimos pelo exemplo. Assim, uma Criança com valores morais só vai ser educada por pessoa com valores morais. Ou seja, “só pode dar lição de moral quem tem moral prá dar...”. Se vivermos valores morais, éticos, é isso que as Crianças vão aprender...
Definir valores, elogiar e ressaltar o bom comportamento; aproveitar os momentos que podem ensinar lições de vida; observar os programas que as Crianças assistem, reconhecendo a influência atual da televisão, como também suas leituras,suas companhias; falar sempre sobre as conseqüências dos atos “ruins” que praticamos; ajudá-las a ver sob outros pontos de vista, respeitando as diferenças, eis uma receita simples e válida de educação...
Disse à servidora pública que somos seres humanos, e por isso imperfeitos e falhos, mas com a obrigação de procurar acertar, e falava como pai de sete filhos, cinco meninos e duas meninas... E não era consolo, mas a dificuldade não era só dela, mas de todos pais. Criar filhos, hoje, é talvez a mais nobre e complexa das missões, trata-se de garantir a preservação e a perpetuação da espécie humana... As lições são antigas, e valores morais e éticos edificam poderosamente a família e a sociedad
